O nome vírus vem do latim e significa “veneno” ou “toxina”. Foi descoberto em 1982 pelo botânico russo Dimitri Ivanovsky ao pesquisar sobre uma doença presente nas folhas de fumo, conhecido como mosaico do tabaco. A descoberta foi possível devido ao desenvolvimento do microscópio eletrônico.
Desde a sua descoberta, os vírus se tornaram um grande problema para os cientistas do que seria o conceito de vida e até hoje há debate para colocar ou não os vírus como seres vivos.
1. Características dos vírus
Os vírus possuem características únicas que diferem de outros organismos. Dentre as características marcantes estão:
- São acelulares: diferentemente dos organismos que conhecemos, os vírus não possuem célula, ou seja, não possuem membrana plasmática delimitando a célula e estruturas celulares como ribossomos. Estes são dotados apenas de material genético e um capsídeo proteico;
- Sem metabolismo: os vírus não possuem metabolismo próprio e por isso necessitam utilizar o metabolismo de uma célula hospedeira para poderem reproduzir. Assim, os vírus são classificados como parasitas intracelulares obrigatórios;
- Mineralização: os vírus fora da célula são inertes, alguns podendo cristalizar como se fossem sais minerais;
- Material Genético: existem vírus que possuem material genético como DNA ou RNA. A exceção é o citomegalovírus que possui tanto DNA, quanto RNA em seu capsídeo;
- Mutação e Evolução: os vírus são seres com grande facilidade para reprodução e mutação, o que traz variabilidade genética. Também podem evoluir juntamente com o hospedeiro ao longo do tempo.
Outras definições de vírus
- Vírion: nome dado a partícula presente fora da célula hospedeira;
- Vírus: nome dado a partícula presente dentro da célula hospedeira;
- Vírus Envelopado: são vírus que possuem em sua estrutura um capsídeo proteico, material genético e uma membrana lipídica (herdada de uma célula hospedeira);
- Vírus Não Envelopado: são vírus que possuem em sua estrutura somente um capsídeo proteico e o material genético.
- Viroides: possuem apenas material genético (RNA) em forma circular, sem capsídeo. Não consegue ser encontrado fora da célula hospedeira como os vírus;
- Virusoides: possuem apenas material genético (RNA), mas se propaga através de um capsídeo de outro vírus.
2. Classificação dos vírus
Os vírus podem ser classificados de acordo com o tipo de material genético encontrado e a forma que utiliza o metabolismo da célula hospedeira para a reprodução. São eles:
- DNA vírus: são vírus que possuem DNA como material genético. Eles podem realizar o ciclo lisogênico, acoplando o seu DNA ao da célula hospedeira, não realizando o processo de reprodução. Também são capazes de realizar o ciclo lítico, onde começam a utilizar o metabolismo da célula hospedeira para a produção de novos capsídeos e DNA até estourar a célula hospedeira.
Exemplos de doenças causadas por DNA vírus: catapora, varíola, herpes e hepatite B.
- Retrovírus: são vírus que possuem RNA como material genético, mas sintetizam DNA à partir de seu RNA viral através da enzima transcriptase reversa.
Exemplos de doenças causadas por retrovírus: vírus HIV e HTLV.
- Vírus RNA replicantes: são vírus que possuem RNA como material genético e produzem novos RNA no citoplasma da célula hospedeira. Podem ser divididos em:
- Vírus RNA replicantes de cadeia positiva: neste vírus, o seu RNA já funciona como RNA mensageiro, podendo realizar a tradução em proteínas através da enzima RNA polimerase dependente de RNA. São exemplares os vírus que causam febre amarela, zika e dengue.
- Vírus RNA replicantes de cadeia negativa: estes vírus possuem a enzima RNA replicase que faz um molde de RNA complementar ao RNA do vírus. Este RNA complementar funcionará como RNA mensageiro, podendo realizar a tradução em proteínas. São exemplares os vírus que causam poliomielite e gripe.
- Arbovírus (“ARthropod BOrne VIRUSes”): é um nome genérico dado aos vírus que são transmitidos por artrópodes, como por exemplo mosquitos. O termo arbovírus não é incluído na classificação taxonômica de vírus. Isto é, vírus de famílias e até mesmo de ordens diferentes poderão ser denominados arbovírus. Exemplos de doenças causadas por arbovírus: febre amarela, zika e dengue.
3. Viroses
Devido as suas características de não possuir metabolismo próprio e ser um parasita intracelular obrigatório, pode causar doenças em humanos. Existem diferentes formas de transmissão viral:
- Ar: gripe, resfriado, pneumonia, meningite, catapora (varicela), sarampo, caxumba, rubéola, mononucleose, citomegalovirose, varíola
- Fluidos corporais: ebola
- Água: disenteria (rotavírus), hepatite A
- Animais: raiva (transmitido por morcego, cão e gato)
zika, chikungunya e dengue (transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti)
febre amarela (transmitido pelos mosquitos Sabethes sp., Haemagogus sp. e Aedes Aegypti)
- Relações sexuais (IST): HIV, herpes genital, condiloma genital (HPV), hepatite B e C
4. Medicamentos e vacinas
Existem medicamentos, os chamados antivirais, que podem ser utilizados para inibir a replicação viral, atenuando a ação do vírus nas células hospedeiras. São utilizados geralmente para o HIV, vírus da herpes, catapora, citomegalovírus, hepatite B, hepatite C e influenza A e B.
As vacinas por sua vez tem ação preventiva, gerando memória imunológica contra alguns vírus. Existem diversas vacinas que atuam contra a Raiva, Febre amarela, dengue, poliomielite, hepatite A e B, gripe e HPV.
As vacinas mais comuns são:
- Tríplice viral: atua na imunização contra sarampo, caxumba e rubéola;
- Pentavalente: atua na imunização contra difteria, tétano, coqueluche, meningite e a hepatite B;
- Hexavalente: atua na imunização contra difteria, tétano, coqueluche, meningite, hepatite B e poliomielite.
OBS.: difteria, tétano e coqueluche são doenças bacterianas.
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