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menino estudando sobre  biomas brasileiros

Biomas brasileiros: resumo completo sobre todos eles

Quer saber tudo sobre todos os biomas brasileiros? Então você está no lugar certo. Confira o conteúdo!

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Os biomas são um conjunto de diferentes ecossistemas, com relativa homogeneidade adaptativa às condições físicas do local, tais como clima, temperatura e umidade. São grandes comunidades da flora e fauna adaptadas às condições climáticas e ecológicas de determinada região.

Os biomas do Brasil são 1) Amazônia, 2) Cerrado, 3) Caatinga, 4) Mata Atlântica, 5) Pampa e 6) Pantanal.

Vamos ver nesse resumo as características de cada um.

biomas brasileiros

Amazônia

A floresta amazônica é considerada a maior floresta tropical do mundo (ocupa uma área de 7 milhões de km2) e localiza-se ao norte da América do Sul e abrange os estados do Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Pará e Roraima, além de, em menores proporções, os países: Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. 

É conhecida por concentrar enorme biodiversidade (bancobiogenético) e apresenta um clima equatorial, caracterizado por elevadas temperaturas e umidade. Ela corresponde a mais da metade das florestas tropicais que ainda existem no mundo. Por isso, a sua conservação é tão debatida internacionalmente. 

A Amazônia Legal

A Amazônia Legal é uma divisão política com objetivo de reunir os estados com situação política, social e econômica semelhante à que abrange a Amazônia brasileira. A partir disso é possível pensar em estratégias de ocupação, segurança, desenvolvimento e sustentabilidade dessa região de caráter heterogêneo.

Limites da região Norte do Brasil, da Amazônia Legal e da Amazônia Internacional para ilustrar o conteúdo sobre os biomas brasileiros

Limites da região Norte do Brasil, da Amazônia Legal e da Amazônia Internacional.

Características Gerais

O clima Equatorial, como dito, é caracterizado por temperaturas elevadas e um grande índice pluviométrico. Essa característica é fundamental para compreendermos também a hidrografia da floresta amazônica.

Lá está na menos do que a maior bacia hidrográfica do planeta: a bacia do Rio Amazonas, que além do rio principal possui outros vários afluentes famosos (Xingu, Negro, Tapajós, Trombeta…), que juntos cobrem 3,8 milhões de quilômetros quadrados, passando por sete estados.

Os rios da Amazônia apresentam características distintas. Há rios perenes que apresentam águas claras, como o Rio Xingu, mas também há os rios de águas negras ou pretas, como o Rio Negro, e rios de águas brancas, como o Solimões.

Encontro das águas dos Rios Negro e Amazonas para ilustrar o conteúdo sobre os biomas brasileiros

Encontro das águas dos Rios Negro e Amazonas.

No que tange o relevo e a vegetação é importante manter o foco na palavrinha diversidade. A vegetação varia muito conforme a proximidade dos rios e também a altitude.

Ocorre de fato um predomínio de altitudes abaixo de 200m. Contudo, é também nessa região que encontramos o Pico da Bandeira, o ponto mais alto do Brasil com 2 995,30 metros de altitude.

Assim, em função de todos esses elementos geomorfológicos e hidrográficos, é possível encontrar, além das florestas de terra firme, uma enorme diversidade de outros ecossistemas, como florestas estacionais, florestas de igapó, campos alagados, várzeas, e até savanas. 

Como você deve ter notado, na floresta amazônica todos os números são grandiosos. Assim a biodiversidade é palavra chave quando se trata desse bioma.

Para se ter uma ideia, cerca de 8  a 12% de toda flora de angiospermas conhecidos no mundo se encontram ali. Existem estudos que apontam que a cada hectare de floresta (10 mil m²) de terra firme existem aproximadamente trezentas espécies de árvores.

Há estudos que apontam que a floresta Amazônica contém mais da metade da biodiversidade do mundo!

