A independência de países da Ásia e da África
O crescimento do capitalismo desencadeou, no século XIX, um novo processo de imperialismo
A colonização afroasiática e um novo processo de imperialismo tiveram início no século XIX, com o crescimento do capitalismo e com a expansão econômica e comercial. Esses povos foram subjugados, e os países imperialistas os dominaram durante muitas décadas. Porém, devido às guerras mundiais e à mudança de visão de que havia uma hierarquia entre povos, esses países começaram a tomar consciência de sua autonomia e aspirar pela independência.
O Imperialismo
O termo imperialismo foi dado à política deliberada dos Estados europeus de anexação de povos e territórios, visando expansão para ganho de mercado capitalista. Essa política se consolidou por meio do domínio militar e estratégias de convencimento. Como os europeus se consideravam um povo “superior”, eles acreditavam que seu dever era se expandir e levar civilização às outras nações. Para consolidar essa política, era necessário criar uma sensação de extensão dos “impérios”, estendendo suas leis e instituições para suas colônias.
O fim da Segunda Guerra Mundial e A Guerra Fria
Após a Primeira e a Segunda Guerra, os governos Nazifascistas e a Crise de 1929 chegarem ao fim, as nações europeias, bem como seu imperialismo, estavam enfraquecidas e endividadas. Além disso, a África também fora palco de alguns conflitos entre grandes potências. Foi nesse momento, quando o africano entrou na guerra ao lado do colonizador, que ele pôde perceber que, diferentemente do que lhe era pregado diariamente sobre superioridade étnica, existia o “branco bom” e o “branco mau”, além de descobrir também que o branco “podia ser morto”.
Após 1945, houve um aumento significativo no número de movimentos de resistência ao imperialismo, além de uma emergência ainda maior do movimento Pan-Africanista, que pedia a libertação da África. As contradições da colonização ficavam mais evidentes a cada momento que passava e se tornava cada vez mais difícil de manter esse cenário.
Com a Guerra Fria, grupos africanos ajudados por soviéticos e chineses conseguiram se libertar da dominação, e os próprios norte-americanos tentaram se aproximar dos países independentes para que estes entrassem na disputa ideológica. Foi nesse período que houve a formação de um novo grupo geopolítico: o terceiro mundo, ou os países que tinham um passado colonial e um presente de fragilidade.
A Revolução dos Cravos e o Socialismo Africano
Nas colônias portuguesas de Angola e Moçambique, a ideologia socialista marcou forte presença. Na Angola, o MPLA (Movimento Popular Libertador de Angola), de caráter socialista, e seu líder, Agostinho Neto, tomaram a frente do movimento de independência ao imperialismo europeu. Já no caso de Moçambique, Samora Machel comandou a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), também de ideais comunistas. Por fim, a Revolução dos Cravos foi um movimento português contra a guerra na África, que pedia a Portugal o reconhecimento da independência africana e a redemocratização portuguesa após a ditadura salazarista.
Exercícios
1. (Cesgranrio) “Morre um homem por minuto em Ruanda. Um homem morre por minuto numa nação do continente onde o Homo Sapiens surgiu há um milhão de anos… Para o ano 2000 só faltam seis, mas a Humanidade não ingressará no terceiro milênio, enquanto a África for o túmulo da paz.”
(Augusto Nunes, in: jornal O GLOBO, 6.8.94)
A situação de instabilidade no continente africano é o resultado de diversos fatores históricos, dentre os quais destacamos o(a):
a) fortalecimento político dos antigos impérios coloniais na região, apoiado pela Conferência de Bandung.
b) declínio dos nacionalismos africanos causado pelo final da Guerra Fria.
c) acirramento das guerras intertribais no processo de descolonização que não respeitou as características culturais do continente.
d) fim da dependência econômica ocorrida com as independências políticas dos países africanos, após a década de 50.
e) difusão da industrialização no continente africano, que provocou suas grandes desigualdades sociais.
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2. (Fuvest) As resistências à descolonização da Argélia derivaram essencialmente:
a) da reação de setores políticos conservadores na França, associados aos franceses que viviam na Argélia.
b) da pressão das grandes potências que temiam a implantação do fundamentalismo islâmico na região.
c) da iniciativa dos Estados Unidos que pressionaram a França a manter a colônia a qualquer preço.
d) da ação pessoal do general De Gaulle que se opunha aos projetos hegemônicos dos Estados Unidos.
e) da atitude da França que desejava expandir suas colônias, após a Segunda Guerra Mundial.
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3. William James Herschel, coletor do governo inglês, iniciou na Índia seus estudos sobre as impressões digitais ao tomá-las dos nativos nos contratos que firmavam com o governo. Essas impressões serviam de assinatura. Aplicou-as, então, aos registros de falecimentos e usou esse processo nas prisões inglesas, na Índia, para reconhecimento dos fugitivos. Já Henry Faulds, outro inglês, médico de hospital em Tóquio, contribuiu para o estudo da datiloscopia.
Examinando impressões digitais em peças de cerâmica pré-histórica japonesa, previu a possibilidade de se descobrir um criminoso pela identificação das linhas papilares e preconizou uma técnica para a tomada de impressões digitais, utilizando-se de uma placa de estanho e de tinta de imprensa.
Que tipo de relação orientava os esforços que levaram à descoberta das impressões digitais pelos ingleses e, posteriormente, à sua utilização nos dois países asiáticos?
a) De fraternidade, já que ambos visavam aos mesmos fins, ou seja, autenticar contratos.
b) De dominação, já que os nativos puderam identificar os ingleses falecidos com mais facilidade.
c) De controle cultural, já que Faulds usou a técnica para libertar os detidos nas prisões japonesas.
d) De colonizador-colonizado, já que, na Índia, a invenção foi usada em favor dos interesses da coroa inglesa.
e) De médico-paciente, já que Faulds trabalhava em um hospital de Tóquio.
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Gabarito
1. C
2. A
3. D