Falar sobre o fim do Império Romano e o início do feudalismo envolve abordar a história por trás das bases de poder da Europa.
O Império Romano foi uma das maiores potências da história mundial. Só que, com a queda do seu último imperador, o regime entrou em colapso. A partir daí, a Europa encontrou no feudalismo uma forma de não cair no completo caos.
Apesar de suas falhas, o feudalismo foi um passo à frente do que veio antes. Ele criou um mundo mais estável, o que levou ao desenvolvimento das cidades e ao crescimento do comércio e lançou as bases pra ascensão da Europa.
Quer saber mais? Então, confira o restante do artigo pra entender como o fim do Império Romano levou ao início do feudalismo e mais detalhes sobre esses episódios históricos.
A queda de Roma
Durante séculos, Roma foi a superpotência mundial. No entanto, em 476 d.c., o último imperador romano foi derrubado por uma tribo germânica chamada Godos. O Império Romano do Ocidente chegou ao fim. A queda de Roma foi um ponto de virada na história.
Isso ocorreu devido a uma combinação de fatores. Em primeiro lugar, o Império Romano era, simplesmente, grande demais pra ser governado efetivamente a partir de um local central.
Isso levou ao aumento da descentralização, à medida que os governantes locais procuravam governar seus próprios domínios de forma mais independente.
Além disso, à medida que as receitas fiscais diminuíram, os governantes locais foram forçados a confiar cada vez mais em seus próprios recursos e mão de obra, em vez de no apoio imperial.
Isso os levou a conceder direitos à terra a nobres poderosos em troca do serviço militar. Essas movimentações preparavam o terreno pra popularização do feudalismo como alternativa de regime governamental.
O “empurrãozinho” que faltava eram as ondas de invasores que varreram a Europa e interromperam os padrões tradicionais de governança.
As invasões bárbaras
Grandes invasões bárbaras começaram no século IV, quando ondas de invasores estrangeiros começaram a atacar o Império Romano.
Os militares romanos não conseguiram repelir todos os invasores e, em 476 d.c., o último imperador romano havia sido derrubado.
Durante séculos depois, a Europa estava um caos enquanto tribos bárbaras lutavam entre si pelo controle. Gradualmente, no entanto, um novo sistema começou a surgir.
Depois que o Império Romano caiu, não havia governo central pra manter a lei e a ordem. Em vez disso, os senhores locais intervieram pra proteger seus próprios interesses. Eles concederam terras a nobres e cavaleiros em troca de sua lealdade e serviço militar.
A ascensão dos senhores das guerras locais
Na esteira do colapso de Roma, surgiram muitos pequenos reinos e feudos. Essa descentralização do poder levou a um cenário político mais caótico e aumentou as oportunidades pros senhores da guerra local ganharem o controle.
Ao mesmo tempo, as tribos germânicas estavam se mudando pro território romano, trazendo consigo seus próprios costumes e tradições. Esses recém-chegados também aumentaram a sensação de desordem e instabilidade.
O feudalismo surgiu como uma forma de trazer alguma estrutura de volta a essa nova realidade. Sob esse modelo, os proprietários de terras concederam a outros nobres (e cavaleiros) o uso de suas terras em troca de proteção.
Além disso, esse sistema permitiu maior estabilidade e ordem, ao mesmo tempo que dava aos governantes locais uma quantidade razoável de autonomia.
A ascensão e queda do feudalismo
O feudalismo logo se consolidou como o principal sistema social, político e econômico na Europa medieval.
Sob o feudalismo, os proprietários de terras receberam terras (chamadas de feudo) pelo rei em troca de sua lealdade e serviço militar.
Os camponeses que trabalhavam na terra eram chamados de servos. Eles foram obrigados a trabalhar na terra do senhor, de graça, e não podiam deixá-la sem permissão.
Em troca de sua lealdade e serviço militar, os senhores forneceram a seus cavaleiros comida, alojamento, armadura e armas.
Logo, os cavaleiros também receberam uma parte do saque de batalhas ou ataques. Esse sistema permitiu que os nobres mantivessem um exército privado de soldados leais. Em um feudo, todos tinham um lugar na sociedade. Havia três classes:
- aqueles que lutavam (nobres e cavaleiros);
- os que oravam (o clero);
- aqueles que trabalhavam (camponeses).
Embora os servos não fossem livres, eles tinham alguns direitos e proteções. O feudalismo começou a declinar no final dos anos 1300 devido a vários fatores:
- a Guerra dos Cem Anos entre a Inglaterra e a França;
- a pandemia da Peste Negra;
- revoltas camponesas;
- mudanças na tecnologia.
Assim, a queda do feudalismo marcou o fim do período medieval e o início do Renascimento.
O legado do feudalismo
O feudalismo não só determinou a maneira como as pessoas viviam e trabalhavam, mas também moldou o próprio tecido das relações sociais.
Em sua forma mais simples, o feudalismo era uma forma de organizar a sociedade em torno de relacionamentos derivados da posse de terras em troca de serviço ou trabalho.
Embora seja frequentemente assumido que o feudalismo começou na Europa na Idade Média, sistemas semelhantes existiam em outras sociedades, incluindo China e Japão.
Em um sistema feudal, o poder era, em grande parte, investido em uma aristocracia fundiária que controlava a maioria das melhores terras agrícolas.
Abaixo dessa classe estavam cavaleiros e vassalos que detinham terras de seu senhor com a condição de prestarem serviço militar quando necessário.
Na base da sociedade estavam os camponeses que trabalhavam na terra de propriedade de seu senhor ou alugavam dele. Eles pagaram aluguel em dinheiro ou em espécie (produtos agrícolas).
Embora a maioria das pessoas pense no feudalismo como um sistema político, ele também tinha um componente econômico importante.
Aprender sobre o fim do Império Romano e início do feudalismo é fundamental pra entender como se formou a estrutura de domínio global da Europa a partir de um ponto de virada tão significativo.
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