Monte Roraima: divisa do Brasil, Venezuela e Guiana para ilustrar o conteúdo sobre os biomas brasileiros

Monte Roraima: divisa do Brasil, Venezuela e Guiana.

O problema do desmatamento

O maior domínio natural do país está ameaçado. Há muito tempo os povos que habitam a floresta (indígenas, ribeirinhos, quilombolas, etc.) descobriram a fertilidade dos solos dessas planícies, assim como a constante possibilidade de pesca no rio Amazonas, nos riozinhos, igarapés e lagos.

Eles constituíram com esse meio rico uma relação harmônica de subsistência.

Contudo, desde pelo menos a colonização o bioma e todo modo de vida que se desenvolveu nele vivem em crescente ameaça. A bacia do rio Amazonas foi utilizada pelos portugueses como canal de interiorização da ocupação do território nacional.

Existem teorias que contam que foi utilizando essa navegabilidade que eles conseguiram conter possíveis avanços dos espanhóis que haviam chegado à porção oeste do continente. Mas que também foi assim que capturaram e exterminaram milhares de indígenas e iniciaram o processo de desmatamento na região.

Assim, do “descobrimento”, passando pelo primeiro ciclo da borracha na Amazônia (1879 e 1912), pelo século XX e o governo militar até chegar aos dias de hoje, o processo de destruição biológica da floresta amazônica cresceu.

Estima-se que 700.000 km2 já foram desmatados. Isso equivale à área de 23 Bélgicas, ou 17 Holandas, ou ainda 172.839.500 campos de futebol!

Quais são as principais atividades que provocam o desmatamento? Várias. Podemos citar a exploração madeireira ilegal, agricultura, pecuária, desastres naturais, urbanização mineração, construção de barreiras nos rios…

O avanço da fronteira agropecuária e a fragilidade das leis e órgãos de fiscalização ambientais do país são elementos que intensificam a vulnerabilidade ambiental. 

A atividade de madeira, por exemplo, é responsável pela utilização de aproximadamente 350 espécies de árvores para fins comerciais. Contudo, a falta de planejamento nas atividades de exploração gera um desperdício de cerca de 60% nas serrarias, resultando desse modo numa atividade insustentável. 

Rios voadores 

A floresta amazônica, como dito, é bem densa, com árvores enormes e de formação bem antiga. Essas enormes árvores estão conectadas com o aquífero álter do chão.

O aquífero é uma formação geológica específica que permite a infiltração e armazenamento de água em subsuperfície.

O aquífero álter do chão não é o maior em tamanho mas é o que possui maior capacidade de armazenamento de água, contendo cerca de 86mil km³ de água, e por isso tido como o maior do mundo. 

mapa brasil para ilustrar o conteúdo sobre os biomas brasileiros

A floresta portanto funciona como uma bomba biótica de umidade que é capaz de sugar água do ar do oceano atlântico e faz circular umidade por toda a América do Sul, causando chuvas em regiões distantes.

A cada dia, a floresta da bacia amazônica consegue transpirar 20 bilhões de toneladas de água, o que equivale a 20 trilhões de litros.

É mais do que o rio Amazonas despeja diariamente no oceano atlântico, 17 bilhões de toneladas de água por dia. 

Essa transpiração, somada a evaporação dos rios, alimenta as nuvens e, com a ajuda das correntes de ventos, levam umidade Brasil a fora.

O desmatamento, portanto, altera os padrões de pressão e pode causar o declínio dos ventos de umidade que vem do oceano para o continente. Desta forma, desmatar a Amazônia é gerar a seca. 

biomas brasileiros

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Cerrado

O cerrado, também conhecido como a Savana Brasileira é um bioma único e rico, contendo enorme biodiversidade e impactante beleza cênica. Situado no Centro Oeste, possui estações bem definidas entre seco e chuvoso, e apresenta uma vegetação típica de troncos retorcidos pelas queimadas naturais. 

As atividades socioeconômicas do Centro Oeste são muito voltadas para a agropecuária de exportação. Dessa forma, o bioma tem sido substituído sobretudo pelas monoculturas de grãos da região.

