Será que você tem “sangue da Maria Bonita”, hein? A expressão, que se tornou viral depois que foi dita por um dos participantes do Big Brother Brasil, tem muito significado, sabia?
Maria Bonita, a mulher de Lampião, já foi até assunto do Enem e, por isso, vale super a pena conhecer melhor essa personagem histórica!
“Você tem sangue de Maria Bonita. Você é mulher empoderada, mulher nordestina”, disse o participante Fred Nicácio, do BBB, a outra confinada.
Depois disso, a internet começou a reproduzir a frase, que virou até meme. O que pouca gente sabe, no entanto, é que Maria Bonita foi um baita mulherão, cujos feitos perduram até hoje
Quer entender quem foi Maria Bonita e por que ela é importante? Então, se liga nas nossas dicas e fique por dentro desse assunto, que pode cair no Enem!
O que é sangue de Maria Bonita, frase dita por Fred do BBB
Maria Bonita abandonou seu casamento infeliz para viver com Lampião, maior líder do cangaço – movimento famoso por cometer alguns crimes. Com isso, ela se tornou a primeira cangaceira do Brasil.
O grupo que ela integrava fazia oposição à miséria no Nordeste. Com isso, justificavam os saques e crimes em fazendas.
Maria Bonita era considerada uma “mulher forte”, que militava pela causa com o grupo de cangaceiros.
Acredita-se, inclusive, que o apelido de “Maria Bonita” vem do momento em que um dos policiais teve de fazer a identificação dos mortos do cangaço.
Neste momento, o profissional exaltou a beleza de Maria Gomes de Oliveira, deixando esse apelido para a história.
Maria Bonita não participava dos combates e tinha como grande papel fazer companhia a Lampião. Ela, inclusive, teve uma filha com ele, em 1932.
Quem foi Maria Bonita?
Maria Bonita foi a primeira mulher a entrar no cangaço e abriu espaço para que outras fizessem o mesmo.
Cangaço foi um movimento do final do século XIX e início do século XX, marcado pela reunião de homens em grupos para cometer alguns crimes (roubos, saques e estupros) em nome da “justiça”.
A entrada de Maria Bonita para o cangaço aconteceu porque ela e Lampião – a figura mais importante do banditismo rural na época – se apaixonaram. Ele, então, pediu para que ela entrasse para o grupo e o acompanhasse.
Embora a história tenha parecido romântica até agora, naquela época, as mulheres que eram inseridas no cangaço se submetiam aos homens e a seus códigos de conduta.
Em alguns cenários, o descumprimento delas poderia levar até mesmo à morte.
Maria Bonita, inclusive, morreu bem jovem, aos 28 anos. Ela foi baleada e decapitada junto com outros membros do bando após um ataque.
Suas cabeças foram expostas ao público, em exposições por várias cidades como prova da morte dos membros do cangaço.
Como o tema pode cair no Enem?
O tema “cangaço” pode ser cobrado no Enem fazendo uma comparação com o fenômeno político Coronelismo, na Era Vargas.
Foi neste período, inclusive, que foram produzidas as únicas filmagens feitas do bando de cangaceiros.
Outro possível tema é a discussão de banditismo social, relacionando Lampião a Zapata, Sandino e a outros movimentos violentos.
Questões relacionando a história de Lampião e seu bando com a vegetação e o relevo nordestinos também podem aparecer no Enem.
É importante entender que o Nordeste, na época do cangaço, era marcado pela violenta desigualdade social, principalmente nos interiores.
O poder dos coronéis criava uma situação de opressão muito grande, além da fome e sede que assolavam a população.
História do cangaço e Lampião
O cangaço foi um movimento social que aconteceu no Nordeste do Brasil, nos séculos XIX e XX. Integravam o movimento nômades armados, que viviam em bandos.
O cangaço servia para demonstrar a insatisfação com as condições precárias em que a maioria da população nordestina se encontrava.
Isso porque o poder estava concentrado nas mãos dos fazendeiros.
Conhecedores da caatinga, das plantas e dos alimentos, os cangaceiros dominaram o sertão nordestino por muito tempo, sendo protegidos pelos coronéis em troca de favores.
O cangaço atuou em quase todo o Nordeste, com exceção do Piauí e do Maranhão.
O movimento era formado por homens armados, formando grupos de até 15 homens para facilitar a locomoção.
O termo “cangaço” foi escolhido porque a palavra deriva de canga (peça de madeira usada na cabeça do gado para fins de transporte).
Como os cangaceiros eram nômades, carregavam durante as caminhadas muitos pertences – daí o termo.
Lampião foi um revolucionário, considerado o “Rei do Cangaço” ou “Senhor do Sertão”.
Seu nome era Virgulino Ferreira da Silva (1897-1938), foi ex-coronel da Guarda Nacional e passou por quase todos os estados do nordeste lutando contra a injustiça.
Maria Bonita, mulher de Lampião, ficou conhecida como a “Rainha do Cangaço”. Ela foi um dos ícones do movimento cangaceiro, sendo a primeira mulher a participar do grupo.
Contexto do surgimento do cangaço
No final do século XIX, o Brasil passava por profundas transformações políticas e sociais.
O país também enfrentava graves problemas, que repercutiam na sociedade por meio de pobreza, fome e falta de acesso à Justiça.
Com o poder nas mãos de poucos e a intensa exploração dos sertanejos, grandes famílias mandavam na população pobre como uma espécie de Estado paralelo. Por vezes, a disputa de interesses gerava violência.
No Nordeste, especificamente, a população era afetada pela exploração de seu trabalho, com piora de condições devido à seca.
Os coronéis, por outro lado, tinham muita prosperidade e sustentavam seu poder na exploração de pessoas e na força armada.
Diante deste cenário foi que surgiu o banditismo, grupos de bandidos armados que atacavam propriedades e cidades.
Na ocasião, eles levavam o que fosse possível e matavam quem estivesse pelo caminho.
Foi então que, na segunda metade do século XX, o Nordeste brasileiro foi palco do surgimento dos cangaceiros, grupo que atacava propriedades e cidades.
Depois desse resumão sobre o cangaço e Maria Bonita fica mais fácil entender como o tema pode cair no Enem, né?
Mas conta pra gente: você se considera alguém com “sangue de Maria Bonita”?
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