O resumo que vai te ensinar TUDO sobre processo de urbanização e todos os principais conceitos relacionados ao tema está aqui. #PartiuEstudo?
Urbanização: Fatores atrativos X Fatores repulsivos
O marco histórico do processo de urbanização que determinou o crescimento das áreas urbanas de forma significativa, em que a população, em sua maioria concentrada em cidades rurais, migrou para as cidades urbanas é a revolução industrial.
Mas o que seria a urbanização? Muitos confundem a urbanização com o crescimento urbano, também chamado de crescimento das cidades, que consiste na implementação de infra-estruturas urbanas como, por exemplo, asfaltamento, construções, saneamento básico e outros. Contudo, a urbanização é definida como o período em que a população urbana cresce mais do que a população do meio rural.
A partir do advento da industrialização, o mundo passou a ter um grande crescimento urbano, necessitando de muita mão de obra, que inicialmente estava no campo, mas esta se transferiu para os centros urbanos, locais onde se encontravam as indústrias e o maior número de empregos. Esse seria o chamado fator atrativo de transformação da sociedade.
Além da oferta de trabalho ter aumentado consideravelmente nas cidades, a revolução industrial foi decisiva para o processo de urbanização, porque, a partir dela, a própria estrutura agrária foi completamente modificada, com a utilização de novas tecnologias e maquinários produzidos por essa indústria, o que proporcionou a mecanização do campo e a diminuição da necessidade de mão de obra.
Com esse novo fator industrial, o êxodo rural, processo de migração do campo para a cidade, aumentou considerável e continuamente, chegando ao ponto de o planeta passar a se tornar um planeta urbano, com a maior parte da população mundial residindo nas cidades. Estes fatores são considerados fatores repulsivos, por se tratarem de situações que serviram para estimular a saída desses trabalhadores do campo. De forma mais precisa, podemos destacar os fatores repulsivos como:
- A mecanização e utilização e tecnologias avançadas no campo, que demandou trabalhadores qualificados, mas diminuiu significativamente o quantitativo de empregos mais rudimentares, justamente o tipo de trabalho que mais empregava os trabalhadores rurais.
- Aumento dos latifúndios, que exerceram pressão nos pequenos agricultores que não tinham como competir com os grandes proprietários rurais.
- Os baixos salários pagos aos trabalhadores.
O crescimento urbano nos países centrais e nos países periféricos
Os países centrais e os países periféricos se diferenciam entre si quando o assunto é a disposição da população nas cidades urbanas.
Nos países centrais o crescimento urbano foi lento e planejado, ou seja, a cidade cresceu ordenadamente levando em consideração as necessidades requeridas (transporte público, abertura de ruas e estradas, saneamento básico, escolas, hospitais…). Além disso esse grupo de países organizou seu território da seguinte forma, no centro das cidades reside a população pobre e nas periferias a população rica. Isso ocorre pois sabe-se que o número de pessoas ricas é menor do que a população pobre, por isso, concentra-se os últimos nos centros urbanos, pois assim evita-se grandes deslocamentos haja visto que esta população estará próxima aos postos de trabalho e terá menos gastos com transporte pois é a que recebe salários menores.
Já nos países pobres o crescimento urbano se deu de forma rápida e desordenada, com a população rica se concentrando no centro das cidades, isso por status pois é a área mais valorizada, obrigando assim o deslocamento da população pobre em direção ao centro das cidades para trabalhar pois este grupo reside nas periferias das cidades. Isto desdobra em trânsito caótico e em impactos urbanos como a favelização.
O processo de urbanização do Brasil
No Brasil esse processo se iniciou nos séculos XVII e XVIII, com a descoberta de ouro em Minas Gerais e com o crescimento da pecuária. A descoberta do ouro proporcionou investimentos na cidade e no seu entorno e intenso fluxo de migração. No século XIX, a produção do café foi responsável por manter esse movimento de crescimento do interior, principalmente o interior de São Paulo, e permitiu que novos fatores, como a construção de linhas férreas, portos, entre outros, aumentassem o número de centros urbanos e ofertas de serviços nas cidades.
Com o interesse de aumentar a urbanização por diversas partes do país, a capital que antes ficava no Rio de Janeiro foi transferida para Brasília, pois o deslocamento do poder político do país permitiria um aumento significativo do crescimento urbano nas regiões centrais, com a instalação de indústrias e serviços e um grande contingente de mão de obra para construir uma cidade praticamente do nada. Entre as décadas de 60 e 70, se consolidou essa alteração de característica da sociedade brasileira, passando de uma sociedade majoritariamente rural para uma sociedade urbana.