Vamos estudar um pouco sobre como esse tema pode ser cobrado no seu vestibular. 

Localização

O Cerrado ocupa 23,3% do território brasileiro, numa extensão total de 2.036.448 km² e é o único bioma presente em todas as regiões do país, segundo o IBGE.

Seu predomínio é na região Centro Oeste, mais especificamente na região do Planalto Central Brasileiro. Ela é a savana mais rica do mundo em biodiversidade.

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Segundo o ministério do meio ambiente sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, e também são encontradas manchas desse bioma no Amapá, Roraima e Amazonas.

Clima

O clima predominante no bioma Cerrado é o tropical sazonal, com estações bem definidas, ora bem chuvosas, ora bem secas. A amplitude térmica também é alta ao longo de todo o ano.

Já as chuvas se concentram no período de outubro a março, correspondendo às estações de primavera e verão. A temperatura média anual varia entre 22 e 23ºC e a precipitação média anual fica entre 1200 e 1800 mm.

Apesar do aspecto seco que se reflete na fisionomia da paisagem, o cerrado surpreende pela sua abundância hídrica, influenciada pela sazonalidade climática. É nele que se encontram as três nascentes das maiores bacias hidrográficas da América do Sul. São elas, Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata, o que favorece a biodiversidade.  

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Vegetação

Pôde-se observar que a sua vegetação é substancialmente variada, se dividindo em distintas categorias: Campo-sujo, Campo Limpo, Campo Rupestre, Cerradão e Vereda.

Há a predominância do Cerrado de Altitude, representando um alto nível de arborização sobretudo nos vales e áreas mais úmidas, onde aparecem os “cerradões” – ou, na terminologia atual, savanas florestadas.

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O Campo Limpo se refere a parte com predomínio de herbáceas, com poucos arbustos e nenhuma árvore. O Campo Sujo, contém vegetação predominante herbácea-arbustiva com arbustos espaçados entre si. 

O Campo Rupestre é a parte que encontramos no topo das serras e chapadas, em altitudes superiores a 900m, predominando ervas, arbustos e arvoretas pouco desenvolvidas.

Neles podemos achar o predomínio de espécies endêmicas.O cerradão é o mais denso, engloba as espécies vegetais mais úmidas, das matas de galeria e mais adaptadas às secas, chamadas de xeromórficas.

As Veredas são caracterizadas sobretudo pela presença do Buriti, uma palmeira que aparece em agrupamentos de espécies arbustivas-herbáceas.

Geralmente aparecem em ambientes e solos mais úmidos, chamados solos hidromórficos pois ficam saturados de água durante a maior parte do ano. São circundadas por campos limpos, ajudando portanto a preservar a circulação de umidade in locu. 

Seu aparecimento é condicionado pelo afloramento do lençol freático, que acontece dependendo da camada geológica e seu nível de permeabilidade da água.

Existem diferentes camadas mais ou menos permeáveis por conta dos diferentes estratos geológicos.

Portanto, os ambientes de veredas indicam a localização da água, sendo um ótimo refúgio para a fauna descansar, reproduzir e encontrar alimentos em meio aos campos limpos. 

Vereda, Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, TO para ilustrar o conteúdo sobre os biomas brasileiros

Vereda, Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, TO. Fonte:ICMBio.

No que diz respeito à flora, o Cerrado é considerado um laboratório de plantas medicinais: Chapéu de couro, utilizada por nativos para a produção de medicamentos; Pimenta de Macaco, usada para tempero e chá para cólica; Mangabeira, utilizada para sucos e para a produção de picolés.

A fisionomia das árvores de troncos retorcidos acontece por conta do número de queimadas. As queimadas no cerrado acontecem também de forma natural, nos períodos secos de calor intenso.

O interessante é que o bioma é muito adaptado ao fogo, possuindo vegetação altamente resiliente. Uma estratégia adaptativa que as plantas encontraram foi a de manter o caule subterrâneo, de modo que, depois que o fogo passa, ela consegue voltar a crescer. 

