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menina usando óculos e escrevendo em no livro um resumo sobre guerra fria

Resumo sobre a Guerra Fria para você se preparar para o Enem

A Guerra Fria, que começou logo após o término da Segunda Guerra Mundial, foi um período marcado por disputas, tensões – mas tudo pacífico. Veja um resumo!

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Após o término da Segunda Guerra Mundial, o mundo se encontrava profundamente abalado em diversos âmbitos devido à destruição causada pelo conflito e pelas graves infrações contra os direitos humanos, como, por exemplo, o holocausto.

Além disso, o surgimento das bombas nucleares colocou a possibilidade da eclosão de novos conflitos em outro patamar.

O mundo que surge com o fim da guerra nasce dividido em áreas de influência das duas grandes potências que emergiram como resultado da vitória no conflito: Estados Unidos da América e União Soviética.

Apesar de terem lutado do mesmo lado no conflito para derrotar a Alemanha nazista, o final do conlfito já evidencia que essa aliança havia sido temporaria.

Vamos juntos conhecer um pouco mais sobre esse período histórico que é um dos mais cobrados pelo Enem. 

O que foi a Guerra Fria?

Resumidamente, a Guerra Fria foi a disputa política e ideológica por áreas de influência entre Estados Unidos e União Soviética. A partir dessa disputa, a ordem mundial passou a ser bipolar, com dois grandes pólos de domínio.

No pós-Segunda Guerra Mundial, o mundo se dividiu em duas grandes zonas de influência: no lado ocidental, a hegemonia econômica e militar dos Estados Unidos da América permitiu a criação de um bloco capitalista; enquanto no lado oriental, a expansão do Exército Vermelho pelo Leste Europeu e pela Ásia construiu uma zona influenciada pelo socialismo soviético de Josef Stalin.

Apesar da existência de uma linha tênue entre o diálogo e o conflito durante a segunda metade do XX, as disputas entre EUA e URSS nunca chegaram a conflitos bélicos diretos, por isso, este período ficou conhecido como a Guerra Fria.

Ainda assim, ambos os países intervieram em diversos conflitos ao redor do mundo e se enfrentaram indiretamente.

Porém, durante os anos de tensão, o mundo entendia que a qualquer momento poderia surgir uma Terceira Guerra Mundial, mas agora com enorme potencial atômico e capaz de destruir o planeta.

As fases da Guerra Fria

A periodização da Guerra Fria não é algo bem definido ou consolidado entre historiadores, pois pode ser vista de diferentes formas, dependendo da perspectiva.

Para facilitar o processo de estudo, podemos dividir o período da seguinte forma:

Fase clássica (1947–1953)

Essa fase também é chamada de Tensão Máxima, pois foi quando ocorreu a montagem dos blocos e as primeiras grandes hostilidades entre EUA e URSS.

A Guerra da Coreia (1950–1953) foi um importante ponto de divergência entre os dois blocos, que apoiaram países opostos no conflito.

Apesar de não haver um conflito direto, a construção da bomba atômica pelos soviéticos ampliou o medo global de uma nova guerra, desencadeando histerias coletivas e crises diplomáticas.

Essa fase terminou com a morte de Josef Stalin, a eleição de Dwight Eisenhower, que iniciou uma nova política internacional, e o fim da Guerra da Coreia.

Coexistência pacífica (1954–1977)

Momento de maiores diálogos e avanços diplomáticos entre as duas potências, com a diminuição dos atritos e crises.

Apesar disso, foi nesse contexto que também ocorreu um dos episódios mais sensíveis da Guerra Fria, a Crise dos Mísseis. Essa crise aconteceu em 1962, após a descoberta de mísseis soviéticos em Cuba e de mísseis norte-americanos na Turquia.

Depois da crise dos mísseis, as duas potências decidiram aproximar as comunicações e relações diplomáticas, a fim de evitar novos desentendimentos, o que iniciou um período conhecido como Détente (distensão).

Apesar do diálogo internacional, essa fase também foi marcada pelas crises internas, com cisões nos blocos, revoluções locais e guerras de independência.

Recrudescimento e fim da Guerra Fria (1977–1991)

Esse período também é chamado por muitos de a “Segunda Guerra Fria”, visto que há uma retomada das hostilidades e tensões militares entre as duas potências.

A partir da década de 1980, a URSS enfrentou uma grande crise política e econômica, que afetou sua influência sobre a Cortina de Ferro.

Essa grande crise socialista foi a responsável pelo próprio fim da União Soviética e pelo término da Guerra Fria, em 1991.

Construção da bipolaridade

A necessidade de fortalecimento e construção de artifícios de defesa e contenção conduziu à formação de ambos os blocos.

Foram estabelecidos mecanismos políticos, econômicos, sociais, culturais e, principalmente, militares para assegurar sua influência.

Vamos juntos entender a estratégia utilizada por cada bloco!

