Diversos fenômenos que se manifestam na superfície da terra, como terremotos, vulcanismo, tsunamis estão ligados a estrutura interna da terra. As forças e a energia presentes no interior da terra podem provocar esses fenômenos e afetam direta e indiretamente a vida de milhares de pessoas em várias partes do mundo.
Essa estrutura interna da terra não provoca apenas catástrofes. Os recursos minerais, isto é, a matéria prima básica para a geração de energia e para a produção industrial, também estão ligadas às características da estrutura interna do planeta.
Compreender e estudar o interior da terra não é tarefa fácil pois a observação das camadas internas da terra não pode ser feita de forma direta. Assim, as hipóteses e teorias são elaboradas a partir de métodos indiretos de observação de duas principais maneiras: 1. pela sismologia, que é o estudo das ondas sísmicas: suas vibrações, trajetórias e velocidades indicam descontinuidades e alterações entre diferentes materiais e 2. pela comparação com a composição dos meteoritos, que acredita-se, possuem a mesma trajetória evolutiva e origem do material interno da terra.
As 3 camadas da Terra
Assim, o interior da terra é dividido em três camadas que apresentam característica como temperatura, densidade, pressão, espessura e estado físico distintas. São elas:
Modelo esquemático das camadas da terra – imagem original produzida por Jeremy Kemp Disponível em:
1) Crosta: camada superficial, possui espessura entre 20 e 90 km. É a camada externa da terra onde encontra-se rochas leves, formadas por alumínio e silício, sob os continentes e silício e magnésio sob os oceanos.
2) Manto: é a camada intermediária, formado por rochas mais pesadas como o basalto ricas em minerais como ferro, magnésio e silício. Essa camada chega até 2900 km e é dividido em duas partes: o manto superior e o manto inferior.
O chamado Manto Superior ou astenosfera, é constituído por um material pastoso chamado magma. Nela ocorrem os movimentos de convecção, isto é, o magma aquecido na porção mais internas da terra sobe em direção à crosta, onde se resfria e desce de volta ao interior.
Movimento de convecção do magma pelo processo de aquecimento e resfriamento Disponível em:
É importante compreender esse movimento de convecção pois é a partir dele que podem ocorrer as erupções vulcânicas e os terremotos. O movimento do magma interfere na movimentação das placas tectônicas que por sua vez provocam esses fenômenos na superfície terrestre.
3) Núcleo: dividido entre o núcleo externo, de 2900 a 5150 km, composto de material líquido e bastante denso, formado provavelmente por ferro, silício e enxofre; e o núcleo interno, sólido e provavelmente composto de níquel e ferro, que chega a 6371 km.
Mas, o que explica essa diferença na composição das camadas? Por que alguns elementos químicos estão presentes nas camadas mais profundas e outros nas mais externas? Para entendermos esses processos precisamos voltar a formação da terra, há cerca de 4,6 bilhões de anos.
A formação do planeta é explicada pela Teoria da Nebulosa, elaborada por Immanuel Kant e Pierre-Simon Laplace. Segundo essa teoria, uma imensa nuvem de gás e poeira entrou em colapso em virtude das forças gravitacionais, criando explosões, agregando elementos químicos e gerando um grande movimento de giro em órbita. A Terra era como uma grande bola de fogo, em virtude do aquecimento proveniente das reações químicas ocorridas nesse processo. Posteriormente, houve um processo de resfriamento, no qual se formaram as rochas compostas por esses minerais.
Isso explica a composição química das camadas da terra pois a fusão dos materiais ocorreu de forma que os minerais mais leves, como o alumínio e a sílica se destinassem a superfície, enquanto os mais pesados, como níquel e ferro, foram para o interior da terra.
Teoria da Tectônica de placas
Ao observar a semelhança entre os contornos dos litorais de continentes como a África, América e Europa, bem como de suas formações rochosas, o cientista alemão Alfred Wegener desenvolveu a teoria da deriva continental. Ele acreditava que há cerca de 200 milhões de anos todos os continentes estão unidos em um único bloco, conhecido como Pangeia. Aos poucos, esse bloco passou a se fragmentar e se afastar um dos outros.
A partir dessa teoria, Arthur Holmes elaborou a ideia de que o fundo oceânico estaria em expansão, em virtude do movimento de convecção do magma na astenosfera. Segundo Holmes, esse movimento seria responsável pelo afastamento dos continentes.
Alguns anos depois, exatamente em 1967, a teoria de Holmes foi confirmada. Constatou-se que as idades das rochas dos fundos oceânicos aumentam à medida que se aproximam no continente, ou seja, as rochas mais próximas as dorsais meso oceânicas (parte central dos oceanos) são mais recentes. Assim, concluiu-se que a crosta terrestre é fragmentada em vários blocos, chamados de placas tectônicas.
Essas placas se deslocam a partir do movimento de convecção do magma em um processo não só de afastamento (as zonas de divergência de placas) mas também de coalizão (zonas de convergência) entre essas placas em certas partes do planeta.
É dessa maneira que as forças internas da terra influenciam em nossas vidas, pois essa movimentação pode provocar terremotos, erupção de vulcões, tsunamis etc. Além disso, são responsáveis pela formação das diversas formas de relevo que encontramos pelo planeta.
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