Boa parte da vegetação do cerrado possui casca grossa, tipo cortiça que atua como protetor térmico, já que o cerrado é propício para o fogo.

O raio do sol nas rochas de cristal de quartzo produz e impulsiona o surgimento de fogo na área, por isso a vegetação do Cerrado já tem uma proteção natural.

Apesar disso, o fogo tem um papel fundamental para o cerrado, pois um ano após as queimadas, o local se apresenta muito mais florido do que no ano em que não há queima. 

Um exemplo disso, é que existem espécies no cerrado que precisam do fogo para se reproduzir. São sementes duras que racham na presença do fogo e, depois que a queimada passa, ela se fertiliza no solo.

Outro exemplo é a espécie “cabelo-de-índio” que só floresce após as queimadas naturais. 

Apesar de ser um bioma adaptado e relacionado ao fogo, o crescente número de queimadas antrópicas têm alterado severamente a capacidade de resiliência da fauna e flora, deixando um rastro de impactos ambientais, sobretudo pelo interesse da expansão agrícola na região.

Impactos Ambientais Associados

Atualmente, o bioma do cerrado foi muito suprimido por conta do avanço da fronteira agropecuária na região, que é constantemente substituído por monoculturas de soja, trigo, milho, entre outras.

As queimadas para esta intencionalidade se alastram em grande quantidade e frequência, interferindo no poder de resiliência que o bioma possui naturalmente.

Além do desmatamento e queimada, os impactos ambientais que o bioma vive em sua supressão são típicos das atividades agrícolas, como aumento do uso de agrotóxicos que contaminam corpos hídricos, aumento do uso das reservas hídricas e compressão do solo pelo uso de máquinas e tratores. 

A região é considerada um hotspot. Os hotspots são áreas de grande biodiversidade, ricas em espécies endêmicas mas que também apresentam um alto grau de ameaça, necessitando atenção urgente e especial.  

Atualmente, existem 34 áreas do mundo definidas como hotspots. No Brasil, apenas o Cerrado e a Mata Atlântica levam esse título.

 De todos os hotspots do mundo, porém, o Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. O Bioma apresenta 8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de conservação. Do total, 2,85% são unidades de conservação de proteção integral e 5,36% de unidades de conservação de uso sustentável.

Caatinga

A caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, localizado no sertão nordestino. Seu nome deriva do tupi e significa mata branca, pela característica da vegetação no período da estiagem.

Conhecido pela questão da seca, possui uma biodiversidade mais rica do que se pode imaginar. É o bioma semiárido mais biodiverso do mundo! Nele é possível encontrar 5311 espécies endêmicas da flora nacional, assim como 10 espécies endêmicas de mamíferos. 

Existem diversas atividades presentes na caatinga. Para além do estigma da seca, é importante estudarmos as atividades presentes, as características e história dessa região importante para o Brasil. Estamos falando aqui de uma vegetação com enorme capacidade de resiliência e de múltiplas características.

Clima e Vegetação

O bioma da caatinga está no sertão nordestino. Ele ocupa aproximadamente 10% do território nacional, podendo ser encontrado nos estados de Minas Gerais, Sergipe, Maranhão, Bahia, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região. 

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A região da caatinga tem por característica um clima semiárido, marcado por longos períodos sem chuva. Seu índice pluviométrico anual varia entre 300 e 800 milímetros de precipitação. Mesmo acontecendo de forma irregular, o período chuvoso é entre dezembro e abril. As temperaturas são elevadas, podendo atingir médias de 32ºC.  

Com isso o regime hídrico é composto basicamente por rios intermitentes ou temporários. Isso quer dizer que os rios não são perenes, ou seja, são rios que só aparecem em períodos chuvosos, e secam nos períodos mais secos. 

Por consequência, a vegetação da caatinga é adaptada à aridez do solo e aos períodos de estiagem. Há o predomínio das xerófitas, plantas que se adaptam ao clima seco.

