Você conhece o termo “cultura organizacional”? Sabe por que ela é tão importante pra uma empresa?
Provavelmente, já deve ter ouvido falar que qualquer negócio precisa criar uma cultura organizacional forte. Todavia, alguns empreendedores não sabem o que significa e desconhecem a importância desse mecanismo pro bem-estar empresarial.
Contextualizando, o empreendimento seria como tijolos, enquanto a cultura organizacional seria a argamassa que o sustenta. Sendo assim, pra construir paredes sólidas, é preciso que esses dois elementos sejam de boa qualidade, certo? É isso ou “a casa cai”.
Agora, como você retrataria a atual cultura da empresa em que trabalha? Se ao pensar nisso não sabe por onde começar, está na hora de descobrir como é uma cultura organizacional eficiente.
Pensando nisso, neste artigo, vamos te ajudar a compreender o que é cultura organizacional, suas principais características e a importância dessa estratégia. Vem com a gente e fique por dentro!
O que é cultura organizacional?
A cultura organizacional se trata de um conjunto complexo de ações, crenças e valores que definem como uma empresa vai ser conduzida.
Pra uma melhor compreensão, vamos recordar o que significa a palavra “cultura”: é tudo que foi moldado pela história, costumes, conhecimentos e formas de agir que ao longo da existência social foi determinado pra cada grupo, nação ou região.
Dentro de um negócio, a sua lógica é a mesma. A cultura funciona como um roteiro da forma agir, se comportar e pensar. Isto é, os hábitos, práticas, princípios, comportamentos, crenças e políticas que são repassados pros funcionários.
Mas, você deve estar se perguntando o porquê de determinar uma cultura organizacional, já que ela não tem ligação direta com o público-alvo.
Simples, apesar de não estar relacionada diretamente com os clientes, ela trabalha a forma com que as estratégias e usuários são tratados. Por exemplo, basta pensar na frase “o cliente sempre tem razão”. Será mesmo que ele sempre tem razão?
Não adianta manter um usuário problemático, que falta com respeito aos funcionários e desmotiva todo o time, comprometendo até o desempenho e produtividade do empreendimento.
Nesse sentido, é preciso ressaltar que a cultura organizacional está relacionada com a motivação da sua corporação. Não pense que as pessoas são movidas por dinheiro, e que somente isso vai manter os colaboradores incentivados.
Ainda, pode parecer uma ideia nova, mas esse tema já é discutido há muito tempo, sendo abordado pelo autor Idalberto Chiavenato, um dos escritores mais respeitados quando assunto é administração de empresas.
Pra Chiavenato, a cultura organizacional tem a capacidade de promover a satisfação no trabalho, o desempenho e motivação dos colaboradores.
Quais são os 4 tipos de cultura organizacional?
Entendendo o seu conceito, cabe agora conhecer os tipos de cultura organizacional que definem cada modelo de negócio, confira!
1. Cultura do poder
Os negócios que operam de acordo com esse viés focam sua liderança em uma pessoa, que costuma ser o gerente ou o próprio empreendedor. O enfoque são os resultados e, por isso, é uma prática comum haver disputas entre os profissionais.
É um tipo de cultura frequente em pequenas empresas por conta do poder centralizado. Uma desvantagem desse modelo é a probabilidade de conflitos internos que diminuem o crescimento do negócio.
Além disso, os funcionários podem ter dificuldades pra desenvolver competências e habilidades, sobretudo porque há barreiras pra ideias inovadoras, seja em produtos, processos, seja em serviços.
A liderança costuma ser patriarcal, carismática e impulsiva, tendo uma grande tentativa de inspiração. No entanto, as recompensas são atribuídas conforme o nível de contato com o líder do empreendimento.
Nesse cenário, cada um pensa individualmente e o coletivo nem sempre é notado. Por conta disso, pode haver ausência de alguns princípios éticos e profissionais.
A empresa possivelmente vai crescer, mas existe um limite desse desenvolvimento, pois os conflitos podem impedir o alcance do sucesso.
2. Cultura de papéis
O ponto principal desse modelo é o desempenho dos colaboradores. Os processos são devidamente estruturados e devem ser seguidos.
Por exemplo, muitas empresas de grande porte optam por esse modelo a fim de trazer clareza pras suas atividades e evitar acidentes ou erros. Entretanto, são rígidos, inflexíveis e sem espaço pra sugestões de aprimoramentos ou ideias.
Consequentemente, esse tipo de cultura organizacional tende a ser lento pra execução de trabalhos. Os colaboradores ficam acomodados e não dão tanta importância pro crescimento da organização.
A liderança não oferece espaço pra que os seus colaboradores possam sugerir novas ideias. Esse contexto resulta na falta de interação e comunicação da empresa, profissionais e setores, trazendo problemas pra solução de imprevistos.
