Olá pessoal,
Depois da minha ausência de alguns dias, por causa de alguns problemas familiares, estou de volta com tudo! Como prometi no último post, vim hoje mostrar mais uma redação pronta. Desta vez, trouxe uma carta argumentativa, fruto de um pedido de uma leitora. A proposta era: fazer uma carta aberta à população sobre os direitos das mulheres. Seguindo os critérios de grande maioria das bancas de vestibulares, assinei como “uma brasileira” por um simples motivo: não devemos, NUNCA, assinar uma prova de vestibular. Se o fizermos, corremos o risco de termos nossa prova zerada.
Nos próximos posts, falaremos dos mais diversos gêneros textuais para, lá na frente, focarmos nas dissertações. No entanto, não podemos nos esquecer dos demais, pois eles também são exigidos em vestibulares em todo o Brasil.
Continuem deixando suas dúvidas e sugestões!
Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 2011
À população brasileira,
Há muitos anos as mulheres lutam pelos seus direitos, e vêm conseguindo inegáveis avanços. Para que, hoje, possamos votar, trabalhar e usar calças jeans, muito sutiã teve que ser queimado em praça pública. Hoje, no auge de nossas independências, somos diretoras de grandes empresas multinacionais, engenheiras renomadas, grandes cirurgiãs, artistas, e ainda somos mães e esposas. Somos o que há de contemporâneo, de avançado, super heroínas do dia a dia que se desdobram em mil para atender às nossas próprias exîgências, e as da sociedade. Ninguem quer, afinal, menosprezar tanta luta, tanto sacrifício, tanto tempo querendo provar que podemos ser o que bem entendermos. Sou mulher e, assim como os meus deveres, tenho os meus direitos.
No entanto, existe um véu que cobre, ainda, todo esse avanço. Na grande maioria das vezes, isso é somente aos nossos olhos. Valorizamos cada conquista, cada meio centímetro percorrido a caminho da independência porque ela é nossa. Mas para os homens, para muitos deles, ainda somos, somente, mulheres. Seres difíceis de se entender. Ainda apanhamos, é verdade. Literalmente ou não. Muitas de nós morrem todos os dias, fruto da violência doméstica, da mão pesada daquele parceiro que escolhemos para amar. Morremos, também, de pouquinho em pouquinho com agressões verbais, descasos, desinteresses. Não é fácil ser mulher. Mais difícil ainda é lutar pelos nossos direitos, uma vez que, embora possamos gritar, nossa voz continua sendo abafada pelo machismo, patriarcalismo, e pelo preconceito.
Quem por nós? Nós mesmas. Quem contra nós? Todo resto. Feminismo já é ultrapassado, vitimização mais ainda. Sutiãs não precisam mais ser queimados. A sexualidade não precisa mais ser conquistada. Os direitos a trabalhar e a votar, também não. Isso tudo já foi alcançado. Acima de tudo, conquistamos o livre-arbítrio. Escolhemos nossas escolhas. Pelo que lutar agora?
Lutemos pela dignidade reconquistada. Pela coragem de nos queixarmos dos maus tratos. Pelo fim do massacre do que nos resta de mais precioso: nosso feminino, nosso lado que quer gritar, que quer justiça para aquelas de nós que perdem a vida em represas, em sítios, em qualquer esquina desse país. Quanto tempo mais ficaremos esperando? Não proponho feminismo. Não proponho nenhum tipo de superioridade. Proponho denúncia, atenção e ajuda mútua. Igualdade. Gênero é muito mais do que sexo. É atitude.
Atenciosamente,
Uma brasileira.