É preciso destacar que, apesar de ter se tornado uma sociedade urbana, o Brasil sofreu um crescimento desigual, com determinadas regiões se tornando urbanas mais rapidamente do que outras. Nesse processo, a Região Sudeste foi a que mais rapidamente se urbanizou, pelo fato de o Rio de Janeiro ter sido o centro político-administrativo do país, pelo desenvolvimento que Minas Gerais teve por causa do ciclo do ouro, e principalmente pelo dinheiro do café, motor da economia brasileira do século XIX até o início do século XX. As demais regiões tiveram sua urbanização de forma tardia, a Região sul por ser bastante ligada à agricultura familiar e policulturas, o Nordeste por causa do grande êxodo rural para as demais regiões, como Sudeste e Centro Oeste, no momento da construção de Brasília, e a região Norte, por se tratar de ser uma região dominada pelo Floresta Amazônica e muito distante dos polos econômicos do Sudeste, foi a última região a se tornar majoritariamente urbana.
Principais conceitos urbanos
É importante destacar que no processo de urbanização alguns conceitos são importantes para compreendermos os desdobramentos que este fenômeno apresenta a partir do momento em que ele vai crescendo. Dentre os conceitos podemos destacar os seguintes:
– Metrópoles
São centros urbanos de grandes dimensões, cidades que dispõem dos melhores equipamentos urbanos do país (metrópole nacional) ou de uma região (metrópole regional). As metrópoles exercem grande influência das cidades menores que estão ao seu redor. Exemplos de metrópoles nacionais: Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires; exemplos de metrópoles regionais: Recife, Belém, Vancouver.
A partir da década de 50, o crescimento e a multiplicação das metrópoles foi espetacular. Em 1950, por exemplo, só existiam sete cidades com mais de 5 milhões de habitantes, ao passo que em 1990 já existiam dezenas de cidades com mais de 5 milhões de habitantes. Muitas delas se expandiram tanto seus limites que acabaram se encontrando com os limites de outros municípios vizinhos, formando enormes aglomerações chamadas regiões metropolitanas.
– Região metropolitana
Conjunto de municípios limítrofes e integrados a uma metrópole, com serviços públicos de infraestrutura comuns. A constituição federal de 1988 permite aos governos estaduais o reconhecimento legal de regiões metropolitanas, com o intuito de atribuir planejamento, integração e execução de atividades públicas de interesse comum às cidades que integram essa região.
– Conurbação
É a junção física de duas ou mais cidades próximas em razão de seu crescimento horizontal. Isso ocorre principalmente em regiões mais desenvolvidas, onde geralmente há uma grande rodovia que expande continuamente a área física das cidades. Exemplos: Juazeiro e Petrolina, no Rio São Francisco; região do ABC, em São Paulo.
– Megalópole
É quando ocorre a conurbação de duas ou mais metrópoles. Exemplos de megalópole é a junção de Boston e Whashigton originando a megalópole Boswash, e a junção de San Francisco e San Dieg, originando a megalópole San-San, ambas nos EUA.
– Megacidade
É toda e qualquer cidade com mais de 10 milhões de habitantes.
– Rede Urbana
Conjunto de trocas que existem entre as cidades, podendo ser trocas materiais (mercadorias, fluxo de pessoas etc.) e imateriais (fluxo de informações) entre as cidades de tamanhos distintos, desde metrópoles até cidades de pequeno porte.
– Hierarquia urbana
É a ordem de importância das cidades. A hierarquia urbana é estabelecida na capacidade de alguns centros urbanos de liderar e influenciar, outros por meio da oferta de bens e serviços à população.
– Cidade global
O termo “cidade global” é recente no estudo das cidades. Ele é utilizado para fazer uma análise qualitativa das cidades, destacando a influência delas, em partes distintas do mundo, sobre os demais centros urbanos.
Uma cidade global, portanto, caracteriza-se como uma metrópole, porém sua área de influência não é apenas uma região ou um país, mas parte considerável de nosso planeta. É por isso que as cidades globais também são denominadas “metrópoles mundiais”.
As características utilizadas para considerar uma cidade como global são:
- Sedes de grandes companhias, como conglomerados e multinacionais.
- Bolsa de valores que possua influência na economia mundial.
- Grau sofisticado de serviços urbanos.
- Setor de telecomunicações amplo e tecnologicamente avançado.
- Centros universitários e de pesquisa de alta tecnologia.
- Diversidade e qualidade das redes internas de transporte (vias expressas, rodovias e transporte público).
- Portos e aeroportos modernos que liguem a cidade a qualquer ponto do globo.
