A energia eólica consiste na produção de energia elétrica a partir da força dos ventos. É uma fonte limpa e renovável, de baixo impacto ambiental e, portanto, uma importante alternativa aos combustíveis fósseis.
Em áreas marcadas por um regime constante de ventos, são construídos parques eólicos com centenas de aerogeradores, que convertem a energia eólica em energia elétrica pela força das turbinas e posteriormente por um gerador. Todo esse sistema é ligado a uma rede elétrica e contribui para o abastecimento de determinadas regiões.
No mundo, apenas 13% da energia é obtida a partir de fontes renováveis. Em relação a energia eólica, a produção da China é a maior do mundo e corresponde a 26,8% da produção mundial, seguido pelos Estados Unidos em segundo lugar. O Brasil vem mostrando crescimento nesse setor e alcançou a 8a maior produção do mundo em 2018, ultrapassando o Canadá.
A energia eólica no Brasil
O Brasil possui diversas possibilidades de produção de energias renováveis e atualmente mais de 40% da energia produzida provém dessas fontes. A energia eólica corresponde a 8,3% da energia total produzida no país, atrás das usinas de biomassa, que representam 9,3% e das hidrelétricas, responsáveis por 60,9% da produção. Entretanto, esse segmento vem apresentando significativo crescimento desde os anos 1990, quando foram instalados os primeiros parques eólicos do país.
Os investimentos em energia eólica no Brasil se intensificaram em 2002, a partir do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica por iniciativa do governo federal. O principal objetivo era diversificar a matriz energética nacional por meio de subsídios.
O Nordeste é onde se concentra a maior produção de energia eólica do Brasil, principalmente nos estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, entre outros. Em 2019, pelas condições de vento muito favoráveis, a região bateu um recorde e 89% de toda a energia consumida foi proveniente dos parques eólicos. A região Sul também vem investindo nesse energia renovável, com destaque para o Rio Grande do Sul, que já conta com 80 parques.
No entanto, é importante destacar que toda essa produção de energia elétrica pelo Nordeste não se converte em redução na conta de luz dos moradores dessa região. Isso acontece porque o modelo elétrico no Brasil não é regionalizado, ou seja, toda a energia elétrica produzida vai para um sistema único e é distribuída igualmente, com o mesmo preço pelas regiões.
O investimento em energia eólica, assim como em todas as fontes renováveis, significa apostar no caminho da independência energética das fontes poluentes e esgotáveis. Além disso, a descentralização da produção de energia promove uma segurança no fornecimento energético, visto que pode-se recorrer a fontes variáveis para obtenção de energia.
Nesse sentido, a energia eólica pode se firmar como uma alternativa em momentos de crise hídrica, em que, devido a escassez de chuvas ou até mesmo devido a ação antrópica, os níveis de água dos reservatórios não suprem as necessidades da sociedade brasileira.
O Brasil está entre os países que mais emitem gases poluentes do mundo. Isso está relacionado majoritariamente às altas taxas de desmatamento e às queimadas. Porém, o setor energético aumentou significativamente a participação na emissão de CO2, principalmente entre 2013 e 2015.
Assim, em termos ambientais, a tecnologia que envolve a produção de energia eólica é uma importante alternativa por se tratar de uma energia limpa e que quase não emite gases poluentes como o CO2, em grande parte responsáveis pelo aquecimento global e pela intensificação do efeito estufa.
Outra vantagem importante em relação a energia eólica está ligada às variadas possibilidades de instalação dos parques eólicos. Ainda que dependam de um regime constante de ventos, a independência quanto a localização de seus sistemas geradores, permite seu alojamento em áreas afastadas ou de difícil acesso à redes tradicionais de fornecimento de energia, contribuindo para a democratização do acesso à energia elétrica.
Apesar de suas inúmeras vantagens, o aproveitamento de energia eólica também apresenta certos impactos sociais e riscos ambientais. Portanto, sua exploração deve ser acompanhada de investimentos em pesquisa e em uma gestão responsável.
A intermitência do vento é uma desvantagem para o sistema, pois a geração de energia depende de condições não controláveis e pouco previsíveis. Isso evidencia certa insegurança e a impossibilidade de dependência somente dessa fonte, já que a demanda pela energia elétrica é constante.
Dentre os impactos, destaca-se o ruído emitido pelas turbinas que causam incômodos à audição. Essa questão se agrava principalmente, em parques eólicos próximos a áreas urbanas. Uma possível solução, seria priorizar a instalação desses parques em áreas isoladas.
Outra questão relevante é que esses parques eólicos no Brasil, em sua maioria, estão sob gestão de empresas privadas. Isso significa a privatização de áreas antes localizadas entre comunidades litorâneas e praias, sobre as quais essas comunidades tinham direito natural.
Portanto, a instalação de parques eólicos deve levar em consideração a existência das comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas nessas localidades e suas formas de uso do espaço. Dessa maneiro, deve ter como objetivo causar o menor dano possível e respeitar os usos econômicos e sociais que ali já estavam consolidados.
Além disso, em termos ambientais, o principal impacto está relacionado a fauna, com prejuízo principalmente para os pássaros. Estes podem sofrer perda de habitat, deslocamento forçado e até mortes, em eventuais choques com as turbinas.
Essa questão pode ser amenizada a partir de uma avaliação das características da região, evitando o estabelecimento de parques eólicos em rotas migratórias de pássaros, bem como um contínuo monitoramento ambiental, que avalie os impactos de tal empreendimento para a biodiversidade local.
Como vimos, o Brasil possui um grande potencial em relação a energia eólica. Apesar de apresentar certas desvantagens, muitas podem ser contornadas ou ao menos amenizadas. O investimento nessa fonte limpa e renovável é fundamental para uma maior independência energética e para a construção de um futuro sustentável.
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