Para resolver essa questão, não esqueça de assistir uma aula sobre Esquistossomose.
Um dos temas frequentes nos vestibulares, sem dúvida, são os conteúdos relacionados a doenças parasitárias! Isso mesmo: saber das criaturinhas que infectam pessoas e animais em todo mundo é muito importante! Normalmente as questões demandam o conhecimento das características dos organismos vetores da doença como ciclo de vida, tipos de reprodução, bem como suas formas de contágio e profilaxia.
Então vamos resolver uma questão relacionada a esse tema e sanar de vez suas dúvidas quando a Esquistossomose, também conhecida como “Xistosa” ou “Doença do caramujo”, transmitida pelo Schitossoma mansoni! A Esquistossomose chegou às Américas Central e do Sul provavelmente com os escravos africanos e ainda hoje atinge vários estados brasileiros, principalmente os do Nordeste. Pode apresentar como sintomas iniciais: coceiras e dermatites, febre, inapetência, tosse, diarreia, enjôos, vômitos e emagrecimento. Em estágio mais avançado provoca aumento do fígado e cirrose, aumento do baço, hemorragias provocadas por rompimento de veias do esôfago, além de dilatação do abdômen.
1. (Ueg 2012) Genoma contra a esquistossomose Mapas do DNA ativo do parasita abrem caminhos para a criação de vacinas para resistência do verme a medicamentos.Com os dados sobre o DNA dos vermes que afetam respectivamente a América Latina e a Ásia, além de algumas regiões da África, no caso do Schistossoma mansoni , deve ser possível obter informações cruciais sobre como as esquistossomoses interagem com os organismos de seus hospedeiros em nível molecular. Os mecanismos usados pelo verme para escapar da vigilância do sistema-imune e para se aproveitar do metabolismo humano poderão ser dirigidos contra ele, permitindo o desenvolvimento de novos medicamento e vacinas.
VERJOVSKI -ALMEIDA, S.; DEMARCO, R. Genoma contra a esquistossomose. Scientific merican, 28. ed., set. 2004.
Sobre essa temática, é correto afirmar:
a) Os esquistossomos se reproduzem sexuadamente antes de serem despejados na água para infectar ou reinfectar novas vítimas humanas; assim, eliminar os caramujos é a única medida profilática eficaz no combate à esquistossomose.
b) O Schistossoma é um animal pequeno, com machos e fêmeas idênticos, reconhecidos por sua morfologia externa e sistemas sexuais apresentando ausência de dimorfismo sexual.
c) Os esquistossomos que infectam seres humanos se reproduzem em moluscos aquáticos, sendo uma das medidas para sua erradicação a eliminação de lesmas, caracóis e caramujos de água doce.
d) O Schistossoma mansoni é um importante parasita humano que vive nos planorbídeos, cefalópodes pulmonados de hábitat dulcícola e que representa o grupo mais numeroso e diversificado dos moluscos.
GABARITO
O Schitossoma mansoni é um verme platelminto que apresenta nítido dimorfismo sexual, como mostrado na imagem acima, fato que elimina a alternativa (b). A fêmea é mais comprida e esguia que o macho e fica abrigada dentro de um sulco que existe em seu corpo. Os vermes adultos vivem nas veias do fígado humano, onde se alimentam e se acasalam (reprodução sexuada). A postura dos ovos ocorre nos vasos capilares do intestino do hospedeiro. Os ovos, dotados de pequenos espinhos, perfuram os vasos capilares, passam para a cavidade intestinal, de onde são eliminados junto com as fezes. Ao entrar em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas ciliadas denominadas miracídios. Esses penetram no caramujo da família dos planorbídeos que são gastrópodes pulmonados de água doce. O grupo dos cefalópodes abrange os polvos e lulas, eliminando portanto a alternativa (d). Os gastrópodes lhes servirão de hospedeiro intermediário onde o miracídio realiza reprodução assexuada, gerando milhares de cercárias (um único miracídio pode formar 200 mil cercárias). Essas, ao atravessarem os tecidos do caramujo, saem para a água.
Portanto a eliminação de gastrópodes (lesmas, caracóis, caramujos) de água doce constitui uma medida eficiente de erradicação do parasita, como descrito na letra (c), que é a alternativa correta! Se uma pessoa entrar em contato com a água onde há cercárias, elas poderão penetrar ativamente na pele (geralmente dos pés), chegando até o fígado, onde permanecem até atingirem a fase adulta, quando o ciclo recomeça. A doença também pode ser contraída pela ingestão de água contaminada. As medidas profiláticas eficazes são várias: eliminação do caramujo por meio de agentes químicos; tratamento químico ou físico (fervura) da água a ser ingerida; evitar contato com água de lagos e poças que contenham caramujos planorbídeos; adotar hábitos de higiene, usando instalações sanitárias adequadas, o que elimina a alternativa (a).