Pode parecer estranho, mas você sabia que o Brasil foi predominantemente rural até 1950? Essa mudança do “campo” para a “cidade” aconteceu rapidamente, após a Revolução de 1930. Entender como aconteceu a urbanização no Brasil e quais são os impactos disso é essencial para quem vai prestar o Enem, então, se liga no nosso resuminho!
O processo de urbanização no Brasil é assunto recorrente no Enem, especialmente na disciplina de Geografia. Isso porque, antes, o país era considerado agrário, com predomínio de população no meio rural até quase metade do século XX.
Quer sacar tudo sobre urbanização no Brasil e como esse processo impactou os dias de hoje? Saiba tudo a seguir!
O que é urbanização
Urbanização significa um aumento da população urbana em relação à população do campo. Ela é derivada do aumento no ritmo de crescimento da população urbana em relação à rural.
Alguns sinais de urbanização incluem a instalação de equipamentos urbanos, como energia elétrica, água e esgotos, pavimentação, estradas, equipamentos transmissores de informação, transportes coletivos, escolas, hospitais, comércio e outros serviços.
Uma das consequências da urbanização é uma sociedade industrial, com relações de trabalho tipicamente industrial, incluindo assalariamento; especialização e divisão do trabalho.
Processo de Urbanização no Brasil
A urbanização fica mais acentuada no Brasil no século XX. Em 1940, segundo pesquisas da época, 69% dos brasileiros viviam no campo, contra 31% nas cidades. No Censo Populacional de 1960 é que as cidades passam à liderança em relação ao campo. Em 2010, 84% dos brasileiros já viviam nas cidades.
O processo que levou à urbanização teve início em 1930. Até então, o poder estava com as oligarquias, nas mãos de grandes latifundiários e seus representantes. Foi depois dos anos 30, com Getúlio Vargas, que começa o processo da nova industrialização do país.
As principais mudanças trazidas pela urbanização no Brasil incluíram uma relação de trabalho assalariado com registro em carteira e direitos trabalhistas, uma nova forma de utilização do espaço, construção de estradas, incentivo à produção e ao consumo.
Desde Vargas, passando por Marechal Dutra (1946-1951); Getúlio Vargas novamente (de 1951 a 1954) e Juscelino Kubitschek, de 1955 a 1961, as cidades emergiram como centro para o convívio social e as atividades socioeconômicas em todo o país.
Fatores responsáveis pela Urbanização Brasileira
A extrema concentração fundiária herdada do processo de colonização, além das péssimas condições de vida existentes na zona rural, em função da estrutura fundiária bastante concentrada, baixos salários, falta de apoio aos pequenos agricultores, arcaísmo e técnicas de cultivo foram os principais agentes motivadores da migração campo-cidade.
O processo de industrialização, especialmente em alguns estados do Centro-Sul, também motivou a migração para as grandes cidades, que passam a polarizar a economia do país.
Outros fatores incluem a modernização do processo produtivo no campo, a integração nacional pós-50, que com o surgimento das rodovias, assim como a difusão dos valores urbanos através dos meios de comunicação como o rádio e a televisão.
Rede urbana no processo de urbanização
No processo de urbanização brasileiro, surgiram equipamentos funcionais que garantem maior conforto para a população. A oferta de uma malha viária, rede de comunicações (jornais, rádio, televisão), lazer, serviços públicos ligados à saúde, segurança e educação, entre outros, determina as cidades. Por conta dessa diferenciação, as cidades polarizam outras cidades de forma desigual.
O conceito de hierarquia urbana surge aqui, com o grau de sofisticação do setor secundário e terciário de uma cidade, aliado ao contingente populacional.
No Brasil, podemos considerar os graus de polarização da seguinte maneira:
Metrópoles globais: suas áreas de influência ultrapassam as fronteiras de seus estados, região ou mesmo do país. Alguns exemplos incluem São Paulo e Rio de Janeiro.
Metrópoles nacionais: encontram-se no primeiro nível da gestão territorial, sendo foco para centros localizados em todos os pontos do país. Exemplos incluem São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Metrópoles regionais: segundo nível da gestão territorial, exercendo influência na macrorregião em que se encontram. São metrópoles regionais Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Goiânia, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Manaus.
Conurbação: quando duas ou mais cidades, por conta do crescimento populacional e expansão horizontal da cidade, confundem seus limites físicos e de serviços. Um exemplo é a região do ABC paulista.
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