Modelo de Redação: Geração smartphone – Os efeitos dessa tecnologia no cotidiano do jovem brasileiro
Sabe aquele tema de redação que nós indicamos para você na semana 20 de 2017? Ele virou um modelo de redação aqui no blog, feito pela monitora Maria Carolina, para você se inspirar e comparar com a sua própria redação.
Quer saber como ficaria uma redação mediana sobre esse tema? Confira:
O que antes era considerado uma ação espontânea, hoje, na maioria das vezes, torna-se uma obrigação por parte de alguns. A leitura já foi considerada pela sociedade brasileira um hobby altruísta e culto, no século XIX. Porém, com o surgimento de tecnologias consideradas mais importantes, ela vem sendo deixada de lado cada vez mais rápido e por todas as faixas etárias. Crianças, adolescentes e até mesmo adultos, rendem-se aos novos meios de comunicação disponíveis na sociedade e esquecem de que ler faz-se necessário para se adquirir conhecimento.
Não é difícil encontrar pessoas grudadas na tela do celular, do notebook e tablet, a maior parte do tempo, pois são neles que se encontram as redes sociais, jogos e aplicativos. Esse hábito é considerado um vício, quando há um abuso por parte dos usuários. Logo, tornar-se perigoso, se mantido em longo prazo, segundo os médicos e especialistas. Esses comprovam que esse vício, por exemplo, traz prejuízos à saúde, principalmente dos olhos, que não aguentam tamanha quantidade de luz voltada para eles, e possui um limite para tal exposição.
O problema tem gerado brigas constantes entre pais e filhos, ao lado dos pais, estão também os professores que reprimem o uso de eletrônicos nas salas de aula, além de estimularem a leitura que é tão necessária no aprendizado de estudantes. Ainda assim, existe uma grande resistência dos mesmos, tanto dentro da sala de aula, quanto fora dela, por exemplo, nos momentos de refeições e nos que seriam dedicados à leitura e estudo diários, portanto, apenas perceberão que o uso constante é maléfico depois de terem uma experiência negativa.
E qual seria a melhor forma de combater esse mal? Seria a sociedade parar para refletir e se conscientizar, a partir de palestras, a respeito dos danos na educação e convívio social da mesma. Com o investimento do governo para a construção de bibliotecas públicas, assim como, um maior incentivo dos pais desde cedo, lendo para os filhos, comprando livros, dando o exemplo, criando uma rotina de estudos rigorosa e mostrando que a leitura não deve ser uma obrigação e sim uma conduta cotidiana e prazerosa.
Análise da redação
Introdução
O que antes era considerado uma ação espontânea, hoje, na maioria das vezes, torna-se uma obrigação por parte de alguns. A leitura já foi considerada pela sociedade brasileira um hobby altruísta e culto, no século XIX. Porém, com o surgimento de tecnologias consideradas mais importantes, ela vem sendo deixada de lado cada vez mais rápido e por todas as faixas etárias. Crianças, adolescentes e até mesmo adultos, rendem-se aos novos meios de comunicação disponíveis na sociedade e esquecem de que ler faz-se necessário para se adquirir conhecimento.
Comentário:
Apesar de ter feito contextualização e de ter apresentado a tese, ao ler o parágrafo de introdução, o leitor imagina se tratar de um texto sobre a importância da leitura, e não sobre o uso de smartphones. Além disso, delimitar a importância da leitura ao século XIX não é válido. Expressões coloquiais como “vem sendo deixadas de lado” devem ser evitadas.
Sugestão de reescritura:
“O mundo na palma da sua mão”. Talvez nenhuma outra frase seja capaz de sintetizar melhor o que, de fato, representam os smartphones. Para a atual geração de jovens – que anseia por viver intensamente cada segundo – essa ferramenta não poderia ser mais útil. Entretanto, o uso desses aparelhos por este segmento da população se tornou tão expressivo que pede uma análise mais cuidadosa sobre seus efeitos.
Desenvolvimento 1
Não é difícil encontrar pessoas grudadas na tela do celular, do notebook e tablet, à maior parte do tempo, pois são neles que se encontram as redes sociais, jogos e aplicativos. Esse hábito é considerado um vício quando há um abuso por parte dos usuários. Logo, tornar-se perigoso se mantido em longo prazo, segundo os médicos e especialistas. Esses comprovam que esse vício, por exemplo, traz prejuízos à saúde, principalmente dos olhos que não aguentam tamanha quantidade de luz voltada para si, e possui um limite para tal exposição.
Comentário:
Mais uma vez, expressões como “grudadas” devem ser evitadas, porque denotam coloquialidade. O parágrafo está expositivo e pouco argumentativo. Há, também, erro de concordância em “e possui um limite para tal exposição”, pois está fazendo referência a “olhos”, portanto, deveria ser “e possuem um limite para tal exposição”.
Sugestão de reescritura:
Primeiramente, é preciso entender o porquê de esses verdadeiros computadores portáteis atraírem tanto esse público. De acordo com dados do CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil – o uso de smartphones por jovens entre 9 e 17 anos mais que dobrou entre 2012 e 2013. Isso se deve principalmente à possibilidade de explorar o mundo e socializar com outras pessoas em qualquer lugar e a qualquer momento, sendo este, portanto, um fator decisivo para a adesão em massa por essa parcela da população.
Ainda olhando por um viés positivo, é impossível dissociar esse recurso dos estudos do público juvenil hoje. O aumento na busca por conteúdos acadêmicos, exercícios, aplicativos e plataformas de sites voltadas para mídias portáteis são a grande prova disso. No contrafluxo de campanhas desfavoráveis à presença dos smartphones em sala de aula, a Unesco lançou em 2013 as Diretrizes de política para a aprendizagem móvel, cujo objetivo é planejar a inclusão desse recurso tão comum no dia-a-dia dos jovens no cotidiano das escolas e faculdades.