3. Cultura de tarefas
O objetivo desse modelo é ter colaboradores específicos pra execução de algumas tarefas de modo a agregar conhecimento. Os profissionais são voltados pra solução de problemas e são capazes de lidar com diversos tipos de situações.
Entre os atributos dessa cultura, está uma firma flexível, com o ritmo da organização dependente dos eventos cotidianos. Os funcionários têm mais autonomia e podem se sentir mais motivados. Nesse sentido, há mais satisfação nas tarefas cotidianas.
Ainda, a criatividade e inovação são bastante valorizadas, mais do que as regras, que podem não ser aplicadas dependendo do caso. Afinal, o foco são os resultados das atividades.
4. Cultura de pessoas
O que representa essa cultura são, principalmente, os funcionários. Eles são muito valorizados e vistos como o ponto-chave do negócio.
Esse modelo de cultura organizacional é muito comum em companhias novas, principalmente em startups, pois é pouco hierarquizado e o trabalho mais autogerenciado.
Nesse sentido, entre os tipos de cultura organizacional, este possui uma maior integração da empresa com os seus funcionários.
Com a gestão de pessoal, os colaboradores têm a oportunidade de crescerem profissionalmente. Eles costumam fazer sugestões e podem contar com um plano de carreira bem estruturado.
Os gestores trabalham visando reter talentos e buscam criar líderes pra continuar seu legado. Contudo, é essencial ter cuidado pra não esquecer outros aspectos fundamentais, como a infraestrutura e crescimento da organização.
Qual o objetivo da cultura organizacional?
A cultura organizacional procura identificar como os colaboradores compreendem as características do negócio onde trabalham. Esse mecanismo mostra os valores, crenças e metas da marca através das percepções de seus funcionários.
Pra que a cultura organizacional seja um guia com significado a ser mantido pela equipe, é necessário realizar uma análise profunda e definir quais elementos a companhia valoriza.
Existem alguns dados que, em conjunto, contam pra essência da cultura organizacional e, constatá-los é muito importante. Por exemplo, se os funcionários:
- são motivados a inovar e assumir riscos;
- analisam as atividades cotidianas;
- têm dedicação aos processos e resultados;
- apresentam competitividade entre si.
Uma cultura tem muita influência sobre as ações de seus colaboradores, e isso acaba reduzindo a rotatividade no empreendimento. A ligação entre os parceiros ajuda na transmissão de valores e a integrar novos membros.
O setor de recursos humanos tem um grande papel no desenvolvimento da identidade organizacional, por meio da seleção, recrutamento, desenvolvimento pessoal e treinamento de talentos.
As políticas de remuneração e ascensão de cargo também deixam claras as metas da organização e estimulam o desempenho dos trabalhadores, melhorando o diálogo interno.
Como identificar a cultura organizacional de uma empresa?
Agora que passamos pelos tipos de cultura organizacional, você deve ter uma ideia de qual estilo a empresa se encaixa.
No entanto, pra ter a confirmação exata, é preciso fazer um estudo mais aprofundado que permita definir o modelo do negócio corretamente. Pra esse processo, mostraremos alguns passos.
Estabeleça suas missões, visões e valores
A cultura organizacional é marcada por 3 elementos: missão, valor e visão. A missão que se refere ao motivo da existência da marca. A visão, o que deseja alcançar em determinado intervalo de tempo. Por fim, os valores representam as características que guiam as relações de trabalho.
Esses 3 aspectos oferecem o suporte que o negócio necessita, permitindo que ele se posicione no mercado. Dessa maneira, clientes e colaboradores devem ser informados sobre esse tripé, pra que todos tenham ações compatíveis com a cultura da firma.
Analise seus objetivos
As metas a serem alcançadas em curto e longo prazo contribuem pra definição da cultura organizacional do empreendimento, já que apresentam a integração dos funcionários com os valores almejados.
Identificar como os projetos internos são realizados, de que maneira os colaboradores reagem às mudanças e o que fazem pra cumprir as metas são pontos cruciais pra essa análise.
Além do mais, avaliar se os objetivos estão ajustados com o que representa a cultura do negócio é fundamental, caso contrário, será necessário revisá-los.
Conheça os diferentes níveis da cultura organizacional
A cultura da organização pode apresentar diversos níveis. Normalmente, há três camadas:
- artefatos: são os princípios notáveis, como o modo de falar, de se vestir e cumprimentar os companheiros. Através desse aspecto, é possível notar se o ambiente interno é mais liberal ou normativo, por exemplo;
- valores: são os fatores que orientam o trabalho, mas não são escritos, e sim repassados com o tempo;
- pressupostos: tratam-se das crenças que impactam as tarefas internas, apesar de não serem sempre perceptíveis.
