- (ENEM 2013)
“A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.”
MINAS GERAIS: Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em
Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.
Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas
A) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
B) perderam a relação com o seu passado histórico.
C) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
D) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
E) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.
- (ENEM 2009)
“Os melhores críticos da cultura brasileira trataram- na sempre no plural, isto é, enfatizando a coexistência no Brasil de diversas culturas. Arthur Ramos distingue as culturas não europeias (indígenas, negras) das europeias (portuguesa, italiana, alemã etc.), e Darcy Ribeiro fala de diversos Brasis: crioulo, caboclo, sertanejo, caipira e de Brasis sulinos, a cada um deles correspondendo uma cultura específica.”
MORAIS, F. O Brasil na visão do artista: o país e sua cultura. São Paulo: Sudameris, 2003.
Considerando a hipótese de Darcy Ribeiro de que há vários Brasis, a opção em que a obra mostrada representa a arte brasileira de origem negro-africana é:
3) (UERJ)
No final da década de 1950, a sociedade brasileira passava por transformações marcantes em diferentes áreas.
A letra da canção “Chiclete com banana” enfoca o seguinte elemento da conjuntura desse momento:
A) difusão da cultura estrangeira
B) diversificação da identidade étnica
C) valorização da pluralidade artística
D) expansão da dependência econômica
- Gabarito: C
O texto fala sobre a importância de entendermos que a herança cultural africana sobre a nossa cultura tem razões históricas e menciona que o processo cultural está sempre em movimento, sendo plural e complexo. Por isso, explica o texto, as nossas manifestações culturais de origem africana não são um mero resgate de um tempo longínquo, mas está associado ao fato de que o que nós somos está, também, ao povo negro.
O enunciado nos questiona acerca da análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira e o Candomblé. Vamos às alternativas:
Nas alternativas A e B, temos duas assertivas falsas, já que o texto considera tais manifestações parte do rosto cultural brasileiro e, além disso, defende que, por ser um processo histórico, não pode estar desconectado desse passado. Na alternativa C encontramos a resposta correta, já que ela traz a noção de interação cultural colocada em debate pelo texto.A alternativa D afirma que essas manifestações contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual. Considerando que o que acontece é exatamente o contrário, já que gera um contato mais estreito, essa alternativa está incorreta. Por último temos a também incorreta alternativa E, que apresenta uma analise de complexidade entre culturas não mencionada no texto.
2. Gabarito: A
Essa questão, do ENEM de 2009, vai direto ao ponto e pede a imagem, dentre as cinco, que representa a arte brasileira de origem negro-africana. A alternativa E traz um mosaico, que é de origem clássica (Greco-romana), o que a torna incorreta. As alternativas B e D trazem figuras geométricas trabalhadas de forma abstrata, assim como a alternativa C traz o imaginário urbano à tona, o que as torna incorretas, já que não representam a origem africana. A alternativa A traz essa representação, já que apresenta formas e figuras que lembram os signos ritualísticos das religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé.
3. Gabarito: A
A letra da canção “Chiclete com banana” critica a circulação cada vez mais difusa da cultura estrangeira sobre a cultura brasileira. Nos versos, o eu lírico, de forma irônica, se recusa a se curvar diante da cultura americana e a incorporá-la à nossa. Essa relação é contemplada pela alternativa A, que fala sobre a difusão da cultura estrangeira.