Bloco capitalista

No caso do bloco capitalista liderado pelos EUA, o aparato burocrático começou a ser formado com o presidente Harry S. Truman, em 1947.

Com o objetivo de barrar a expansão do comunismo e promover o estilo de vida norte-americano e capitalista, ele criou a Doutrina Truman.

Como parte do aparato militar do bloco, foi criada a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte – em 1949, uma aliança de apoio mútuo entre as potências do Norte visando coibir o avanço de revoluções comunistas.

No aspecto econômico, foi criado o Plano Marshall para auxiliar na reconstrução e na reorganização financeira da Europa no pós-guerra.

O continente americano não ficou de fora das disputas ideológicas.

Em um primeiro momento, os Estados Unidos promoveram uma estratégia de criar acordos para fomentar o desenvolvimento da região, como a Aliança para o Progresso.

Porém, posteriormente, a ação dos Estados Unidos na região se tornou mais agressiva e invasiva do que no continente europeu.

Com um histórico de forte intervenção na região, durante a Guerra Fria, o país apoiou e financiou golpes e ditaduras militares que pudessem barrar o crescimento do comunismo na região.

Bloco Socialista

O lado soviético agiu de maneira semelhante, desde o início da disputa, buscando barrar a influência do capitalismo e expandir suas zonas de influência.

Como resultado, o Pacto de Varsóvia foi criado em 1955, contando com a participação de países com regimes socialistas. Liderado pela URSS, o acordo militar buscava garantir a defesa das fronteiras e dos ideais comunistas.

No aspecto econômico, houve a criação do COMECON – Conselho para Assistência Econômica Mútua – em 1949, e do Plano Colombo em 1951, destinado a ajudar os países socialistas do continente asiático.

No entanto, é importante salientar que, apesar da ajuda fornecida pelos planos mencionados acima, seu alcance econômico foi muito menor do que o obtido pelos Estados Unidos.

Isso se deve à quantidade de recursos financeiros da URSS em relação ao seu rival.

Um dos principais meios de garantir a manutenção de suas zonas de influência foi o autoritarismo empregado pela URSS.

No entanto, não podemos cair no erro de acreditar que os EUA também não foram autoritários de alguma forma.

Lembre-se de que eles apoiaram várias ditaduras militares e invadiram vários lugares, como o Vietnã, com a ideia de proteger o mundo do perigo comunista.

A divisão da Alemanha

Toda essa divisão do mundo entre capitalistas e socialistas se manifestou na divisão física e ideológica da Alemanha.

Na Conferência de Potsdam (1945), foi decidido que o país seria dividido em quatro áreas de influência, cada uma sob a tutela de um dos seguintes países: Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética.

A divisão foi tão concreta que um muro foi construído para separar o lado socialista do lado capitalista. Essa divisão foi o exemplo mais significativo da Guerra Fria, pois exemplificou fisicamente todo o contexto da disputa ideológica.

Assim, o Muro de Berlim (1961) dividiu o território alemão em: República Federal da Alemanha (ocidente-capitalista) e a República Democrática Alemã (oriente-socialista).

 

Divisão da Alemanha durante a Guerra Fria.

Divisão da Alemanha durante a Guerra Fria.

A corrida espacial e armamentista

Como dito anteriormente, a Guerra Fria também envolvia a demonstração de poder e força. Sendo assim, as corridas espaciais e armamentistas foram essenciais para alimentar essa disputa.

O que estava em jogo era a exibição da ideia de progresso e desenvolvimento de cada modo de bloco. Tanto a URSS quanto os EUA funcionavam como vitrines das suas próprias ideologias.

Portanto, foi nesse momento que ocorreu a corrida pelo desenvolvimento de armas cada vez mais potentes e pela utilização da energia nuclear como principal fonte de matéria-prima.

Além disso, houve a criação de programas espaciais, como a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), que foi criada em 1959, dentro desse contexto de disputas pela hegemonia espacial.

A União Soviética foi a primeira a enviar um homem para o espaço, o astronauta Yuri Gagarin, em 1961.

Já os Estados Unidos comprovaram sua superioridade tecnológica ao enviar os primeiros homens à lua em 1969, com a missão Apollo 11, tripulada pelos astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin.

O momento mais crítico: a Crise dos Mísseis

Com a vitória da Revolução Cubana no continente americano e a proximidade de uma base socialista nas proximidades dos Estados Unidos, o mundo viveu um dos momentos mais tensos da Guerra Fria.

Neste contexto, a União Soviética descobriu que os estadunidenses haviam instalado mísseis na Turquia, todos apontados para o seu território.

Visando garantir sua defesa e a possibilidade de retaliação, a URSS estabeleceu bases militares no território cubano e instalou mísseis apontados para os Estados Unidos.

A descoberta desses mísseis levou o presidente norte-americano, John F. Kennedy, a anunciar a possibilidade de uma declaração de guerra à URSS.

