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Paradoxo na linguagem: o que é e 7 exemplos

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Venha conhecer uma das figuras de linguagem mais marcantes no nosso discurso: o paradoxo.

Paradoxo na linguagem: o que é e 7 exemplos

O estudo das figuras de linguagem é extremamente importante, pois, constantemente, empregamos esses recursos com o objetivo de alcançar determinados efeitos na construção do nosso discurso. Além disso, como elas estão associadas à semântica discursiva, costumam ser tema frequente nas questões de vestibulares.

Neste post, veremos especificamente a figura de pensamento “paradoxo” – também conhecida como “oxímoro”.

1. Definição

“Paradoxo” (ou “oxímoro”) é uma figura de pensamento que consiste na aproximação de ideias contraditórias. Embora essas ideias sejam contraditórias, no contexto em que o paradoxo é empregado, principalmente em contextos poéticos, esse contraste acaba fazendo sentido.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos de paradoxos na linguagem.

2. Exemplos

a. “Separados, estamos mais unidos”

Diante da pandemia de Covid-19, o governo estadual do Rio de Janeiro lançou uma campanha que buscou incentivar a população a aderir o isolamento social para que o número de contágio diminuísse. Para isso, criou-se o slogan “separados, estamos mais unidos”.

b. “Se você quiser me prender / Vai ter que saber me soltar”

Esse trecho foi retirado da música “Tiranizar”, do Caetano Veloso.

c. Poema de Camões

O famoso soneto de Camões construído a partir de paradoxos. > “Amor é fogo que arde sem se ver > É ferida que dói e não se sente > É um contentamento descontente > É dor que desatina sem doer”.

d. (Carlos Drummond de Andrade) > “A explosiva descoberta Ainda me atordoa. > Estou cedo e vejo. > Arranco os olhos e vejo”.

e. “É como mergulhar no rio / E não se molhar” (Skank)

f. “Quanto mais vivemos, mais nos aproximamos da morte.”

g. “Já estou cheio de me sentir vazio” (Renato Russo)

3) Paradoxo X Antítese

Essas duas figuras de linguagem podem ser confundidas. Dessa forma, devemos entender que, enquanto o paradoxo é um recurso que aproxima dois conceitos contraditórios, ou seja, está diretamente associado ao plano das ideias; a antítese aproxima palavras com sentidos contrários, estando associada ao plano linguístico.

Exemplo de antítese: “O mundo está cheio de pessoas vazias”.

Nesse caso, a palavra “cheio” diz respeito à quantidade; “vazias”, à característica das pessoas. Por isso, não é uma ideia contraditória, mas são palavras com sentidos opostos.

Vamos praticar?

Veja, a seguir, uma questão do Enem 2009:

(Enem 2009) “Oximoro, ou paradoxismo, é uma figura de retórica em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a expressão.”

Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.

Considerando a definição apresentada, o fragmento poético da obra Cantares, de Hilda Hilst, publicada em 2004, em que pode ser encontrada a referida figura de retórica é:

a) “Dos dois contemplo rigor e fixidez. Passado e sentimento me contemplam” (p. 91).

b) “De sol e lua De fogo e vento Te enlaço” (p. 101).

c) “Areia, vou sorvendo A água do teu rio” (p. 93).

d) “Ritualiza a matança de quem só te deu vida. E me deixa viver nessa que morre” (p. 62).

e) “O bisturi e o verso. Dois instrumentos entre as minhas mãos” (p. 95).

Gabarito: Letra D.

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Veja também: Figuras de Linguagem para o Enem| Quer Que Desenhe?

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