O coração, ainda que não em sua representação mais anatômica, é um dos símbolos mais difundidos pela humanidade. Quem não conhece isso aqui? <3
E você com certeza também conhece o coração humano em sua representação anatômica. Mas, o que você talvez nunca tenha se perguntado, é: Como é o coração dos animais? Entender o coração é um passo-chave para compreender de uma vez por todas a circulação comparada. Vem comigo.
1. Peixes
Peixes possuem um coração absurdamente simples.
O coração dos peixes apresenta apenas um átrio e um ventrículo. O sangue entra pelo átrio, sai pelo ventrículo, circula pelo corpo e volta, ainda venoso. A circulação dos peixes então é fechada (corre sempre dentro de seus vasos sanguíneos), venosa (não há sangue arterial) e simples (percorre o corpo apenas uma vez para realizar todas as suas funções)!
2. Anfíbios
Nos anfíbios, a coisa fica ligeiramente mais complexa. Agora o coração apresenta dois átrios, mas ainda um ventrículo. Então o sangue agora circula assim: Ao chegar no coração, pelo átrio esquerdo, o sangue venoso desce ao ventrículo único, e de lá é bombeado para o pulmão. Dos pulmões, ele oxigenado (arterial) volta pelo átrio direito, desce novamente ao ventrículo, misturando-se ao sangue venoso, e então passando ao corpo para exercer sua função. Há perda de eficiência com essa mistura, então diz-se que a circulação é dupla (pelas duas voltas dadas) e incompleta (por conta da mistura descrita!)
3. Répteis
O coração dos répteis não é muito diferente dos anfíbios, apresentando dois átrios e um ventrículo (spoiler: já sabem que o sangue mistura, né?), no entanto, ele apresenta uma diferença interessante: Começou a haver uma separação no ventrículo, chamada Septo de Sabatier.
E mais interessante ainda, em crocodilianos, essa separação é completa, ou seja, dois átrios e dois ventrículos. No entanto, a circulação AINDA não é completa! Acontece que ainda há mistura, por menor que seja, através de um orifício chamado Forame de Panizza. Sendo assim, a circulação de todos os répteis, permanece sendo dupla e incompleta.
Aqui o coração de um crocodilo, pra vocês repararem a diferença:
4. Aves
No coração das aves, já observamos a separação completa do ventrículo, em esquerdo e direito. Essa separação completa impede a mistura de sangue venoso com sangue arterial, tornando a circulação extremamente eficiente. Inclusive, é essa eficiência que permite o alto metabolismo das aves, e a energia extra dispensada por esse metabolismo permite que o animal regule a própria temperatura, tornando as aves homeotérmicas. Os demais animais são considerados ectotérmicos, ou seja, sua temperatura depende da temperatura do ambiente.
Em uma representação ligeiramente mais realista, porém bem mais sem graça, do coração de uma ave:
5. Mamíferos
Aqui não vamos achar muita coisa diferente do coração das aves, apenas diferenças bem insignificantes, no que nos diz respeito. O importante é que você lembre que mamíferos também possuem circulação dupla e completa, ou seja, sem mistura de sangue venoso com sangue arterial. Logo, imagino que você possa deduzir que isso significa que mamíferos também podem regular a própria temperatura!
É isso, gente, espero que tenha satisfeito a curiosidade de alguns e ajudado a entender melhor a circulação dos outros cordados. See you soon, guys. 😛