Pra determinar as características culturais do empreendimento, o ideal é fazer uma análise das camadas acima. Desse jeito, é possível ter uma visão sistêmica e mais ampla.
Realize pesquisas internas
Essa é uma atividade que precisa estar incluída no mapeamento estratégico da cultura empresarial.
Pode ser aplicada por meio das avaliações de desempenho, que ajudam na verificação de alinhamento e as possíveis lacunas existentes entre as metas e o trabalho dos profissionais.
Ainda, as pesquisas internas permitem saber o nível de engajamento dos trabalhadores, o foco nas tarefas cotidianas e se o ambiente é muito competitivo. Com isso, fica mais fácil compreender qual a adesão da cultura organizacional.
Nesse contexto, é interessante também saber o porquê de os profissionais realizarem suas funções, de modo a verificar se o local é rodeado de conflitos e/ou incertezas.
A cultura organizacional apresenta qual a conjuntura da firma, que pode ser modificada, mas depende das estratégias e esforços do setor de RH.
Quais são as principais características da cultura organizacional?
Cada empreendimento tem valores específicos, pois é isso que os diferenciam. No entanto, existem elementos que toda cultura empresarial forte possui, e vamos apresentá-los!
Inovação
Inovação é, de forma geral, experimentar novas ideias, implementar estratégias originais e usar a criatividade em prol de atingir bons resultados no negócio. Não é à toa que é um dos termos mais utilizados no meio corporativo.
Esse fundamento é um grande aliado da cultura organizacional, já que promove a iniciativa e uma gestão mais comunicativa.
Motivação
Motivação e cultura organizacional são duas coisas que andam de mãos dadas, pois uma acaba levando a outra.
Nesse caminho, os valores que a marca possui afetam diretamente a forma como o colaborador se sente no dia a dia, então é essencial que exista um alinhamento entre os profissionais e a corporação.
Cuidado com as pessoas
Apesar de a cultura organizacional ser a identidade da companhia, ela também se trata das pessoas que fazem parte dela. Sem os parceiros que estão diariamente ali fazendo tudo funcionar, o conjunto de valores, regras, costumes e metas não fariam sentido.
Tolerância ao erro
Certamente, é essencial evitar erros no negócio. Entretanto, ninguém escapa de cometer equívocos.
Caso isso aconteça, eles devem ser rapidamente corrigidos. Apesar disso, as falhas também fazem parte do processo que vai conduzir a empresa pro sucesso.
Competitividade
Uma cultura consistente é vista como uma vantagem competitiva no mercado, afinal, os valores, costumes, atividades desenvolvidas e ações dos profissionais fazem com que a firma ganhe destaque no mundo corporativo.
Qual a importância da cultura organizacional?
É essencial que todos partilhem dos mesmos valores do negócio de modo a firmar uma harmonia entre os colaboradores e a organização.
Compreender e assimilar a cultura organizacional interfere no comportamento dos profissionais, estes que formam a imagem passada pro público-alvo, influenciando na aceitação e consumo dos serviços e/ou produtos da marca.
A construção de uma comunicação sólida por meio da cultura é um fator fundamental pro crescimento do empreendimento.
Um time coeso, que entende quais são as crenças internas, possui mais facilidade em otimizar os resultados da organização, bem como de se recuperar de uma crise. Existe uma unidade que compõe toda a corporação, que é a vontade de atingir os objetivos.
Uma cultura organizacional forte pode motivar os colaboradores e ajudá-los a crescer com o negócio, da mesma forma que a falta de uma cultura bem definida pode trazer problemas, como rotatividade de talentos, baixa produtividade e absenteísmo.
Ao apreender o que é e qual o papel da cultura organizacional, a gestão tem mais chances de compreender e promover esse conceito internamente, possibilitando uma melhor produtividade.
Quais são os benefícios de contar com esse mecanismo?
Já sabemos a importância de uma cultura forte e bem definida. Agora, é interessante conhecer alguns dos benefícios de contar com esse conceito.
Retenção de talentos
Uma vantagem interessante da cultura organizacional é a atração de capital humano qualificado, um dos elementos mais importantes pros resultados do negócio, como também é um fator essencial pra retenção de talentos.
Desse modo, garantir bons salários é fundamental, mas atualmente os colaboradores também buscam ambientes onde possam se desenvolver, evoluir e conservar a saúde mental, por exemplo.
É imprescindível que os valores oriundos da cultura sejam completamente compatíveis com o negócio, já que quando não há essa integração, os profissionais podem perceber a diferença com a realidade vivida e as chances de não se comprometerem serem maiores.
Ambiente de trabalho harmônico
A cultura organizacional desenvolve o comportamento humano nas instituições, apresentando o caminho pra melhorias e mudanças, guiando as escolhas e preparando a marca pro futuro.
