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De Perón a Pinochet, saiba tudo sobre a América Latina no século XX

Saiba mais sobre Perón, Pinochet, as ditaduras militares na América Latina e mais para mandar bem na sua prova de história!

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Parece Copa América, mas não é: Argentina, Chile, Nicarágua, Perón, Pinochet e mais!

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É muito importante estudar América Latina para o vestibular, principalmente o período que compreende o século XX. Essas nações passaram por muitas transformações políticas e econômicas e, por conta disso, devemos esclarecer tudo de maneira simples, para que não apareçam mais dúvidas.
Argentina, Chile e Nicarágua são os conteúdos mais cobrados no vestibular quando América Latina contemporânea é abordada. Peronismo, o governo de Salvador Allende, as ditaduras militares – tanto argentina como a chilena – e o movimento sandinista são os tópicos comentados neste resumo.

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“Nosso Norte é o Sul”, Joaquin Torres Garcia

Argentina: o populismo de Perón

Juan Domingos Perón foi eleito presidente em 1946 e posteriormente reeleito em 1951. Implantou um programa social apoiado pelo Partido Justicialista. Foi um presidente populista de caráter nacionalista e também paternalista. Aproveitando que a Argentina vivia um cenário econômico favorável, Juan Domingos Perón contou com o apoio operário para aplicar suas teorias. Junto de sua esposa Evita, Perón, enquanto esteve a frente do governo, intensificou o controle do Estado sobre a economia, nacionalizando vários setores (indústria, transporte, energia).

A inflação crescente na década de 1950, causada principalmente pelo custeamento das nacionalizações implementadas por Perón, não permitiram o presidente intensificar a política distributiva sem afetar os lucros das classes mais altas. Para conter o avanço da crise, Perón adotou medidas de austeridade econômica como, por exemplo. o racionamento do consumo energético, congelamento de salários e a elevação dos juros bancários. Essas medidas corroeram a base do “Peronismo”, que pode ser comparado ao “Varguismo” no Brasil.
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O presidente argentino Juan Domingos Perón.

Processo de Reorganização Nacional

No ano de 1976, começa o processo de “Reorganização Nacional”, nome dado a um conjunto de ações política, sociais e econômicas promovidas pelo Estado como justificativa para a instalação de uma Ditadura. Começava, assim, um período de autoritarismo, que teve como um dos principais objetivos a contenção de movimentos guerrilheiros de esquerda.
O golpe, aplicado em 1976 e liderado pelo General Jorge Rafael Videla, foi, a princípio, bem recebido pela população. Similarmente ao golpe aplicado em 1964 no Brasil, a população aceitou a chegada dos militares ao poder, acreditando que estes seriam os únicos capazes de transformar uma economia decadente. A instauração da ordem seria o principal objetivo dos militares: contenção da crise e policiamento das ideias subversivas no país em um contexto de Guerra Fria.
O “Processo de Reorganização Nacional” praticou sequestros, prisões, torturas, assassinatos, censurou os meios de comunicação, proibiu greves, dissolveu partidos e suspendeu os direitos políticos durante 7 anos (1976 – 1983). Já na década de 1980, a Guerra das Malvinas enfraqueceu o governo ditatorial, desgastado por uma economia voltada para a guerra. O processo de redemocratização se concretizou quando Raul Alfosín foi eleito.
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Chile: a “via chilena para o socialismo”

Em 1970, Salvador Allende foi eleito presidente do Chile pela coligação da Unidade Popular. Essa coligação era formada por ideais socialistas, liberais e contava com o apoio de parte da Igreja Católica.
A situação chilena, ao final da década de 1960, mostrava uma desestruturação da economia, o que permitiu a ascensão da Unidade Popular no início da década de 1970. Trabalhadores e camponeses apoiavam a candidatura de Allende, que inspirava a sociedade pelo desejo de mudanças no país. Durante seu mandato, foram realizadas uma série de reformas no governo chileno: a reforma constitucional, a reforma agrária, a nacionalização das minas de cobre (principal produto de exportação do Chile), etc. Além destas, podemos citar como medidas do seu governo o aumento dos salários para os trabalhadores e a intervenção no setor bancário, com a diminuição de juros.
Do ponto de vista popular, seu governo agradou; já as classes média e alta não estavam satisfeitas com a expropriação dos latifúndios, a transferência do lucro do cobre para a mão do Estado e a ascensão social de camadas mais baixas. Influenciados pelos EUA, os setores de direita, conservadores, começaram a criticar o governo de Allende, que procurava construir no Chile uma via para o socialismo. Em 1973, um atentado liderado pelo General Augusto Pinochet bombardeou a sede da Presidência (Palácio de La Moneda) na capital chilena. Era o fim do governo de Salvador Allende e o início da Ditadura Militar no Chile, liderada pelo próprio Pinochet.