Desenvolvimento 2
O problema tem gerado brigas constantes entre pais e filhos. Ao lado dos pais, estão também os professores que reprimem o uso de eletrônicos nas salas de aula, além de estimularem a leitura que é tão necessária no aprendizado de estudantes. Ainda assim, existe uma grande resistência dos mesmos, tanto dentro da sala de aula, quanto fora dela, por exemplo, nos momentos de refeições e nos que seriam dedicados à leitura e estudo diários, portanto, apenas perceberão que o uso constante é maléfico depois de terem uma experiência negativa.
Comentário:
O parágrafo está “pobre” em relação à argumentação, pois traz ideia muito previsíveis. Além disso, a coesão foi prejudicada pelos períodos longos, tornando a leitura cansativa e confusa.
Sugestão de reescritura:
Entretanto, não podemos negar que o uso excessivo desses aparelhos pode causar danos à saúde desse segmento. Usá-los se torna um hábito e, como todo hábito, de acordo com neurologistas de Cambridge e de outras universidades de referência mundo afora, cria anseios. Essas expectativas, muitas vezes inconscientes, são responsáveis por gerar distúrbios psicológicos, como a dependência e crises de ansiedade, bem como danos físicos, tais como a tão comum entre o público em questão, tendinite.
Conclusão
E qual seria a melhor forma de combater esse mal? Seria a sociedade parar para refletir e se conscientizar, a partir de palestras, a respeito dos danos na educação e convívio social da mesma. Com o investimento do governo para a construção de bibliotecas públicas, assim como, um maior incentivo dos pais desde cedo, lendo para os filhos, comprando livros, dando o exemplo, criando uma rotina de estudos rigorosa e mostrando que a leitura não deve ser uma obrigação e sim uma conduta cotidiana e prazerosa.
Comentário:
Não podemos fazer perguntas diretas no texto dissertativo-argumentativo. São permitidas apenas perguntas retóricas. Além disso, não houve boa retomada da tese. Não podemos criar propostas de intervenção em forma de hipóteses. Devemos ser objetivos e seguros do que estamos sugerindo. Mais uma vez, as propostas foram direcionadas, principalmente, à questão da leitura, configurando o tangenciamento do tema.
Sugestão de reescritura:
É evidente, portanto, que não podemos ignorar os impactos de se querer ter o mundo todo nas mãos. Para potencializar os benefícios dessa inovação tecnológica, algumas atitudes precisam ser tomadas. A primeira delas é de responsabilidade da família, base da sociedade, que deve ensinar aos jovens os limites de maneira incisiva e convincente. Além disso, é papel da escola procurar destacar o uso inteligente desse recurso, com uma maior inclusão dele em seu programa. Por fim, o próprio indivíduo deve se policiar, procurar mudar seus hábitos, para que tenha uma vida ao mesmo tempo dinâmica e saudável. Assim, viveremos o melhor da tecnologia sem deixar de lado o mundo real.
Redação Exemplar
“O mundo na palma da sua mão”. Talvez nenhuma outra frase seja capaz de sintetizar melhor o que, de fato, representam os smartphones. Para a atual geração de jovens – que anseia por viver intensamente cada segundo – essa ferramenta não poderia ser mais útil. Entretanto, o uso desses aparelhos por este segmento da população se tornou tão expressivo que pede uma análise mais cuidadosa sobre seus efeitos.
Primeiramente, é preciso entender o porquê de esses verdadeiros computadores portáteis atraírem tanto esse público. De acordo com dados do CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil – o uso de smartphones por jovens entre 9 e 17 anos mais que dobrou entre 2012 e 2013. Isso se deve principalmente à possibilidade de explorar o mundo e socializar com outras pessoas em qualquer lugar e a qualquer momento, sendo este, portanto, um fator decisivo para a adesão em massa por essa parcela da população.
Ainda olhando por um viés positivo, é impossível dissociar esse recurso dos estudos do público juvenil hoje. O aumento na busca por conteúdos acadêmicos, exercícios, aplicativos e plataformas de sites voltadas para mídias portáteis são a grande prova disso. No contrafluxo de campanhas desfavoráveis à presença dos smartphones em sala de aula, a Unesco lançou em 2013 as Diretrizes de política para a aprendizagem móvel, cujo objetivo é planejar a inclusão desse recurso tão comum no dia-a-dia dos jovens no cotidiano das escolas e faculdades.
Entretanto, não podemos negar que o uso excessivo desses aparelhos pode causar danos à saúde desse segmento. Usá-los se torna um hábito e, como todo hábito, de acordo com neurologistas de Cambridge e de outras universidades de referência mundo afora, cria anseios. Essas expectativas, muitas vezes inconscientes, são responsáveis por gerar distúrbios psicológicos, como a dependência e crises de ansiedade, bem como danos físicos, tais como a tão comum entre o público em questão, tendinite.
É evidente, portanto, que não podemos ignorar os impactos de se querer ter o mundo todo nas mãos. Para potencializar os benefícios dessa inovação tecnológica, algumas atitudes precisam ser tomadas. A primeira delas é de responsabilidade da família, base da sociedade, que deve ensinar aos jovens os limites de maneira incisiva e convincente. Além disso, é papel da escola procurar destacar o uso inteligente desse recurso, com uma maior inclusão dele em seu programa. Por fim, o próprio indivíduo deve se policiar, procurar mudar seus hábitos, para que tenha uma vida ao mesmo tempo dinâmica e saudável. Assim, viveremos o melhor da tecnologia sem deixar de lado o mundo real.