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menina usando óculos e escrevendo em no livro um resumo sobre guerra fria

Confira um resumo sobre a Guerra Fria para você se preparar para o Enem

A Guerra Fria, que começou logo após o término da Segunda Guerra Mundial, foi um período marcado por disputas, tensões – mas tudo pacífico. Veja um resumo!

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Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo se encontrava profundamente abalado de múltiplas formas. O terror e a destruição causados pelo conflito trouxeram uma nova concepção de sociedade  e fez surgir um “Novo Mundo”.

O mundo que surge com o fim da guerra, nasce dividido em áreas de zonas de influências das duas grandes potências que surgiram como resultado de uma série de fatores, mas principalmente, por conta da vitória no conflito: Estados Unidos da América e União Soviética.

Partiu conhecer um pouquinho mais sobre esse processo histórico? Vem com tudo!

Guerra Fria

Efetivamente, a Guerra fria foi a disputa por áreas de influência entre Estados Unidos e União Soviética. Consequentemente, o mundo foi dividido em duas partes: o bloco capitalista, liderado pelos EUA, e o bloco socialista, liderado pela URSS. Como o conflito ficou apenas no campo ideológico e geopolítico, sem nenhum tipo de confronto bélico direto, ele recebeu o nome de Guerra Fria.

O mundo viveu por 44 anos (1947- 1991) em um permanente estado de apreensão devido a possibilidade de um conflito armado entre as potências hegemônicas.

Com a criação da bomba atômica, o conflito seria, provavelmente, mortal em uma escala global. Portanto, esse confronto direto era evitado a todo custo.

As fases

Historicamente, a Guerra Fria é dividida em algumas fases para facilitar a compreensão dos diferentes momentos vividos durante o período. São elas:

  • Fase Clássica (1947-1954) – Período de montagem dos blocos e de tensões entre E.U.A e URSS, tem fim com a morte de Josef Stálin e a eleição de Dwight Eisenhower.
  • Coexistência Pacífica (1954-1962) – Período de tolerância entre as duas potências e realização de diálogos, sem muitas crises internacionais.
  • Crise dos Mísseis (1962) – Crise diplomática entre E.U.A e URSS pela descoberta de mísseis soviéticos em Cuba e de mísseis americanos na Turquia.
  • Détente (distensão) (1962-1979) – Período de reaproximação entre as duas potências, marcado por cisões internas e revoluções locais.
  • “Segunda” Guerra Fria (1979-1991) – Retomada de hostilidades entre as potências e crise da União Soviética.

Construção da bipolaridade

O que garantiu o equilíbrio de forças entre as potências, foi o fato de que a União Soviética conseguiu desenvolver a sua própria bomba atômica, o que tornou seu poder bélico equiparado com os EUA, que até então era o único que possuía essa tecnologia. 

A formação de ambos os blocos perpassou pela necessidade de se fortalecer e se posicionar contra o outro. Foi o momento de consolidação e da criação de mecanismos políticos, econômicos, sociais, culturais e, principalmente, militar que assegurava sua influência.

Bloco capitalista 

No caso do bloco capitalista liderado pelos EUA, o aparato burocrático começou a ser formado com o presidente Harry S. Truman, logo em 1947. Visando barrar a expansão do comunismo e exportar o estilo de vida norte-americano e capitalista, ele criou a Doutrina Truman.

Como braço militar do bloco, foi criada a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte – em 1949, uma aliança de apoio mútuo entre as potências do Norte visando coibir o avanço de revoluções comunistas.

No aspecto econômico, foi criado o Plano Marshall para ajudar na reconstrução e na reorganização financeira da Europa Ocidental no pós-guerra mundial.

O continente americano não ficou de fora das disputas ideológicas, porém a ação dos Estados Unidos na região foi bem mais agressiva e invasiva do que no continente europeu.

Com um histórico de forte intervenção na região, durante a Guerra Fria, o país apoiou e financiou golpes e ditaduras militares que pudessem barrar o crescimento do comunismo na região. Essa forte atuação política, militar e econômica se deu de forma mais concreta após a Revolução Cubana (1959).