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Propaganda utilizada por Salvador Allende

Ditadura de Augusto Pinochet

No contexto de Guerra Fria, seria perigoso para os Estados Unidos a instalação de um governo socialista na América Latina. O que aconteceu em Cuba, no ano de 1959 (Revolução Cubana), não poderia se repetir em outro país aliado ao capitalismo. O apoio norte-americano dado no golpe ditatorial brasileiro em 1964 se repetiu no caso chileno. Em 1974, o General Augusto Pinochet assumiu o governo.
Augusto Pinochet ficou a frente do governo por 16 anos. Em 1980, promulgou uma constituição que legalizava seu governo ditatorial e, no decorrer da década de 1980, suas medidas autoritárias, como censura, repressão, torturas e até mesmo assassinatos, geraram um forte crítica da sociedade que pedia pela redemocratização do país. As manifestações populares conquistaram o direito de realizar de um plebiscito popular em 1987, que resultou na proibição da permanência de Pinochet no governo do país. Esse plebiscito ficou conhecido como o “Plebiscito do Não”. Dois anos após a realização do plebiscito, Patrício Aylwin foi eleito presidente e Augusto Pinochet abandonou o governo.

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Ditador Augusto Pinochet, um dos mais cruéis da América Latina.

Movimento Sandinista na Nicarágua

Na década de 1960, um movimento guerrilheiro foi formado com o objetivo de acabar com o imperialismo norte-americano e a interferência estrangeira na região da América Central. A Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), como foi chamada, tinha cunho socialista e apoio do governo revolucionário cubano.
Uma guerra civil estourou na Nicarágua após o assassinato do jornalista Pedro Joaquín Chamorro, que participava ativamente contra a ditadura de Anastasio Somoza. Anastasio governou com apoio dos Estados Unidos, pois os norte-americanos consideravam a ditadura um forte aparato anticomunista. Assim como acontecera em Cuba no ano de 1959, a FSLN conseguiu dominar o Palácio presidencial, na capital do país, Manágua. O novo governo, representado por Daniel Ortega, afastou Anastasio Somoza, e, com a liderança da FSLN, prometeu dar fim às mazelas causadas pela ditadura e pelo imperialismo que assolavam o país
Devido a sua natureza, os sandinistas realizaram uma aproximação com as nações do bloco socialista. Uma série de reformas foram prometidas para melhor distribuir a economia nicaraguense. Porém, tais medidas começaram a incomodar os setores mais conservadores e as classes dominantes no país. Na década de 1980, foi organizada um força contra-revolucionária para remover os sandinistas do poder.
Os “Contras”, como eram chamados os oponentes do governo sandinistas, tiveram forte apoio financeiro dos norte-americanos e de membros das classes dominantes do país, como, por exemplo, membros da Igreja Católica e o empresariado nicaraguense. Em 1990, a crise política instalada com a oposição dos “contras” e a crise econômica acabaram com uma derrota eleitoral dos sandinistas e a eleição de Violeta Chamorro.

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“Pátria livre ou morrer” é o lema dos sandinistas.

EXERCÍCIOS

1. (CESGRANRIO) A eleição de Salvador Allende no Chile em 1970 constitui-se num acontecimento específico atípico no panorama geral da América Latina.
Sua política de governo se caracterizava por ser:
a) nacionalista, com exclusão dos membros da Guarda Nacional – bastião de poder no governo anterior.
b) liberal, com livre importação de produtos manufaturados.
c) isolacionista no contexto continental, com pressões militares e econômicas por parte dos Estados Unidos.
d) democrática, com amplo respaldo popular e de grupos esquerdistas cristãos.
e) reformista, com privatização dos bancos estatais e manutenção da reforma agrária iniciada anteriormente.
 
2. (UNIRIO) Ao longo das décadas de 70 e 80, deste século, diversos conflitos marcaram a América Latina em sua participação nos acontecimentos recentes do mundo contemporâneo. Sobre esses conflitos, é correto afirmar-se que no (a):
a) Panamá, em 1989, a posse de Manuel Noriega, aliado politicamente aos Estados Unidos, permitiu o cancelamento do acordo firmado anteriormente entre esses países, o qual previa a devolução da “zona do canal” à soberania panamenha.
b) Caribe, as intervenções militares norte-americanas encerram-se com a adoção da política de defesa dos direitos humanos durante a presidência de Jimmy Carter nos Estados Unidos, entre 1977-1980.
c) Chile, a coalizão de forças operárias e camponesas lideradas pelo líder socialista Salvador Allende derrubou, em 1973, o regime militar que há décadas governava o país.
d) Nicarágua, a Revolução Sandinista, em 1979, vitoriosa contra a ditadura de Anastácio Somoza, instituiu um governo de tendência socialista apoiado pelo regime cubano, desestabilizando politicamente a América Central.
e) Argentina, a reconquista das Ilhas Malvinas (Falklands) após a vitória na guerra contra a Inglaterra, em 1982, ampliou a base popular do governo militar, favorecendo sua permanência no poder até os dias atuais.
 
3. (FUVEST) Sobre o governo de Juan Domingo Perón (1946-1955) na Argentina, podemos afirmar que,
a) recebeu expressivo apoio de parte importante da classe trabalhadora, ainda que não lhe tenha concedido benefícios concretos.
b) foi um governo com uma retórica nacionalista, que recebeu dos “descamisados” importante sustentação política.
c) deslocou o centro das atenções políticas para a figura carismática de Eva Perón, assumindo o presidente uma postura discreta e secundária.
d) foi um governo ditatorial, pois fechou o Congresso e colocou os partidos políticos na ilegalidade.
e) buscou persistentemente, no plano internacional, uma aliança com os Estados Unidos.
 

GABARITO

1. D
2. D.
3. B.

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