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Literatura: Gêneros Literários – Introdução aos Estilos de Época

Acesse o material de apoio da aula ao vivo de Literatura, sobre Gêneros Literários e Estilos de Época, e prepare-se para o vestibular!

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Literatura? Ah, isso é com o professor Diogo! <3
Hoje tem aula ao vivo sobre Gêneros Literários – Introdução aos Estilos de Época! Para não perder nada sobre esse assunto e se preparar cada vez mais para o vestibular, não deixe de conferir os horários e os materiais de apoio aqui embaixo!

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Literatura: Gêneros Literários – Introdução aos Estilos de Época

Turma da Noite: 10:15 às 11:15

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Material de aula ao vivo

Lista de Exercícios

Material de Aula ao Vivo

Texto 1
Melhor um mágico na mão do que dois voando Discretamente maquilado, sorri o pálido rosto do mágico debaixo dos refletores, enquanto no alto a mão volteia, se espalma e, em gesto de quase dança, mergulha seca na cartola.
Mas algo parece retê-la lá dentro. Esforça-se o mágico, puxa, joga para trás o peso do corpo. Tenta sorrir para o público. E já o antebraço afunda na cartola, some o cotovelo. Ainda luta cravando a outra mão no tampo da mesinha. Depois os pés. Inútil. O ombro é tragado no vórtice das abas, nem se salvam o pescoço esticado, a cabeça. Diante da plateia expectante que acredita tratar-se de um novo truque, todo o corpo desaparece pouco a pouco, num último adejar das caudas do fraque.
No fundo de cetim preto, triunfa o coelho. Pela primeira vez, conseguiu botar um mágico na cartola.

(Colasanti, Marina. Contos de amor rasgados. 2ª edição. Rio de Janeiro: Record, 2010)

Texto 2

Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d’amor!

(…)

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!

(Casimiro de Abreu)

Texto 3

A um passarinho

Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz

(Vinicius de Moraes)

Texto 4

Eles não usam black-tie (trecho)

TIÃO — Papai…
OTÁVIO — Me desculpe, mas seu pai ainda não chegou. Ele deixou um recado comigo, mandou dizê pra você que ficou muito admirado, que se enganou. E pediu pra você tomá outro rumo, porque essa não é casa de fura-greve!
TIÃO — Eu vinha me despedir e dizer só uma coisa: não foi por covardia!
OTÁVIO — Seu pai me falou sobre isso. Ele também procura acreditá que num foi por covardia. Ele acha que você até que teve peito. Furou a greve e disse pra todo mundo, não fez segredo. Não fez como o Jesuíno que furou a greve sabendo que tava errado. Ele acha, o seu pai, que você é ainda mais filho da mãe! Que você é um traidô dos seus companheiro e da sua classe, mas um traidô que pensa que tá certo! Não um traidô por covardia, um traidô por convicção!
TIÃO — Eu queria que o senhor desse um recado a meu pai…
OTÁVIO — Vá dizendo.
TIÃO — Que o filho dele não é um “filho da mãe”. Que o filho dele gosta de sua gente, mas que o filho dele tinha um problema e quis resolvê esse problema de maneira mais segura. Que o filho é um homem que quer bem!
OTÁVIO— Seu pai vai ficá irritado com esse recado, mas eu digo. Seu pai tem outro recado pra você. Seu pai acha que a culpa de pensá desse jeito não é sua só. Seu pai acha que tem culpa…
TIÃO — Diga a meu pai que ele não tem culpa nenhuma.
OTÁVIO (perdendo o controle) — Se eu te tivesse educado mais firme, se te tivesse mostrado melhor o que é a vida, tu não pensaria em não ter confiança na tua gente…
TIÃO — Meu pai não tem culpa. Ele fez o que devia. O problema é que eu não podia arriscá nada. Preferi tê o desprezo de meu pessoal pra poder querer bem, como eu quero querer, a tá arriscando a vê minha mulhé sofrê como minha mãe sofre, como todo mundo nesse morro sofre!
OTÁVIO— Seu pai acha que ele tem culpa!
TIÃO — Tem culpa de nada, pai!
OTÁVIO (num rompante) — E deixa ele acreditá nisso, se não, ele vai sofrê muito mais. Vai achar que o filho dele caiu na merda sozinho. Vai achar que o filho dele é safado de nascença. (Acalmase repentinamente) Seu pai manda mais um recado. Diz que você não precisa aparecê mais. E deseja boa sorte pra você.
TIÃO — Diga a ele que vai ser assim. Não foi por covardia e não me arrependo de nada. Até um dia. (Encaminha-se para a porta)
OTÁVIO (dirigindo-se ao quarto dos fundos) — Tua mãe, talvez, vai querê falá contigo… Até um dia!

(TIÃO PEGA UMA SACOLA QUE DEVE ESTAR DEBAIXO DE UM MÓVEL E COLOCA SEUS OBJETOS. CAMISAS QUE ESTÃO ENTRE AS TROUXAS DE ROUPA, ESCOVA DE DENTES, ETC)

(Gianfrancesco Guarnieri)

Lista de Exercícios

1. (ENEM) Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação.

COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973. (Adaptado.)

Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que:
a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem individual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva.
b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e independente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores.
c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros.
d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais.
e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.
 
Texto para as questões 2 e 3.
Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água. Certamente me irão fazer falta, mas terá sido uma perda irreparável? Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-me-ia propenso a consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por dizer com rigor a hora exata de uma partida, quantas demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido, em manhã de bruma, a cor das folhas que tombavam das árvores, num pátio branco, a forma dos montes verdes, tintos de luz, frases autênticas, gestos, gritos, gemidos. Mas que significa isso? Essas coisas verdadeiras podem não ser verossímeis. E se esmoreceram, deixá-las no esquecimento: valiam pouco, pelo menos imagino que valiam pouco. Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é inevitável mencioná-las. Afirmarei que sejam absolutamente exatas? Leviandade. (…) Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado. Outros devem possuir lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas: conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade. (…)

(Ramos, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio de Janeiro. São Paulo: Record, 1984)

2. (UERJ) A relação entre autor e narrador pode assumir feições diversas na literatura. Pode-se dizer que tal relação tem papel fundamental na caracterização de textos que, a exemplo do livro de Graciliano Ramos, constituem uma autobiografia – gênero literário definido como relato da vida de um indivíduo feito por ele mesmo.

A partir dessa definição, é possível afirmar que o caráter autobiográfico de uma obra é reconhecido pelo leitor em virtude de:

a) conteúdo verídico das experiências pessoais e coletivas relatadas
b) identidade de nome entre autor, narrador e personagem principal
c) possibilidade de comprovação histórica de contextos e fatos narrados
d) notoriedade do autor e de sua história junto ao público e a sociedade

3. (UERJ) Essas coisas verdadeiras podem não ser verossímeis. Com a frase acima, o escritor lembra um princípio básico da literatura: a verossimilhança – isto é, a semelhança com a verdade – é mais importante do que a verdade mesma. A melhor explicação para este princípio é a de que a invenção narrativa se mostra mais convincente se:

a) parecer contar uma história real.
b) quer mostrar seu caráter ficcional.
c) busca apoiar-se em fatos conhecidos.
d) tenta desvelar as contradições sociais.

4. (ENEM)

LXXVIII (Camões, 1525?-1580)

Leda serenidade deleitosa,
Que representa em terra um paraíso;
Entre rubis e perlas doce riso;
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;
Presença moderada e graciosa,
Onde ensinando estão despejo e siso
Que se pode por arte e por aviso,
Como por natureza, ser fermosa;
Fala de quem a morte e a vida pende,
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
Repouso nela alegre e comedido:
Estas as armas são com que me rende
E me cativa Amor; mas não que possa
Despojar-me da glória de rendido.

CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.

Sem título

SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese

A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos

a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema.
b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema.
c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema.
d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema.
e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.

Autorretrato falado

Venho de um Cuiabá garimpo e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda de bananas no Beco da
Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá, entre bichos do
chão, pessoas humildes, aves, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de
estar entre pedras e lagartos.
Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me apraz.
Já publiquei 10 livros de poesia; ao publicá-los me
sinto como que desonrado e fujo para o
Pantanal onde sou abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei – pelo
que fui salvo.
Descobri que todos os caminhos levam à ignorância.
Não fui para a sarjeta porque herdei uma fazenda de
gado. Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral, porque só
faço coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.

MANOEL DE BARROS Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010

5. (UERJ) Uma obra literária pode combinar diferentes gêneros, embora, de modo geral, um deles se mostre dominante.

O poema de Manoel de Barros, predominantemente lírico, apresenta características de um outro gênero.

Identifique esse gênero e cite duas de suas características presentes no poema.

GABARITO

1. C
2. B
3. A
4. C
5. Narrativo. Ele apresenta os fatos numa sequência temporal / conta uma história. Além disso, apresenta ritmo marcado nem rimas, aproximando-se da fala
 

PRINTS DA AULA

lit-estilosdeepoca
lit-estilosdeepoca2
lit-estilosdeepoca3

Comentários

Iara
Iara
07/04/2015 às 18:29

http://descomplica.com.br/portugues/aula-ao-vivo-generos-literarios-introducao-aos-estilos-de-epoca-27-02-15-10h15 ;)

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Emanuel Fernandes
Emanuel Fernandes
19/02/2015 às 17:57

Galera eu perdi essa aula ao vivo de literatura do professor diogo do dia 13- 02 - 2015 e não consigo achar ela no site, existe ela gravada? Se sim gostaria de receber o link pois não acho no site AULA AO VIVO PROF DIOGO LITERATURA TEMA GENEROS LITERARIOS E INTRODUÇÃO AOS ESTILOS DE ÉPOCA Grato

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