A comunicação não violenta deveria ser uma habilidade obrigatória no nosso sistema educacional, porque, infelizmente ela não nasce com a gente. Mas a boa notícia é que ela pode ser aprendida. Quanto mais você praticar, mais natural ela vai se tornar.
Ela é tão importante que muitas empresas oferecem treinamentos internos pra ensinar seus colaboradores a utilizá-la. Muito mais do que garantir o bom relacionamento com os colegas no ambiente de trabalho, ela pode ser a base pra uma vida pessoal mais plena e realizada.
Afinal, saber compreender e entender o outro é fundamental pro convívio social. Bora então conhecer mais sobre o assunto, quais são os pontos-chave e como praticá-la? Continue com a leitura!
Qual o conceito de comunicação não agressiva?
Dá pra dizer que é uma forma de comunicação que tem como objetivo fortalecer as conexões entre as pessoas. Ela pode ser verbal — que é quando você escreve ou fala — ou não verbal, que inclui gestos, expressões físicas e imagens.
O princípio da comunicação não violenta é a empatia, ou seja, se colocar no lugar do outro. Além do mais, é preciso saber escutar e fazer isso de uma forma desarmada pra entender as motivações e necessidades da outra pessoa.
E tem mais, você também tem que ser realista com as suas próprias motivações e necessidades pra conseguir estabelecer uma relação harmoniosa.
Segundo o conceito, a melhor maneira de conseguir isso, é ouvir sem julgar antecipadamente, mesmo que o outro indivíduo esteja com uma postura agressiva.
A gente sabe que você deve estar pensando: poxa vida, aí não dá, né? Como é que eu vou ter empatia por alguém que está tendo um excesso de raiva comigo?
Calma, se você assimilar as ideias básicas e praticar algumas técnicas do CNV (falaremos dele logo mais), vai conseguir tirar isso de letra. O primeiro passo você já deu, que é ir atrás de informações.
Como surgiu a ideia de comunicação não violenta?
Na década de 1960 o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg elaborou um método pra ensinar técnicas de mediação e formas de comunicação não violenta — também conhecido como CNV —, afinal, ele era o cara que dominava o assunto.
Fazer esse meio de campo entre as pessoas era parte do trabalho dele como orientador educacional em escolas ou instituições que tinham como objetivo eliminar a segregação. Por isso, tudo precisava ser feito de uma forma muito suave e tranquilizadora.
Quais os pilares da comunicação não agressiva?
Dá pra dizer que a partir de alguns conceitos básicos é possível desenvolver a habilidade de conversar de uma maneira mais leve e simples, com menos risco de evoluir pra um tom agressivo. Confira a seguir quais são eles!
Observar
Na comunicação verbal esse é o equivalente a ouvir, prestar atenção nos gestos do interlocutor e no contexto em que você está envolvido. É importante ter consciência e saber desenvolver a observação sem partir pra avaliação imediata.
Sentir
Essa é uma habilidade necessária também pra que você possa avaliar suas emoções de forma honesta, afinal, pra entender o outro, é preciso perceber como você se sente.
Compreender
Toda necessidade costuma estar relacionada a algum sentimento que gera um comportamento, sendo assim, desenvolver a capacidade de entender essa relação com clareza aumenta muito as chances de você conseguir o que realmente quer e aumentar sua autoconfiança.
Pedir
Agora que você já entendeu a situação, precisa ser capaz de expressar o que deseja de forma clara e objetiva pra garantir que a pessoa que recebeu a mensagem entenda exatamente qual é a sua intenção.
Pode parecer uma ideia meio óbvia, mas pense bem: quantas vezes já aconteceu de você ter uma intenção e quem está do outro lado não compreender, ou então — o que é pior — entender tudo errado? Portanto, procure expressar o pedido de forma positiva e honesta, sempre com base na empatia.
Como praticar a comunicação não violenta?
A gente falou que é possível aprender a se comunicar de uma forma não agressiva com conhecimento e prática, certo? Pra dar certo, você precisa prestar atenção em 3 coisas que normalmente fazemos e que prejudicam muito um diálogo sem conflitos.
1. Não fazer comparações
Essa é difícil, né? Afinal, todas as nossas experiências são baseadas em algo que já aconteceu e a comparação acaba se tornado natural, não é mesmo?
Mas ela também é a maior responsável por criar estereótipos e generalizações superficiais que podem distorcer a realidade e gerar um clima carregado de sentimentos negativos.
2. Evitar julgamentos moralizadores
Esse tipo de comportamento costuma ser automático porque a maioria de nós cresce acreditando que determinadas atitudes não são corretas e nos baseamos, simplesmente, em sentimentos como raiva ou medo.
Vale lembrar que isso não tem nada a ver com o juízo de valor, que é um apanhado de valores que se cria por meio de nossas experiências de vida e que são importantes pra nós.
O juízo de valor, quando bem aplicado, não impede que você desenvolva uma comunicação não violenta.
3. Não transferir a responsabilidade
Quando a gente não tem clareza sobre nossos próprios sentimentos e necessidades, acabamos transferindo a responsabilidade pro outro. Na comunicação CNV, é fundamental entender qual é a sua participação no processo e avaliar com honestidade.
Qual o melhor momento de utilizar a comunicação não agressiva?
Sempre! Quanto mais você praticar, mais natural será se expressar desse jeito. Se a CVN se tornar um hábito em conversas do dia a dia, reuniões e encontros, as chances de você conseguir utilizá-la naturalmente em uma discussão ou briga são muito maiores.
Que tal começar a exercitar a comunicação não agressiva hoje mesmo? Na próxima interação com alguém, pense um pouco antes de falar, ouça com atenção e reflita sobre como você está se sentindo naquele momento. Identifique qual a necessidade que o sentimento representa e, só então, se expresse de forma clara.
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