Ao criar um espaço que promova uma competição saudável, dando apoio aos objetivos pessoais de seus funcionários enquanto almeja alcançar as necessidades do negócio, é possível ter um ambiente harmônico que estimula a produtividade.
Autogerenciamento
As equipes que possuem uma cultura sólida e bem definida são mais autônomas e a gestão não precisa se preocupar emrepetir regras e condutas, já que todos as incorporaram em seus comportamentos.
Pertencimento
Uma cultura forte consegue gerar identificação com os objetivos da empresa e o sentimento de envolvimento entre os times de forma que se sintam importantes pra atingir os propósitos do empreendimento.
Com isso, fica mais fácil alcançar as metas e diminuir as divergências internas, pois a sensação de pertencimento tende a gerar união entre os trabalhadores.
O que a falta de uma cultura sólida pode causar?
Quando a marca não tem uma cultura organizacional forte, com objetivos, valores e missões que direcionam o trabalho dos parceiros, isso pode impactar negativamente o ambiente corporativo, sendo um obstáculo pro crescimento da empresa.
Por conseguinte, tal fato pode acarretar um espaço negativo com competição exagerada entre os colaboradores, fofoca, hierarquias e gestores atuando como ditadores no lugar de líderes.
Essas situações resultam em times estressados, desmotivados, cansados e pouco produtivos. Sendo assim, é crucial ficar atento aos sinais de uma cultura frágil.
Quais são os principais sinais de uma cultura negativa?
Existem indicadores que alertam quando uma cultura não vai bem. Conheça alguns deles.
Falta de flexibilidade
O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é um dos atributos mais valorizados atualmente. Todo profissional pode necessitar de algumas horas do expediente pra cuidar de assuntos particulares, como ir ao médico.
Logo, oferecer uma margem de flexibilidade ao funcionário é uma questão de empatia. Se isso não ocorrer, é um dos sinais de uma cultura negativa.
Cada vez mais, os empreendimentos estão avaliando seus colaboradores pelos resultados que concedem e não pelo tempo que ficam no escritório.
Horários mais flexíveis e home office já são uma realidade pra diversas empresas, e a tendência é que essas práticas aumentem.
Levando isso em consideração, é preciso que toda marca adapte sua cultura pra esse novo panorama. Do contrário, vai ser difícil criar uma relação com os profissionais e reter os melhores talentos.
Insatisfação com a gestão
Outro alerta de uma cultura negativa é a insatisfação com os líderes da firma. Muitos gestores fazem o uso exagerado da autoridade, criando um clima tenso no local de trabalho. Algumas atitudes que podem causar um ambiente tóxico são:
- sobrecarregar o time;
- fazer comentários sexistas, preconceituosos e constrangedores;
- falta de firmeza;
- não dar espaço pra feedbacks e diálogos.
O bom gestor é aquele que se comporta de forma contrária às condutas citadas. É crucial inspirar, valorizar e fazer com que o time cresça profissionalmente, como também criar um ótimo relacionamento com todos os membros da sua equipe.
O líder precisa ter em mente que é um modelo pros colaboradores: seja bom, seja mau exemplo.
Excesso de individualismo
Ambientes muito competitivos produzem um individualismo desnecessário por parte dos profissionais, o que pode prejudicar o trabalho coletivo.
Por exemplo, se uma empresa premia seus funcionários apenas quando entregam resultados, ela pode enfrentar problemas. Alguns parceiros podem ultrapassar barreiras morais e éticas pra receberem visibilidade.
Nesse cenário, outros funcionários vão começar a esconder informações pra se proteger, se tornando até mesmo menos participativos. Tudo isso faz com que a companhia perca o respeito e a confiabilidade.
Assim, o ideal é estimular um ambiente colaborativo, onde a equipe tenha destaque acima de seus feitos individuais.
Falta de transparência
Diversos empreendimentos vendem uma cultura cativante e fazem promessas antes mesmo de contratar o funcionário. Identificado com essa imagem, o profissional aceita a oferta com grandes expectativas.
Todavia, no dia a dia, ele descobre que a prática difere da teoria. Esse discurso falso no local de trabalho gera a sensação de ilusão, o que colabora pro crescimento de uma cultura frágil.
Quando isso ocorre, tudo o que os líderes falam perde valor, e os parceiros se sentem menos motivados pra trabalhar.
Nesse sentido, é vital agir conforme a cultura da empresa, demonstrar com políticas e ações o DNA que trouxe o colaborador pra aquele cargo, fazendo com que ele se identifique com a escolha que fez.
Agora, você entende o que é, quais as características e a importância da cultura organizacional pra empresas, além de outras informações interessantes sobre o tema.
Chegamos ao fim do artigo, mas se você deseja continuar estudando sobre o assunto, confira a nossa Pós-Graduação em Gestão de Pessoas e alavanque a sua carreira!