O sistema endócrino é formado por um conjunto de glândulas endócrinas, responsáveis pela produção de hormônios. Essas glândulas são chamadas de endócrinas pois lançam os hormônios diretamente no sangue.
O Sistema Endócrino Humano
Vejamos algumas glândulas que constituem o sistema endócrino humano e a função dos hormônios produzidos por elas.
Hipotálamo
Está localizado na base do encéfalo, abaixo da região encefálica chamada de tálamo. Apresenta células neurossecretoras, que são neurônios especializados na produção e liberação de hormônios.
Hipófise
Está localizada sob o encéfalo e ligada ao hipotálamo. Pode ser considerada a mais importante glândula do organismo, já que ativa diversas outras glândulas com seus hormônios. Também é chamada de pituitária e é constituída de duas partes: a adeno-hipófise e a neuro-hipófise.
Neuro-hipófise (lobo posterior da hipótese):
Libera dois principais hormônios produzidos pelas células neurossecretoras do hipotálamo: a ocitocina e o hormônio antidiurético (vasopressina ou ADH).
Adeno-hipófise (lobo anterior da hipófise):
Produz diversos hormônios, cuja secreção depende de estímulos do hipotálamo.
Além destes, é responsável também pela produção de GH (Growth Hormone), ou Hormônio do Crescimento, que estimula o crescimento em mamíferos.
Tireóide
É uma glândula com formato de “borboleta”, e é ativada pelo TSH da hipófise. Localiza-se no pescoço, logo abaixo da cartilagem da glote, sobre a porção inicial da traqueia.
Seu funcionamento está diretamente ligado ao iodo, que regula as funções da tireoide e é fundamental para a Triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4). A falta de iodo no organismo pode levar a complicações na glândula tireoide, como o bócio endêmico, um inchaço na glândula que resulta em um “papo”.
As fontes de iodo na alimentação são, especialmente, os frutos-do-mar, e eles não estão presentes na dieta do povo brasileiro com frequência. Para remediar isso, foi acrescentado iodo ao sal de cozinha, evitando assim a carência desse mineral.
Níveis baixos de T3 e T4 podem também levar a outra condição médica, o hipotireoidismo. É caracterizado por um metabolismo lento, causando sonolência, cansaço, dificuldade em perder peso, unha e cabelos quebradiços, bem como um raciocínio lento. Por outro lado, uma atividade excessiva da tireoide pode ser relacionada ao hipertireoidismo, outra condição médica. Os sintomas incluem calor, transpiração, fraqueza muscular, aceleramento cardíaco (podendo resultar em problemas cardíacos mais sérios), cansaço, perda de peso, diarreia frequente, irritabilidade, entre outros.
Paratireóides
A espécie humana apresenta quatro glândulas paratireóides, que ficam aderidas à parte posterior da tireóide.
O paratormônio participa, junto a calcitonina da tireoide, de um delicado equilíbrio do cálcio sanguíneo. O paratormônio sinaliza aos osteoblastos, para que estimulem os osteoclastos e resultem assim na liberação de cálcio no sangue. Esse aumento suprime a produção de paratormônio, para que não haja uma descalcificação excessiva. A calcitonina da tireoide atua de forma oposta, inibindo a ação dos osteoclastos, permitindo assim que haja osteogênese, ou seja, reabsorção do cálcio para a matriz óssea, diminuindo sua concentração no sangue, o que estimula a produção de paratormônio, prosseguindo com o ciclo.
Pâncreas
O pâncreas apresenta funções endócrinas e exócrinas, sendo classificado como uma glândula mista. A parte exócrina é constituída por pequenas bolsas que liberam suco pancreático no duodeno. A parte endócrina é formada por células denominadas ilhotas de Langerhans. Essas ilhotas possuem dois tipos celulares: células alfa (produzem glucagon) e células beta (produzem insulina).
A falta de insulina, ou incapacidade da insulina de exercer seus efeitos de maneira efetiva, caracteriza a diabetes, com um aumento da glicose no sangue. A diabetes tipo 1 tem origem em um defeito do sistema imunológico, que faz com que os anticorpos ataquem as células produtoras de insulina. O Tipo 2, por outro lado, caracteriza-se pela diminuição da produção de insulina e um defeito na ação do próprio hormônio, a chamada resistência à insulina. É o tipo de diabetes mais frequente.
