Olá, galera. Nessa redação que fiz (Tema UFRH 2007 – http://pt.scribd.com/doc/16617317/prova-de-redacao-ufrj-2007) me utilizo largamente da PRIMEIRA PESSOA DO PLURAL sem que isso dê pessoalidade ao texto, e sim como ferramenta pra me incluir entre os seres humanos. Percebam como o texto não parece pessoal por isso. Também frisei os tópicos frasais em cada parágrafo e a minha tese na Introdução pra que vocês tenham o costume de reconhecer isso na redação de vocês também. Depois da redação, segue o brainstorm da mesma.
Riso: barato e sem receita
À medida que vamos crescendo e nos tornando adultos, temos tendência a construir uma máscara social que permita nossa aceitabilidade e convívio digno na sociedade. Essa máscara, infelizmente, faz com que nós mesmos acabemos por nos levar a sério de forma doentia, com auto-crítica ferrenha e muita exigência diante dos desafios cotidianos. Esses desafios, se não superados, geram dor e frustração e, nesses momentos, muito dificilmente nos lembraremos do remédio popular mais barato do mundo: o riso. Esse esquecimento é comprovado com o dado de que um bebê ri 400 vezes por dia, enquanto um adolescente ou adulto ri apenas 17.
Há entre os crescidos, entretanto, uma forma diferente de rir: o deboche, o escárnio, o sarcasmo, e até mesmo o conhecido “bullying”. Essas ferramentas são recursos de distanciamento do outro na medida em que nos colocamos em um patamar superior, do qual podemos observar o outro e rir de suas escolhas, de suas roupas, de sua vida. Essa forma de rir é corrosiva e gera um afastamento psicológico do próximo, que pode desencadear, naquele que debocha, um profundo sentimento de solidão e amargura, além dos danos emocionais causados ao outro. O riso, como tudo, também tem suas contra-indicações.
Por outro lado, encontrar mais situações que nos façam rir é um exercício espiritual, porque gera um desapego da matéria e das situações que consideramos tão importantes – para nós e para os outros. Rir de si mesmo e do fracasso, principalmente, são auto-desafios que podem nos mostrar o quanto damos valor a situações que são, como sempre, passageiras e contornáveis.
Portanto, percebemos que o riso é um exercício muito sério, que pode nos levar a observar e repensar nossa personalidade em sociedade e encarar a vida de uma forma mais leve. Pode diminuir, inclusive, o risco de inúmeras doenças de origem nervosa. E é um remédio sem receita: não vende na farmácia e não se ensina, só se aprende.
Tese: Rir é barato e não tem receita – não vende na farmácia e não se ensina, só se aprende.
Esquema de topicalização dos argumentos:
– os adultos riem menos que as crianças porque se levam mais a sério, portanto, se estressam mais
– a tendência à ironia e ao deboche é marca de superioridade numa sociedade repleta de diferenças de escolhas, mas acaba por gerar distanciamento e amargura
– o riso é saudável e é a terapia mais barata contra o esmagamento das responsabilidades cotidianas, bem como uma forma de aproximação consigo mesmo
Conclusão: praticar a tarefa de rir mais diariamente é um dever que pode ser levado como exercício de terapia e de auto-observação, a fim de ampliar a quantidade de situações que nos levam ao riso e descomprimem nossas tensões, tanto físicas como emocionais.
Um beijo!! 🙂
Carol Turboli