Essas espécies da flora possuem uma estratégia para lidar com a seca, como as folhas modificadas em espinhos para evitar a perda excessiva de água da transpiração, assim como um metabolismo fotossintético específico, possuindo um tecido de armazenamento de água bem desenvolvido. Muitas das plantas também possuem cutículas espessas nas folhas, que também ajudam a perder menos água.

Ainda sobre a vegetação, é importante frisar que o extrato vegetal varia de acordo com a profundidade de solo. Algumas plantas, sobretudo as árvores de maior porte, possuem raízes profundas que atingem os corpos hídricos subterrâneos, a exemplo das palmeiras e juazeiros.

Nos solos mais secos e pouco profundos temos a predominância arbustiva e herbácea. 

A vegetação é classificada em três estratos: 

Arbóreo: espécies que variam de 8 a 12 metros de altura 

Arbustivo: variam de 2 a 5 metros de altura 

Herbáceo: espécies com altura abaixo de 2 metros 

Próximo às encostas e topos de serra também temos uma fitofisionomia típica da caatinga chamada de Mata Seca, na qual as folhas permanecem no período de seca. 

biomas brasileiros

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Alguns exemplos de vegetação que merecem destaque são o juazeiro e as palmeiras que possuem raízes profundas, permitindo absorção da água subterrânea, e por isso também não perdem folhas facilmente.

A Carnaúba, conhecida como árvore da vida, também é um importante tipo vegetal.

Trata-se de uma palmeira muito utilizada por grupos extrativistas. Ela serve como matéria prima para diversos produtos, desde cosméticos, a ceras e lubrificantes para indústria de componentes eletrônicos.

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O que encontramos em termos de vegetação hoje na caatinga é bastante alterado, diversas espécies vegetais nativas foram substituídas por pastagens e agricultura. 

Impactos Ambientais

Dos impactos ambientais, é importante citar o crescente desmatamento para uso de lenha nativa, e também para pastagens, pastoreio e agricultura. Além disso, as queimadas têm crescido na região. Atualmente, cerca de 46% da área do bioma já foi alterada, sobretudo por essas atividades.

Um dos impactos ambientais mais graves que a região passa é a questão da desertificação. Ela se forma em áreas de clima árido, semiárido e subúmido, nos quais, de maneira geral, predomina a erosão eólica ou intemperismo físico.

É o processo no qual há a transformação de regiões em desertos, ou a esterilização de ambientes áridos e semiáridos, podendo ocorrer de forma natural ou pelas atividades humanas. 

Sobre a degradação pelo uso inadequado do solo, o desmatamento ou as queimadas podem deixar o solo mais suscetível ao intemperismo e erosão, sendo as atividades agropecuárias um fator que intensifica esse processo e dificultam uma possível resiliência do ambiente.

Podemos observar como exemplo além do semiárido brasileiro, o nordeste e norte de Minas Gerais que perde solos pela elevação do antropismo associado com o clima.

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Existem algumas iniciativas de Unidade de Conservação na caatinga. O Monumento Natural do Rio São Francisco com 27 mil hectares, criado em 2009, é um deles. No Rio Grande do Norte foi criado em 2012 o Parque Nacional da Furna Feia, além do Parque Nacional das Confusões, no Piauí, inaugurado em 2010.

A Estação Ecológica Serra da Canoa, criada por uma parceria entre o estado de Pernambuco e a federação também merece destaque. 

Essas iniciativas correspondem a um momento da história política do Brasil de incentivo a esses projetos, criando e oficializando o uso público em terras estatais objetivando a preservação ambiental.

Apesar da crescente iniciativa na caatinga, apenas 1% dessas unidades correspondem à categoria mais restritiva ao uso, a de Proteção Integral. Grande parte das APA’s, Áreas de Proteção Ambiental, nem sequer foram implementadas. 