Bloco Socialista 

O lado soviético não agiu de forma muito diferente, desde o início da disputa tentou de todas as formas barrar a influência do capitalismo e expandir as suas zonas de influência. A partir disso, foi criado o Pacto de Varsóvia (1955), que contava com a participação de países com regimes socialistas. Liderado pela URSS, o exército visava garantir a defesa das fronteiras e dos ideias comunistas.

No aspecto econômico, houve a criação da COMECON – Conselho para Assistência Econômica Mútua –  em 1949 e do Plano Colombo (1951), destinado a ajudar os países socialistas do continente asiático.

Entretanto, é importante ressaltar que apesar da ajuda oferecida pelo planos citados acima, o alcance econômico deles foi muito inferior aquele que os Estados Unidos obtiveram. E isso se explica a inferioridade financeira da URSS, em relação a seu rival.

Um dos principais meios de assegurar a manutenção das suas zonas de influência, foi o autoritarismo empregado pela URSS. Entretanto, não podemos cair na cilada de acreditar que os EUA também não foram autoritários em alguma medida.

Lembrem aqui, que eles apoiaram diversas ditaduras militares e invadiram vários locais, como o Vietnam, com a ideia de proteger o mundo do perigo comunista.

A divisão da Alemanha

Toda essa divisão do mundo entre capitalistas e socialistas se materializou na divisão física e ideológica da Alemanha. Com a Conferência de Potsdam (1945), ficou decidido que o país seria dividido em quartos áreas de influência entre os seguinte países: Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética.

A divisão foi tão concreta, que um muro foi criado para separar o lado socialista do lado capitalista. Essa divisão foi o exemplo mais significativo da Guerra Fria, pois exemplificou fisicamente todo o contexto da disputa ideológica. Sendo assim, o Muro de Berlim (1961) dividiu o território alemão em: República Federal da Alemanha (ocidente-capitalista) e a República Democrática Alemã (oriente-socialista).

Mapa mostrando como ficou a divisão do território alemão após a Segunda Guerra Mundial e a derrota do nazismo.

A corrida espacial e armamentista

Como dito anteriormente, a Guerra Fria também passava pela demonstração de poder e força. Sendo assim, as corridas espaciais e armamentistas foram essenciais para alimentar essas disputa.

O que estava em jogo era a exibição da ideia de progresso e desenvolvimento de cada modo de produção. Tanto a URSS quanto os EUA funcionavam como vitrines das suas próprias ideologias.

Logo, foi nesse momento em que ocorreu a corrida para o desenvolvimento de armas cada vez mais potentes e da utilização da energia nuclear como principal fonte de matéria prima.

Além disso, houve a criação de programas espaciais e a NASA ( Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) foi criada em 1959 dentro desse contexto de disputas pela hegemonia, do mundo e do espaço.

A União Soviética foi a primeira a enviar um homem para o espaço, o astronauta Yuri Gagarin, em 1961.

Já os Estados Unidos, comprovaram sua superioridade tecnológica ao enviar os primeiros homens a lua em 1969 com a missão Apollo 11, tripulada pelos astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin.

A Crise dos Mísseis

Com a vitória da Revolução Cubana no continente americano e a proximidade de uma base socialista nas proximidades dos Estados Unidos, o mundo viveu um dos momentos mais tensos da Guerra Fria.

Dentro desse contexto, a União Soviética descobriu que os norte americanos haviam instalados mísseis na Turquia e que estavam apontados para o seu território.

Visando garantir a sua defesa e a possibilidade de retaliação, a URSS construiu bases militares no território cubano e instalou mísseis apontados para os Estados Unidos.

A descoberta desses mísseis levou o presidente norte americano, John F. Kennedy, a anunciar a possibilidade de uma declaração de guerra a URSS.

O período de negociação entre as potências ficou conhecido como “13 dias que abalaram o mundo”, devido a ameaça de uma possível guerra nuclear.

Entretanto, eles conseguiram chegar a um acordo acerca da retirada dos mísseis soviéticos com a condição da não-intervenção norte americana no território cubano. 

