Modelo de Redação: A questão do índio no Brasil contemporâneo
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Quer saber como ficaria uma redação mediana sobre esse tema? Confira:
Durante o Romantismo, no século XIX, a figura do índio foi apresentada de forma heroica na poesia, afim de associa-la à construção de um sentimento nacionalista. No entanto, nota-se que tal imagem é superficial e, em verdade, foi consolidada apenas no plano literário e não no âmbito social. Neste sentido, faz-se preciso reavaliar o seu espaço e importância, visto que a cultura indígena é parte constituinte de nossa identidade.
Primeiramente, o reflexo histórico contribuiu para que os índios perdessem seu espaço e fossem subjulgados pelo uso da violência. No século XVI, a imposição dos portugueses sobre os nativos se deu a partir de várias formas: pelo catolicismo, pela natureza e pelo uso da língua portuguesa. Essas ações de violência contribuíram para o contínuo extermínio da cultura indígena e, hoje em dia, alguns cidadões ainda possuem uma visão estereotipada desses grupos.
A luta pelo território tornou-se um problema cultivado pelas relações de poder e o agronegócio, que é uma das principais movimentações econômicas do país, se sobrepõe a cerca dos territórios indígenas, com o intuito de obterem mais lucros e expandirem as suas fronteiras, fazendo com que os Direitos Constitucionais não prevaleçam como deveriam. Conclui-se que a bancada ruralista vem tomando as terras dos índios.
A valorização do índio é imprescindível para alterar o cenário atual. Para alterar os pré-conceitos sobre os nativos, a Escola deve reforçar as aulas de sociologia e história, que ajudarão os alunos a pensar sobre o tema. Ademais, a mídia em parceria com a FUNAI pode propagar campanhas de conscientização e o Governo deve proteger os territórios indígenas, demarcando suas áreas para a sua preservação e punir aqueles que tentarem ferir os direitos humanos.
Análise da redação
Introdução
Durante o Romantismo, no século XIX, a figura do índio foi apresentada de forma heroica na poesia, afim de associa-la à construção de um sentimento nacionalista. No entanto, nota-se que tal imagem é superficial e, em verdade, foi consolidada apenas no plano literário e não no âmbito social. Neste sentido, faz-se preciso reavaliar o seu espaço e importância, visto que a cultura indígena é parte constituinte de nossa identidade.
Comentário:
A contextualização poderia ser mais aprofundada, sabe-se que o movimento literário Romântico possui várias características. Por exemplo, no Brasil, sua poesia é dividida em três gerações, qual delas seria a referente ao índio? Além disso, o termo “afim”, no contexto em questão significa afinidade e o correto, para apresentar a ideia de finalidade seria “a fim”. Um outro ponto pertinente é sobre a abordagem do tema, que pede para tratar do índio na contemporaneidade, mas não há nenhum tipo de referência aos dias atuais.
Sugestão de reescritura:
Na 1ª Geração do Romantismo, no século XIX, criou-se uma imagem do índio de forma heroica na poesia, a fim de associá-la à construção de um sentimento nacionalista no Brasil. No entanto, nota-se que tal imagem é superficial e, em verdade, foi consolidada apenas no plano literário e não no âmbito social, uma vez o índio, na contemporaneidade, muitas das vezes, ainda é marginalizado e até esquecido pela população. Neste sentido, faz-se preciso reavaliar seu espaço e importância nos dias atuais, visto que a cultura indígena é parte constituinte de nossa identidade.
Desenvolvimento 1
Primeiramente, o reflexo histórico contribuiu para que os índios perdessem seu espaço e fossem subjulgados pelo uso da violência. No século XVI, a imposição dos portugueses sobre os nativos se deu a partir de várias formas: pelo catolicismo, pela natureza e pelo uso da língua portuguesa. Essas ações de violência contribuíram para o contínuo extermínio da cultura indígena e, hoje em dia, alguns cidadões ainda possuem uma visão estereotipada desses grupos.
Comentário:
É preciso ter atenção aos erros gramaticais existentes: “subjulgados” e “cidadões”. A conjugação correta do verbo subjugar é subjugados e o plural de cidadão é cidadãos. Além isso, ainda que haja uma alusão histórica sobre o período colonial, não houve um aprofundamento das informações apresentadas. É preciso explicar como se deu a imposição do catolicismo e dos outros itens citados, relacionando-os com o tema, para que o segundo período não fique muito expositivo. Outro ponto no texto é que a expressão “hoje em dia” tornou-se muito clichê para ser utilizada em redações.
Sugestão de reescritura:
Primeiramente, o reflexo histórico contribuiu para que os índios perdessem seu espaço e fossem subjugados pelo uso da violência. É sabido que desde o século XVI, momento em que começa o processo colonizador no Brasil, a imposição de portugueses sobre os nativos se deu a partir da opressão: a sobreposição do catolicismo sobre as religiões já existentes, a exploração da natureza para fins comerciais e a imposição da língua portuguesa sobre as variações linguísticas indígenas. Essas ações acarretaram no contínuo extermínio acerca de sua cultura e, inclusive, fizeram com que, hoje, alguns cidadãos tenham uma visão estereotipada e, até, folclórica desses grupos.
Desenvolvimento 2
A luta pelo território tornou-se um problema cultivado pelas relações de poder e o agronegócio, que é uma das principais movimentações econômicas do país, se sobrepõe a cerca dos territórios indígenas, com o intuito de obterem mais lucros e expandirem as suas fronteiras, fazendo com que os Direitos Constitucionais não prevaleçam como deveriam. Conclui-se que a bancada ruralista vem tomando as terras dos índios.
