Não perca uma redação da FUVEST comentada e aprenda como arrasar ao fazer a sua!
E aí, pessoal, tudo bem?
Estamos finalizando o nosso conteúdo de redação, e nada melhor do que começar a analisar algumas redações exemplares, explorando cada um dos parágrafos com base em tudo o que aprendemos ao longo de todo o ano. Vamos juntos? A primeira redação é da FUVEST, de 2000, e a proposta você encontra aqui. O texto recebeu nota 10 neste vestibular. Veja:
O valor da língua nacional
COMENTÁRIO: O título, apesar de simples, segue aquilo que sempre discutimos: sintetiza, sugestivamente, a redação, o ponto de vista do texto. Aponta, já na primeira linha, certa importância que será dada à língua nacional. É considerado, então, um bom título.
Um dos aspectos culturais mais importantes de um povo é a sua língua. É através dela que são trocados valores, conhecimentos, ideias, enfim, é com o seu uso que as pessoas de uma nação criam e fixam a sua própria cultura. O seu enfraquecimento pode indicar uma desvalorização da cultura nacional. Esse tipo de enfraquecimento deve ser combatido, pois é o primeiro passo para o fim dessa mesma nação.
COMENTÁRIO: Com ideias universais, o primeiro parágrafo de desenvolvimento propõe, já no seu tópico frasal, a importância da língua na construção de um povo, de seus valores, conhecimentos, ideias, de sua cultura. Ao mesmo tempo, mostra uma provável consequência de sua desvalorização, o que ajuda a fundamentar, de forma bem interessante, as ideias apresentadas ao longo do parágrafo. O tópico frasal se mostra muito bem definido, no primeiro período, e a fundamentação dessa ideia foi construída de forma bem consistente.
A língua de um povo pode ser como o seu “medidor cultural”. Uma sociedade que valoriza a sua própria linguagem faz o mesmo com a sua cultura. Isso é importante porque é essa valorização que fortalece o país, e o que é a cultura senão a identidade de uma nação. Aqueles que não possuem essa identidade ou que não conseguem impô-la aos outros são alvos fáceis de dominação. Para que se comprove isso, basta observar o próprio passado do Brasil: os índios que aqui habitavam não conseguiram impor a sua língua e costumes aos colonizadores portugueses, sendo assim dominados e até mesmo escravizados por eles.
COMENTÁRIO: O segundo parágrafo de desenvolvimento constrói de forma muito inteligente uma relação de dependência entre a língua e a cultura de um povo. Depois de um tópico frasal também muito bem definido, fundamenta suas ideias com premissas também mais universais e uma comparação histórica, que traz conhecimentos de outras áreas para o texto. É um ótimo parágrafo.
Um povo que pretende sobreviver culturalmente deve aprender a dar valor à sua língua. Nos dias atuais, o Brasil parece reviver o cenário existente na época da sua colonização. Apesar de se utilizarem de táticas menos agressivas que os colonizadores portugueses, os grandes países capitalistas, especialmente os EUA, tentam dominar o território brasileiro. Uma delas é uma acobertada supressão da cultura nacional, que pode ser observada através de uma utilização cada vez mais frequente de expressões estrangeiras no dia a dia dos brasileiros. Se isso não for combatido, principalmente pela própria sociedade brasileira, pode não demorar muito para que o Brasil seja “recolonizado”.
COMENTÁRIO: Na mesma linha de raciocínio, provando a coerência do texto, reafirma a questão da dependência entre língua e cultura e traz para a atualidade a questão da colonização, mostrando a dominação de línguas estrangeiras sobre o Brasil. O uso dessa relação traz um tom de consequência que, assim como no primeiro parágrafo de desenvolvimento, constrói argumentos bem consistentes e necessários.
Para resistir ao tempo e a possíveis investidas exteriores, uma pátria precisa, acima de tudo, ter uma cultura forte. Uma das maneiras de observar esse fortalecimento é ver como essa mesma pátria cuida da sua língua. O processo de globalização cultural existente atualmente torna essa valorização cada vez mais importante. Portanto, se a nação brasileira não aprender a dar importância à sua língua e à sua cultura, essa poderá, seja longo ou curto prazo, passar a existir somente nos livros de História.
COMENTÁRIO: Apesar de não apresentar um conectivo conclusivo, o tom de conclusão fica evidente no último parágrafo. Depois de uma retomada clara da tese apresentada na introdução, amplia as fronteiras do texto com uma reflexão importante, mais profunda, dando importância ao tema. Por fim, traz a questão dos livros de História para a redação com o objetivo de mostrar o valor que a língua tem na construção da história de um povo e fechando, de forma criativa, o texto nota 10.
E aí, gostou dessa redação? Boa e simples! É importante que você tenha contato com textos mais simples e, ainda assim, muito bons. Isso mostra que você pode sim chegar à nota 10 com estudo e esforço. O conhecimento você já tem. Falta treinar. Vamos fazer uma redação?
Bom texto e bom 1000!