O impasse ainda gerou a criação, em 1963, de uma linha de comunicação direta entre Moscou e Washington, conhecida como Telefone Vermelho. A intenção era agilizar o diálogo entre as duas potências.

A demonização do comunismo

Todo o processo de disputa também passava pela utilização da propaganda, tanto a favor do seu próprio bloco quanto contra a ideologia inimiga.

Sendo assim, o bloco capitalista, principalmente, os Estados Unidos obtiveram sucesso ao pintar o comunismo como um monstro sempre a espreita do Ocidente.

Nos território americano isso foi tão forte que se criou um medo generalizado e uma perseguição a todo indivíduo que tivesse alguma ligação, ou não, com o comunismo.

O Macartismo, foi a concretização dessa paranoia contra o comunismo através de uma caça desenfreada dentro dos Estados Unidos. Essa ideologia foi exportada para outros locais e, sendo bem sincera, reverbera até hoje. 

A resistência: o Terceiro Mundo

Como essas disputas se estenderam para diversos locais, o continente africano e asiático não ficaram de fora dessas zonas de influência. Porém, eles estavam lutando pelo seu processo de independência e de descolonização.

Assim, em 1955, vinte e nove países recém-independentes reuniram-se na Conferência de Bandung para somar forças contra o colonialismo. 

Na conferência, também foi afirmado o não-alinhamento automático com o bloco socialista e nem com o bloco capitalista durante o contexto da Guerra Fria.

Além disso, eles se auto nomearam de “Terceiro Mundo” para fugir da disputa entre Primeiro Mundo, o capitalista, e o Segundo Mundo, o socialista. Criaram assim, uma alternativa de posicionamento diferente da lógica bipolar que vinha operando até então.

Principais consequências da Guerra Fria

Quem estiver fazendo um resumo sobre Guerra Fria para o Enem pode listar as principais consequências do período:

  • Reunificação da Alemanha;
  • Formação de novos blocos econômicos;
  • Queda do Socialismo;
  • Ascensão do Capitalismo;
  • Grande desenvolvimento e avanço tecnológicos; e
  • Modificação do mapa-múndi, com o surgimento de novas nações.

Houve, também, consequências da Guerra Fria para o Brasil, como o rompimento das relações diretas com a Rússia e, consequentemente, o aumento da dependência em relação aos Estados Unidos.

Por aqui, rolava a Ditadura Militar no período da Guerra Fria. Isso aumentou o cenário de perseguição de comunistas em solo brasileiro. 

Como termina a Guerra Fria

Após a década de 60, houve um apaziguamento das tensões entre os blocos. Internamente, a situação não era favorável para as nações líderes, especialmente para a Rússia, que enfrentava a resistência de vários países querendo se livrar do seu domínio.

O bloco socialista, então, foi, aos poucos, realocado ao cenário internacional e aproximado aos Estados Unidos. Com essa proximidade, em 1991, chega ao fim a Guerra Fria.

Indicação é bom e todo mundo gosta!

Ufa, parecia bem simples lá em cima, né?! Mas na real, a Guerra Fria foi bem complexa e possui consequências que reverberam até hoje e por isso ela é tão importante para o vestibular. Assim sendo, segue umas dicas de pontos importantes para dar uma olhada depois e chamar na contextualização histórica: 

  • Conflitos étnicos no Leste Europeu após a fragmentação da União Soviética.
  • Criação de um mundo multipolar e o surgimento de novos blocos econômicos.
  • Ascensão de novas potências econômicas, como a China. 
  • A inserção da Rússia na economia/mundo capitalista.
  • Conflitos no Oriente Médio, uma vez que as duas potências mundiais investiram em grupos rebeldes durante a Guerra Fria e que hoje, se voltam contra o Ocidente. 

Além disso, confira também 4 excelentes filmes que ajudam a entender sobre a Guerra Fria.

Pra quem gosta de estudar com a ajuda de vídeos, temos aqui uma gravação desconstraída sobre Guerra Fria apresentada pelo nosso querido Hansen. Confira:

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