Seca

Do ponto de vista climático, da geografia física, existe uma célula de alta pressão atmosférica formada por ventos descendentes que impedem a entrada de umidade, tanto do oceano atlântico, quanto da Amazônia. Essas células de alta e baixa pressão atmosférica se deslocam e ganham maior ou menor intensidade de acordo com as estações do ano.

Para além disso, diz-se comumente que a questão da seca no nordeste não é apenas um fenômeno climático. A frase “o problema não é a seca, é a cerca” introduz bem a questão da distribuição dos recursos hídricos na região.

A distribuição de terras no Brasil foi feita historicamente de modo desigual. No nordeste, marcado pelo coronelismo, já foi comum nessa região que a água fosse trocada por voto. 

Em 2003 foi criado o Programa Cisternas que se constitui enquanto um importante marco na democratização do acesso à água. Esse programa recebeu incentivo do Ministério de Desenvolvimento Social e se associa a implantação do Programa Fome Zero.

O programa ganhou prêmios da ONU e foi uma política pública importante, viabilizando uma melhora nas condições de vida de cerca de 2 milhões de pessoas. 

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Foram mais de meio milhão de cisternas construídas entre 2003 e 2013. Com isso, os índices de frequência escolar nas famílias beneficiadas cresceram, assim como a capacitação profissional.

A seca está muito relacionada à fome, sobretudo numa região que foi predominantemente agrária por bastante tempo. Nesse sentido, o Bolsa Família também foi uma medida importante para amenizar os problemas sociais presentes na região.    

Além disso, houve a Transposição do Rio São Francisco. Apesar de polêmica por gerar conflitos hídricos em outras regiões, a caudulosidade do Velho Chico e a proximidade com a região foram cruciais para essa decisão. Partes do rio foram transpostas e conectadas com bacias hidrográficas de municípios distantes.

Hoje, fala-se que o maior benefício da transposição foi para os grupos que se interessam pela ampliação das atividades agrícolas na região.   

Mata Atlântica

É uma floresta tropical pluvial das mais biodiversas do planeta. Se localiza na costa leste do Brasil. Atualmente, restam apenas 7% da Mata Atlântica em função do grande adensamento populacional historicamente se dar pelo litoral. 

o bioma mais desmatado que há no Brasil justamente em função desse histórico de ocupação, e predomínio do adensamento populacional urbano.

Estimativa da vegetação entre 1500 e 2016 para ilustrar o conteúdo sobre os biomas brasileiros

Estimativa da vegetação entre 1500 e 2016.

A floresta tropical é caracterizada por vegetação latifoliada, higrófila e está presente no litoral do país. É uma floresta densa e rica em biodiversidade. Das espécies, podemos citar as jaqueiras, as umbaúbas e jequitibás. 

O relevo é composto por uma imensidão de morros, chamados frequentemente de mares de morros. São grandes serras como a Serra do Mar e Serra da Mantiqueira, que abarcam essa vegetação. De modo geral, diz-se que o bioma se estende do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. 

O principal impacto é a ocupação humana, atividade colonial e urbanização. É considerado um hotspot da biodiversidade, isto é, área com enorme presença de vegetação endêmica e com menos de 70% da sua cobertura original. No Brasil, apenas o Cerrado e a Mata Atlântica são delimitados como hotspots. 

Por estar localizada no litoral, conta com muitas formações de mangues, em função do encontro da água doce com água salgada, a partir dos rios que escorrem das serras para o mar, criando importantes berços da biodiversidade marinha. Das serras, escoam sedimentos depositados nas baixadas.

A ocupação urbana deveria levar em conta esses processos naturais, frequentemente ignorados, que causam problemas como alagamentos e enchentes. 

Das unidades de conservação que ajudam a proteger os fragmentos de Mata Atlântica devemos conhecer a Floresta da Tijuca (RJ), o Parque Estadual da Pedra Branca (RJ) e o Parque Estadual da Serra do Mar (SP).

Outra iniciativa importante foi a criação de corredores ecológicos, que ajudam na conexão entre os ecossistemas, permitindo a reprodução de espécies e garantindo a biodiversidade. 