Comentário:
Não há conectores entre os períodos, interligando as ideias apresentadas e, tampouco, no início do parágrafo de desenvolvimento. Além disso, é importante perceber que não há a existência de um tópico frasal, ou seja, aquele que apresenta uma síntese do argumento que será discutido ao longo do parágrafo e o termo “a cerca” foi escrito de forma errônea, sendo o correto: acerca. Outro ponto que deveria ser aprofundado seria a apresentação dos Direitos Constitucionais, a informação ficou “solta” e o uso do termo “conclui-se”, em pleno parágrafo de desenvolvimento, deve ser evitado.
Sugestão de reescritura:
Além disso, a luta pelo território tornou-se um problema cultivado pelas relações de poder. O agronegócio é uma das principais movimentações econômicas do país, no entanto, há fazendeiros que, com o intuito de obterem ainda mais lucros, expandem as suas fronteiras agrícolas a regiões destinadas aos índios, o que resulta em conflitos violentos e na perda do território indígena. Tal fato contraria os Direitos Constitucionais, que garantem a posse dos índios sobre as terras tradicionalmente já ocupadas e evidencia que os interesses da bancada ruralista, por vezes, se sobrepõem aos direitos de proteção das tribos indígenas.
Conclusão:
A valorização do índio é imprescindível para alterar o cenário atual. Para alterar os pré-conceitos sobre os nativos, a Escola deve reforçar as aulas de sociologia e história, que ajudarão os alunos a pensar sobre o tema. Ademais, a mídia em parceria com a FUNAI pode propagar campanhas de conscientização e o Governo deve proteger os territórios indígenas, demarcando suas áreas para a sua preservação e punir aqueles que tentarem ferir os direitos humanos.
Comentário:
O parágrafo de conclusão retoma aos argumentos defendidos ao longo dos parágrafos de desenvolvimento, mas não detalha as propostas interventoras. É preciso justificar o uso das propostas e a função dos agentes interventores, sempre relacionados com o tema. Além disso, não houve o uso de um conectivo de valor conclusivo e, para reforçar as ideias apresentadas, o uso de uma oração impactante ao final e que mostrasse as consequências positivas das medidas defendidas contribuiriam para o caráter argumentativo do texto.
Sugestão de reescritura:
A valorização do índio é, portanto, imprescindível para alterar o cenário vigente. Para reverter os pré-conceitos sobre os nativos, a Escola faz-se importante na formação social do indivíduo, por isso, aulas de sociologia e história são imperativas para promover o debate e aguçar a visão crítica nos jovens. Ademais, a mídia, fazendo uso de seu impacto persuasivo pode trabalhar com campanhas de conscientização, em parceria com a FUNAI, a fim de trazer conhecimento e informação ao público. Com o intuito de assegurar a proteção às terras, é dever do Governo demarcar as áreas destinadas aos índios e punir aqueles que tentarem burlar a lei e ferir os direitos humanos com o uso da violência. Só assim, garantiremos aos indígenas o seu verdadeiro espaço e evitaremos a falsa construção de uma sociedade que só valoriza os povos originários de nosso país na Literatura.
Redação Exemplar
Na 1ª Geração do Romantismo, no século XIX, criou-se uma imagem do índio de forma heroica na poesia, a fim de associá-la à construção de um sentimento nacionalista no Brasil. No entanto, nota-se que tal imagem é superficial e, em verdade, foi consolidada apenas no plano literário e não no âmbito social, uma vez o índio, na contemporaneidade, muitas das vezes, ainda é marginalizado e até esquecido pela população. Neste sentido, faz-se preciso reavaliar seu espaço e importância nos dias atuais, visto que a cultura indígena é parte constituinte de nossa identidade.
Primeiramente, o reflexo histórico contribuiu para que os índios perdessem seu espaço e fossem subjugados pelo uso da violência. É sabido que desde o século XVI, momento em que começa o processo colonizador no Brasil, a imposição de portugueses sobre os nativos se deu a partir da opressão: a sobreposição do catolicismo sobre as religiões já existentes, a exploração da natureza para fins comerciais e a imposição da língua portuguesa sobre as variações linguísticas indígenas. Essas ações acarretaram no contínuo extermínio acerca de sua cultura e, inclusive, fizeram com que, hoje, alguns cidadãos tenham uma visão estereotipada e, até, folclórica desses grupos.
Além disso, a luta pelo território tornou-se um problema cultivado pelas relações de poder. O agronegócio é uma das principais movimentações econômicas do país, no entanto, há fazendeiros que, com o intuito de obterem ainda mais lucros, expandem as suas fronteiras agrícolas a regiões destinadas aos índios, o que resulta em conflitos violentos e na perda do território indígena. Tal fato contraria os Direitos Constitucionais, que garantem a posse dos índios sobre as terras tradicionalmente já ocupadas e evidencia que os interesses da bancada ruralista, por vezes, se sobrepõem aos direitos de proteção das tribos indígenas.
A valorização do índio é, portanto, imprescindível para alterar o cenário vigente. Para reverter os pré-conceitos sobre os nativos, a Escola faz-se importante na formação social do indivíduo, por isso, aulas de sociologia e história são imperativas para promover o debate e aguçar a visão crítica nos jovens. Ademais, a mídia, fazendo uso de seu impacto persuasivo pode trabalhar com campanhas de conscientização, em parceria com a FUNAI, a fim de trazer conhecimento e informação ao público. Com o intuito de assegurar a proteção às terras, é dever do Governo demarcar as áreas destinadas aos índios e punir aqueles que tentarem burlar a lei e ferir os direitos humanos com o uso da violência. Só assim, garantiremos aos indígenas o seu verdadeiro espaço e evitaremos a falsa construção de uma sociedade que só valoriza os povos originários de nosso país na Literatura.