O adjunto adnominal é um termo acessório que possui valor adjetivo e serve para especificar, caracterizar ou delimitar o significado de um substantivo. É importante destacar que o adjunto é uma função sintática, ou seja, faz referência ao papel que determinada classe gramatical pode desempenhar dentro de uma oração.
É importante destacar que o adjunto adnominal pode ser representado por algumas classes gramaticais da Língua Portuguesa. Vamos ver alguns exemplos?
Classes gramaticais
Algumas classes gramaticais podem funcionar como adjuntos adnominais, são elas: os pronomes, as locuções adjetivas, o adjetivo, o numeral e o artigo.
- Váriosvendedores de artesanato expuseram suas mercadorias. (= pronome)
- Era um homemde princípios. (= locução adjetiva)
- Na areia podemos fazer até castelosgrandiosos. (= adjetivo)
- Quando a conheci, tinha uns seismeses de vida. (= numeral)
- As ondas rebentavam com estrondo. (= artigo)
Note que os adjuntos adnominais estão localizados próximos aos substantivos. Essa característica é uma marca da própria nomenclatura da função porque “adjunto adnominal” indica que é um termo que vem ao lado, junto do nome.
Adjunto adnominal oracional
É importante destacar, também, que há casos em que o adjunto adnominal pode ser classificado como oracional, quando apresenta um verbo em sua constituição, indicando uma oração adjetiva. Veja o exemplo:
- A menininha que é simpática conquista as pessoas com a sua alegria.
Diferença entre adjunto e complemento nominal
Há uma confusão muito grande em relação à diferenciação de um adjunto nominal e um complemento nominal visto que essas duas funções sintáticas fazem referência a um nome, ou seja, a um substantivo.
No entanto, há formas possíveis para estabelecer essa diferenciação:
- Será sempre complemento nominal a expressão ligada a substantivo abstrativo e antecedida de qualquer preposição, exceto a preposição “de”, por exemplo: “Tenho amor pelo meu filho”.
- Será sempre adjunto adnominal se a expressão preposicionada estiver ligada a substantivo concreto, por exemplo: “Comprei meu material de um site famoso”.
- O adjunto adnominal normalmente mantém uma relação de posse com o substantivo, por exemplo: “A atitude do professor foi correta”.
- O complemento nominal tem valor paciente, enquanto o adjunto adnominal tem valor agente, por exemplo: “A resolução da questão foi satisfatória” (é complemento nominal porque possui valor paciente = A questão foi resolvida), “A resolução do professor foi ótima” (é adjunto adnominal porque possui valor agente = O professor resolveu).
Exercícios
1- (IFPE) Leia o texto a seguir para responder à questão:
No texto, as locuções adjetivas “das vítimas” e “dos suspeitos” acompanham o substantivo “perfil”, desempenhando a função sintática de
a) agente da passiva, haja vista que atribuem uma agentividade a esse substantivo.
b) predicativo do sujeito, porque apresentam uma qualidade para esse substantivo.
c) adjunto adnominal, pois delimitam o significado desse substantivo.
d) predicativo do objeto, já que apontam uma avaliação sobre esse substantivo.
e) aposto especificativo, uma vez que são hipônimos desse substantivo.
2- (Espcex) Marque a alternativa correta quanto à função sintática do termo grifado na frase abaixo:
“Em Mariana, a igreja cujo sino é de ouro, foi levada pelas águas”.
a) adjunto adnominal
b) objeto direto
c) complemento nominal
d) objeto indireto
e) vocativo
3- (Epcar) Leia o poema a seguir e responda à questão.
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou perdida
A minha face?
MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meireles. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958.
Assinale a alternativa que apresenta uma análise correta.
a) Os temos “calmo”, “triste” e “magro” acrescentam circunstâncias de modo ao verbo “ter” (do primeiro verso), exercendo, pois, a função de adjuntos adverbiais de modo.
b) A oração “que nem se mostra” está sintaticamente ligada ao substantivo coração, caracterizando-o; portanto, essa oração exerce a função sintática de adjunto adnominal.
c) O verbo “dar” significa notar, perceber e classifica-se como verbo transitivo direto, embora esteja ligado a seu complemento por meio de preposição.
d) O pronome pessoal “se” é recíproco e funciona como complemento do verbo mostrar; já o pronome “que” é relativo e funciona como adjunto adverbial de lugar.
Gabarito
1- C
As locuções adjetivas, por relacionarem-se ao substantivo atribuindo-lhe uma característica, isto é, delimitando-o, desempenham a função sintática de adjunto adnominal.
2- A
O pronome relativo apresentado na frase, “cujo”, tem valor possessivo e estabelece concordância em gênero e número com o ser a que se refere. Por isso, exerce a função de adjunto adnominal.
3- B
As demais alternativas são incorretas, pois: “calmo”, “triste” e “magro” exercem, sintaticamente, a função de predicativo de “este rosto de hoje”, que é objeto direto. Assim, como são adjetivos, não acrescentam circunstâncias ao verbo “ter”; a alternativa C está correta em relação ao significado do verbo “dar” no poema, mas está incorreta ao afirmar que este se classifica como verbo transitivo direto.
O emprego da preposição “por” caracteriza a construção de um objeto indireto, o que faz com que, nesse caso, o verbo “dar” seja transitivo indireto; e, por fim, o pronome pessoal “se” é empregado como partícula apassivadora, enquanto o pronome relativo “que” retoma a expressão anterior “este coração”.
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