Escrever é pensar! Comece a se preparar para sua redação com este resumo sobre introdução à escrita!
A escrita é uma tarefa que envolve o pensamento, ou seja, escrever é pensar. Essa tarefa não é natural e requer prática para que a prova de redação do ENEM seja feita em uma hora e seja aprimorado não só o que se diz, mas também como se diz.
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Redação = Conteúdo + Forma
A elaboração da escrita de uma redação se dá pela soma do conteúdo e da forma. A forma é estabelecida pelo domínio da linguagem formal culta (norma padrão). A norma padrão é a denominação dada à variedade linguística dos membros da classe social de maior prestígio dentro de uma sociedade, e o conteúdo é estabelecido pelo conhecimento de mundo, leituras e eixos temáticos.
Níveis da Linguagem
O “como se diz” pode ser realizado através dos níveis de linguagem, que são divididos em informal (coloquial e vulgar) e formal (erudito e culto). A linguagem coloquial é utilizada no cotidiano em que não é exigido a total atenção da gramática, de modo que haja mais fluidez na comunicação oral. A linguagem vulgar é extremamente fora do padrão gramatical e faz parte da fala dos analfabetos ou semianalfabetos, tendo as estruturas gramaticais “bagunçadas”.
Já no nível formal, a linguagem erudita implica conhecimento por ser um tanto preciosa e rebuscada, mas atualmente o seu uso quase que se restringe aos pesquisadores da linguagem e aos linguistas. Portanto, a linguagem culta é a que nos interessa por ser aquela ensinada nas escolas, usada em livros didáticos e, muitas vezes, nos telejornais.
Informatividade
A informatividade é um fator textual que representa a capacidade de um emissor discorrer e defender seu ponto de vista acerca de um assunto. É esperado que o discurso abordado faça com que o interlocutor amplie os conhecimentos e mantenha-se informado acerca de diversos assuntos. Sendo assim, é importante que sejam lidos textos informativos a fim de adquirir conhecimento para que sejam produzidos textos informativos também.
Interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade estabelece relações entre duas ou mais disciplinas. Essa abordagem possui muita importância para a redação do ENEM, visto que é necessário mesclar campos de conhecimento para mostrar bagagem enciclopédica para a banca. Para isso, é necessário fazer leituras em diferentes meios, como, por exemplo, jornais e revistas para que se possa relacionar essas informações com mais facilidade.
Exercícios
1- (ENEM 2012)
Entrevista com Marcos Bagno
Pode parecer inacreditável, mas muitas das prescrições da pedagogia tradicional da língua até hoje se baseiam nos usos que os escritores portugueses do século XIX faziam da língua. Se tantas pessoas condenam, por exemplo, o uso do verbo “ter” no lugar de “haver”, como em “hoje tem feijoada”, é simplesmente porque os portugueses, em dado momento da história de sua língua, deixaram de fazer esse uso existencial do verbo “ter”.
No entanto, temos registros escritos da época medieval em que aparecem centenas desses usos. Se nós, brasileiros, assim como os falantes africanos de português, usamos até hoje o verbo “ter” como existencial é porque recebemos esses usos de nossos excolonizadores. Não faz sentido imaginar que brasileiros, angolanos e moçambicanos decidiram se juntar para “errar” na mesma coisa. E assim acontece com muitas outras coisas: regências verbais, colocação pronominal, concordâncias nominais e verbais etc. Temos uma língua própria, mas ainda somos obrigados a seguir uma gramática normativa de outra língua diferente. Às vésperas de comemorarmos nosso bicentenário de independência, não faz sentido continuar rejeitando o que é nosso para só aceitar o que vem de fora.
Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões de brasileiros para só considerar certo o que é usado por menos de dez milhões de portugueses. Só na cidade de São Paulo temos mais falantes de português que em toda a Europa!
Informativo Parábola Editorial, s/d.
Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísticas coloquiais e faz uso da norma padrão em toda a extensão do texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que ele:
a) adapta o nível de linguagem à situação comunicativa, uma vez que o gênero entrevista requer o uso da norma padrão.
b) apresenta argumentos carentes de comprovação científica e, por isso, defende um ponto de vista difícil de ser verificado na materialidade do texto.
c) propõe que o padrão normativo deve ser usado por falantes escolarizados como ele, enquanto a norma coloquial deve ser usada por falantes não escolarizados.
d) acredita que a língua genuinamente brasileira está em construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano a gramática normativa do português europeu.
e) defende que a quantidade de falantes do português brasileiro ainda é insuficiente para acabar com a hegemonia do antigo colonizador.
2- (ENEM 2006)
Aula de português
A linguagem na ponta da língua tão fácil de falar e de entender. A linguagem na superfície estrelada de letras, sabe lá o que quer dizer? Professor Carlos Gois, ele é quem sabe, e vai desmatando o amazonas de minha ignorância. Figuras de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a língua, breve língua entrecortada do namoro com a priminha. O português são dois; o outro, mistério.
Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em:
a) situações formais e informais.
b) diferentes regiões do país.
c) escolas literárias distintas.
d) textos técnicos e poéticos.
e) diferentes épocas.
Gabarito:
1- A
2- A