Adrenais ou supra-renais
São localizadas sobre o rim e constituídas por tecidos secretores distintos: o córtex (parte externa da glândula) e a medula (porção interna).
Gônadas
Chamadas de testículos nos machos e ovários nas fêmeas, as gônadas produzem hormônios sexuais esteróides que controlam o ciclo reprodutivo e o comportamento sexual.
– Homem
– Mulher
Ciclo Menstrual
O ciclo menstrual, usualmente, leva 28 dias, e tem a participação de quatro hormônios principais: FSH, LH, progesterona e estrogênio.
O ciclo menstrual tem início no fim da menstruação. No início, a hipófise começa a produzir FSH, o hormônio folículo-estimulante, que estimulará os folículos ovarianos. Vale ressaltar que as mulheres nascem com números específicos de óvulos, não produzindo óvulos extras durante a vida, ao contrário dos homens, cuja produção de espermatozoides é contínua.
Prosseguindo, na presença do FSH, os folículos se desenvolvem e amadurecem, e começam a produzir estrogênio. Esse estrogênio age sobre o útero, proliferando o endométrio, deixando-o mais espesso.
Durante o pico do estrogênio, há a liberação do LH pela hipófise, o hormônio luteinizante. Isso ocorre ao 14º dia, mais ou menos. A liberação do LH completa o processo de maturação do folículo, resultando na liberação do óvulo.
O LH também estimula a formação do corpo lúteo, que produz estrogênio e progesterona. A progesterona inibe a secreção de LH, e, se não houver fecundação, a queda do LH faz com que o corpo lúteo degrade, o que causa a queda da progesterona e do estrogênio. Sem esses hormônios, há a degradação da parede do endométrio, que desaba. Isso ocorre ao final do ciclo menstrual, por volta do 28ºdia.
Se o óvulo for fecundado, o embrião produz gonadotrofina coriônica (HCG), um hormônio que mantém o corpo lúteo e a produção de progesterona.
Exercícios
1. (Fuvest-1998) Uma jovem que sempre foi saudável chegou a um hospital em estado de coma. O histórico da paciente revelou que ela recebera erroneamente injeção de uma dose excessiva de insulina.
a) Por que a injeção de insulina induziu o coma na jovem?
b) A insulina é normalmente administrada a pacientes com disfunção de que órgão? Qual é a doença causada pela deficiência de insulina?
2. (Vunesp-2008) Os esportes radicais são atividades muito difundidas entre os jovens e têm recebido crescente atenção da mídia, inclusive com veiculação pela televisão. Uma característica deles, utilizada na sua propaganda, é a capacidade de induzir um aumento na produção de adrenalina nos participantes. Indique a alternativa que descreve corretamente o local de produção e a ação da adrenalina.
a) Pâncreas – vasoconstrição, sudorese e elevação do nível de açúcar no sangue.
b) Hipófise – vasodilatação, aumento na freqüência dos batimentos cardíacos e dilatação de pupilas e brônquios.
c) Supra-renais – vasodilatação, sudorese e dilatação das pupilas.
d) Hipófise – redução no volume sanguíneo, redução na pressão sanguínea sistêmica e elevação do nível de açúcar no sangue.
e) Supra-renais – vasoconstrição, aumento na freqüência dos batimentos cardíacos e elevação do nível de açúcar no sangue.
3. (UFC-2007) Um amigo meu ficou sabendo que estava com câncer na tireóide e teria que se submeter a uma cirurgia para a retirada desse órgão. Ele foi informado de que, como conseqüência da cirurgia, teria que tomar medicamentos, pois a ausência dessa glândula:
a) provocaria a ocorrência do aumento do volume do pescoço, caracterizando um quadro clínico conhecido como bócio endêmico.
b) reduziria a produção do hormônio de crescimento, provocando a redução de cartilagens e ossos, fenômeno conhecido como nanismo.
c) diminuiria a concentração de cálcio no sangue, levando à contração convulsiva das células musculares lisas, o que provocaria a tetania muscular.
d) comprometeria a produção do hormônio antidiurético, aumentando a concentração de água no sangue e diminuindo o volume de urina excretado.
e) levaria a uma queda generalizada na atividade metabólica, o que acarretaria, por exemplo, a diminuição da temperatura corporal.
GABARITO
1. a) Porque produziu um estado de hipoglicemia que conduziu ao coma.
b) A disfunção, nesses casos, é do pâncreas endócrino. A deficiência de insulina causa diabete mélito.
2. E
3. E