A filosofia medieval também é um tema cobrado no Enem. Sendo assim, se você está se preparando pro exame, não pode deixar de estudar o que pensavam os principais filósofos desse período.
E, como sempre, o Descomplica vai ajudar você nessa tarefa.
Preparamos esse resumo sobre filosofia medieval com tudo o que é importante pra turbinar sua preparação. Separamos, inclusive, algumas questões do Enem de outros anos pra testar seus conhecimentos.
Então, bons estudos!
Filosofia medieval: características
A filosofia medieval tem como palco principal a Europa, durante os séculos VIII e XIV. A Idade Média, período compreendido entre os séculos V e XV foi um período de expansão do cristianismo no chamado Velho Continente.
Este contexto histórico se refletia no pensamento filosófico. Havia uma inspiração na filosofia clássica e uma busca pela união entre razão e fé cristã. É preciso considerar que muitos filósofos deste período eram religiosos ou mesmo integrantes do clero.
Uma preocupação desses pensadores era a aplicação dos conceitos da filosofia grega ao cristianismo. Porém, sempre com o cuidado de não ir de encontro com a verdade divina, conforme relatada pela Bíblia Sagrada.
Quais eram os grandes temas da filosofia medieval
Dessa forma, conciliar o pensamento filosófico com o religioso pautava os grandes temas da filosofia medieval. Os pensadores do período tentavam compreender a existência de Deus e da alma humana e a relação entre a fé e a razão, por exemplo.
Também estavam entre os grandes temas da filosofia medieval a hierarquia entre a fé e razão, diferença entre corpo e espírito e entre Deus e homem.
Períodos da filosofia medieval
A filosofia medieval é tradicionalmente dividida em quatro etapas distintas:
Filosofia dos Padres Apostólicos
Esta corrente filosófica era predominante nos primórdios do cristianismo, entre os séculos I e III. A filosofia dos padres apostólicos buscava levar aos pagãos os ensinamentos de bases cristãs.
Seu grande representante é Paulo de Tarso, o apóstolo Paulo.
Filosofia dos Padres Apologistas
A partir do século III, a filosofia dos Padres Apologistas avançou, com o pressuposto da defesa da fé cristã. Os pensadores desta corrente pregavam que o cristianismo era um pensamento filosófico superior àquele desenvolvido pela filosofia greco-romana.
Filosofia patrística
A chamada filosofia patrística se desenvolveu entre os séculos IV e VIII. É ela que dá os primeiros passos no desenvolvimento de uma filosofia medieval. E esse movimento coincide com o início da expansão e crescimento da influência cristã pela Europa.
Os pensadores deste período eram influenciados por Platão. E acreditavam ser possível relacionar os ensinamentos do filósofo clássico ao que pregava o cristianismo.
Filosofia escolástica
Predominante entre os séculos IX e XVI, tinha como base o pensamento de Aristóteles. Os filósofos desta vertente acreditavam ser possível explicar a existência de Deus, da fé e da imortalidade a partir da razão.
Também se opunham a tudo que entrasse em conflito com os princípios da fé cristã, como o paganismo e a negação de Deus. O grande expoente da filosofia escolástica foi Tomás de Aquino.
Principais pensadores da filosofia medieval
A filosofia medieval se estendeu por um longo período histórico, ao longo do qual, muitos nomes se destacaram. Entre os filósofos deste período que é importante conhecer estão:
- Santo Agostinho
- Santo Anselmo
- Abelardo
- Tomás de Aquino
- Mestre Eckhart
- Duns Escoto
Questões sobre filosofia medieval
Agora que você já conhece as bases da filosofia medieval, que tal resolver algumas questões de provas anteriores?
1. (Enem 2019) De fato, não é porque o homem pode usar a vontade livre para pecar que se deve supor que Deus concedeu para isso. Há, portanto, uma razão pela qual Deus deu ao homem esta característica, pois sem ela não poderia viver e agir corretamente. Pode-se compreender, então, que ela foi concedida ao homem para esse fim, considerando-se que se um homem a usa para pecar, recairão sobre ele as punições divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre tivesse sido dada ao homem não apenas para agir corretamente, mas também para pecar. Na verdade, por que deveria ser punido aquele que usasse sua vontade para o qual ela Ihe foi dada?
AGOSTINHO. O livre-arbitrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de ética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta que a punição divina tem como fundamento o(a):
- a) desvio da postura celibatária.
- b) insuficiência da autonomia moral.
- c) afastamento das ações de desapego.
- d) distanciamento das práticas de sacrifício.
- e) violação dos preceitos do Velho Anglo.
2. (Enem PPL 2015) Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo Bem, quisessem admitir que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema de Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza.
AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado).
Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal porque:
- a) o surgimento do mal é anterior à existência de Deus.
- b) o mal, enquanto princípio ontológico, independe de Deus.
- c) Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza, má.
- d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal
- e) Deus se limita a administrar a dialética existente entre o bem e o mal.
3. (Enem 2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim.
AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de:
- a) refrear os movimentos religiosos contestatórios.
- b) promover a atuação da sociedade civil na vida política.
- c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum.
- d) reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística.
- e) dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual
Gabarito:
1 – B
2 – D
3 – C
Como foi seu desempenho? Já está preparado pra questões de filosofia medieval no Enem? Então, siga sua preparação aproveitando os materiais do nosso blog! Aproveite também para conhecer o Pré-Enem Descomplica!