O período de negociação entre as potências ficou conhecido como os “13 dias que abalaram o mundo”, devido à ameaça de uma possível guerra nuclear.

No entanto, eles conseguiram chegar a um acordo sobre a retirada dos mísseis soviéticos, com a condição de que os Estados Unidos não interviessem no território cubano.

O impasse ainda levou à criação, em 1963, de uma linha de comunicação direta entre Moscou e Washington, conhecida como Telefone Vermelho.

O objetivo era agilizar o diálogo entre as duas potências.

A demonização do comunismo

Todo o processo de disputa também envolvia a utilização de propaganda, tanto a favor do próprio bloco quanto contra a ideologia inimiga.
Sendo assim, o bloco capitalista, principalmente os Estados Unidos, obteve sucesso ao pintar o comunismo como um monstro sempre à espreita do Ocidente.

Nos territórios americanos, isso foi tão forte que se criou um medo generalizado e uma perseguição a todo indivíduo que tivesse alguma ligação, ou não, com o comunismo.

O Macarthismo foi a concretização dessa paranoia contra o comunismo através de uma caça desenfreada dentro dos Estados Unidos. Essa ideologia foi exportada para outros locais e, sendo bem sincero, reverbera até hoje.

Cartaz publicado nos Estados Unidos contendo os dizeres: "É este o amanhã? América sob o comunismo"

Cartaz publicado nos Estados Unidos contendo os dizeres: “É este o amanhã? América sob o comunismo”

A resistência: o Terceiro Mundo

Como essas disputas se estenderam para diversos locais, os continentes africano e asiático não ficaram de fora dessa disputa por zonas de influência.

Porém, eles estavam lutando por seu processo de independência e de libertação do jugo neocolonial.

Assim, em 1955, vinte e nove países recém-independentes reuniram-se na Conferência de Bandung para unir forças contra o colonialismo.

Na conferência, também foi afirmado o não-alinhamento automático nem com o bloco socialista, nem com o bloco capitalista durante o contexto da Guerra Fria.

Além disso, eles se autodenominavam “Terceiro Mundo” para se distanciar da disputa entre o Primeiro Mundo, o capitalista, e o Segundo Mundo, o socialista.

Dessa forma, criaram uma alternativa de posicionamento diferente da lógica bipolar que vinha operando até então.

Como terminou a Guerra Fria?

Em 1979, a aproximação entre Estados Unidos e União Soviética, já fragilizada sob a presidência de Jimmy Carter, foi interrompida pela invasão soviética no Afeganistão, pondo fim ao período da Détente.

Na década de 1980, o bloco comunista enfrentou sérias crises, com a Guerra do Afeganistão custando caro à União Soviética e incitando protestos na Europa Oriental, e o desastre de Chernobyl impactando financeiramente e na credibilidade soviética.

Nesse cenário, Mikhail Gorbatchev assumiu o poder em Moscou, trazendo propostas de reformas, como a Perestroika, para descentralizar e tornar a economia mais eficiente, e a Glasnost, para promover maior abertura e diálogo nas questões políticas e sociais.

No entanto, essas alterações desafiaram a estrutura do Estado burocrático, levando à formação de forças conservadoras temendo a perda de seus cargos e privilégios, e uma corrente ultra reformista, liderada por Boris Yeltsin, que buscava acelerar e aprofundar as reformas.

Dentro desse contexto, em 1989, diversos protestos foram realizados exigindo a reunificação da Alemanha.

Em 9 de novembro de 1989, cidadãos das duas partes de Berlim derrubaram várias partes do muro que dividia a cidade.

Populares destroem partes do Muro de Berlim no final de 1989.

Populares destroem partes do Muro de Berlim no final de 1989.

O fim do socialismo na Iugoslávia em 1990 e a proclamação de independência das repúblicas bálticas em 1991 desencadearam de vez o fim da União Soviética, culminando na renúncia de Mikhail Gorbatchev e no nascimento da Comunidade dos Estados Independentes (CEI).

Principais consequências da Guerra Fria

Bom, de frio esse período não tinha nada, né?! Na realidade, a Guerra Fria foi bem complexa e suas consequências reverberam até hoje e por isso ela é tão importante para o Enem. Então, segue uns pontos importantes sobre o mundo pós-guerra fria:

  • Reunificação da Alemanha;
  • Formação de novos blocos econômicos;
  • Ascensão de novas potências econômicas, como a China.
  • Crise do socialismo;
  • Fortalecimento e expansão do capitalismo;
  • Grande desenvolvimento e avanço tecnológicos;
  • Expansão da Globalização;
  • Modificação do mapa-múndi, com o surgimento de novas nações;
  • Conflitos étnicos no Leste Europeu após a fragmentação da União Soviética; e
  • Surgimento de grupos terroristas no Oriente Médio.

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