Cristo Redentor e montanhas do Rio de Janeiro biomas brasileiros

Pampas

Também denominado de Pradarias ou Campos Sulinos, apresenta um relevo formado por coxilhas (colina aplainada) cobertas por vegetação herbácea.

O clima predominante é o subtropical.  Ele é restrito ao Rio Grande do Sul, estado com maior latitude e consequentemente com menores médias térmicas do Brasil. Ocupa cerca de 176.496km² segundo o IBGE em 2004.

biomas brasileiros

Há o predomínio dos campos nativos e também matas ciliares, de encosta, formações arbustivas e afloramentos rochosos.

O destaque desse bioma se dá pela diversidade de gramíneas, cerca de 450 espécies. As leguminosas como babosa, amendoim nativo e trevo nativo também se destacam. Também há a presença de cactos, sobretudo nos afloramentos rochosos.

 Nele temos o segundo maior aquífero do mundo em capacidade de armazenamento, o aquífero Guarani. 

Dos impactos ambientais, a expansão das pastagens, aglomeração urbana e agricultura devem ser citadas. O principal impacto é o avanço da atividade pecuária e o processo de arenização (perda de fertilidade devido à formação de bancos de areia).

 A estrutura da vegetação dos campos, quando comparadas a florestas densas ou savanas, pode não ser tão impactante e exuberante, mas em termos de biodiversidade e serviço ambiental é muito relevante.

Do sequestro de carbono a controle da erosão, além de servirem como base e fonte da variabilidade genética de diversas espécies.

biomas brasileiros

Pantanal

No Mato Grosso, é preciso destacar o bioma do Pantanal, planície sedimentar altamente alagável. Essa diferença geomorfológica e climática resulta em paisagens bastante diferentes na mesma região.

Ocorre uma divisão de estações seca e chuvosa bem definida. Nas estações chuvosas há muitos alagamentos de suas planícies. Possui uma alta biodiversidade.

biomas brasileiros

É uma das extensões úmidas contínuas de maior tamanho do mundo. Dos biomas brasileiros é o menor. Sua área aproximada é 150.355km² segundo o IBGE 2004, equivalente a cerca de 1,76% da área total do Brasil. 

É uma planície aluvial que drena rios da bacia do Alta Paraguai. O bioma está sobre direta e sobretudo hídrica dos biomas da Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Chaco – o pantanal do Paraguai e Bolívia.

Possui tantos animais selvagens que o ecoturismo é grande. O Tuiuiú é uma ave símbolo do bioma e representa enorme biodiversidade da fauna e flora. 

A principal atividade de impacto é a pecuária, sobretudo nos planaltos adjacentes ao bioma. Cerca de 4,6% do Pantanal encontra-se protegido por unidades de conservação.

Bora fixar em poucas palavras?

BiomaTamanhoLocalizaçãoClimaCaracterísticamarcante
AmazôniaTotal 5.500.000 km²
no Brasil 8,516mi km²
Norte do PaísEquatorial úmidoEnorme floresta densa e úmida com rica biodiversidade. Rios voadores.
Cerrado2.045.000 km²Centro OesteTropical ContinentalQueimadas naturais, savana brasileira, troncos retorcidos e alternância de períodos secos e úmidos. Monoculturas.
MataAtlântica1.110.182 Km²LitoralTropicalLitoral brasileiro, é densa, muito desmatada, está nas principais cidades do Brasil.
Caatinga844.453 km²NordesteSemiáridoBiodiversidade e seca. Aumento da desertificação.
Pampas176,5 mil Km²SulSubtropicalFrio e Gramíneas. Aumento da arenização.
Pantanal150.000 km²Centro OesteTropicalAlagado, planície aluvial. Pecuária.

 

E aí, o que achou do texto sobre biomas brasileiros? Curtiu? Então vem estudar com a gente! Conheça o nosso cursinho preparatório para o Enem!

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