A partir dessas referências, foi possível destacar três níveis de cidades com aspectos próximos a esses citados, os grupos Alfa, Beta e Gama, que têm a seguinte composição:
- Grupo Alfa (cidades do primeiro nível de importância): Londres, Nova York, Paris, Tóquio, Los Angeles, Chicago, Frankfurt, Milão, Hong Kong e Cingapura
- Grupo Beta (cidades de segundo nível de importância): São Francisco, Sidney, Toronto, Zurique, São Paulo, Cidade do México, Madri, Bruxelas, Moscou e Seul.
- Grupo Gama (cidades de terceiro nível de importância): Osaka, Pequim, Boston, Washington, Amsterdã, Hamburgo, Dallas, Dusseldorf, Genebra, Xangai, Montreal, Roma, Estocolmo, Munique, Houston, Barcelona, Berlim, entre outros.
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Seguem exercícios para você treinar seus conhecimentos em Urbanização e arrasar no Enem:
Exercícios
1. (Fatec) Considere as afirmações sobre a urbanização brasileira.
I. Embora os números referentes ao processo de urbanização possam conter algumas distorções, resultantes das metodologias utilizadas, é inegável l que entre as décadas de 1950 até 1980 o Brasil passou de forma intensa por esse processo.
II. No início da ocupação do território brasileiro, houve grande concentração de cidades na região Sudeste. Esse fenômeno está associado ao processo industrial, que teve seu maior desenvolvimento nessa região.
III. Num mundo cada vez mais globalizado, há um reforço do papel de comando de algumas cidades globais na rede urbana mundial, como é o caso de São Paulo, importante centro de serviços especializados.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
2. (Unifal) Leia as afirmativas a seguir.
I – O êxodo rural é uma das causas da urbanização acelerada que acarreta, entre outros problemas, o aumento do desemprego e crescimento do setor informal das cidades nos países de industrialização tardia.
II – O crescimento da taxa de urbanização implica uma acentuada melhoria nas condições de vida da população dos países subdesenvolvidos.
III – O aumento das favelas, dos loteamentos clandestinos e da população sem-teto pode ser apontado como conseqüência do êxodo rural e da crescente urbanização.
Com base nessas afirmativas sobre urbanização, marque a alternativa correta.
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas I e III estão corretas.
c) Todas as alternativas estão corretas.
d) Apenas III está correta.
3. (UNEMAT) A globalização da produção transformou algumas metrópoles em centros da economia internacional. Esses centros urbanos formam uma rede urbana por onde transita a maior parte do capital que circula pelos mercados financeiros mundiais. São as empresas sediadas nestes centros que lançam inovações tecnológicas e comandam os serviços especializados para a indústria, como a publicidade e o marketing.
(GUIMARÃES et al., 2007).
Como esses centros urbanos são denominados?
a) Megacidades.
b) Centros Regionais.
c) Cidades Globais.
d) Conurbação Urbana.
e) Megalópoles.
4. (PUC) Nos países industrializados, a migração campo-cidade tem como causa fundamental:
a) carência de melhores condições sociais no campo.
b) baixa produtividade agrícola.
c) pressão demográfica no campo.
d) dificuldade de aquisição de terras.
e) liberação de mão-de-obra pela mecanização.
5. (VUNESP)
Atualmente, ocorrem no mundo muitas transformações na relação cidade-campo. Analise os quatro itens seguintes.
I. As atividades econômicas são administradas por um mundo urbano e estão, cada vez mais, globalizadas. Entretanto, ao mesmo tempo em que o campo se urbaniza, com a intensificação das trocas culturais, as cidades também se ruralizam, pois muitos dos hábitos da cultura rural acabam arraigados em muitas partes das cidades.
II. A extensão do capitalismo, a partir de profundas transformações no processo produtivo, acabou emancipando a cidade e o campo, por meio de um novo patamar que separa as atividades agrícolas das urbanas, dando amplo controle aos fazendeiros do que se produz no campo.
III. A fusão entre agricultura e indústria e, atualmente, a incorporação dos setores terciário e quaternário formam o verdadeiro complexo agroindustrial, o que vem completar definitivamente a integração cidadecampo. Com estas transformações, a separação setorial é reduzida e a correspondente divisão territorial do trabalho, amplamente alterada.
IV. Com a pressão da homogeneização de valores que expressam um mundo urbano, o campo não conseguiu resistir à pressão da cidade. Hoje temos um mundo único e urbano, que eliminou a cultura rural.
Estão corretos somente os itens
a) I e II
b) I e III
c) I e IV
d) II e III
e) III e IV
Gabarito
1. D
2. B
3. C
4. E
5. B