A genética de populações é o campo teórico das ciências biológicas que estuda a distribuição e composição dos genes de uma ou mais populações para conhecer as possíveis mudanças dentro dessa composição.
É claro que você deve estar imaginando que o objetivo deste estudo é entender melhor a evolução do ser humano e como isso afeta diretamente a sociedade em que está incluso, certo? É basicamente isso mesmo, entretanto, vai muito além disso.
Se você quer saber mais, então venha com a gente, pois neste artigo a gente vai explicar o que você mais precisa saber do assunto.
Genética de populações: confira um resumo com as principais dúvidas
1. O que é a genética de populações?
Antes de mais nada, a gente deve conhecer o que é um ecossistema: um grupo de indivíduos da mesma espécie que vivem em um mesmo local. E é em cima deste ecossistema que é feito o estudo.
Existem quatro forças evolutivas que implicam na análise da evolução de um grupo ou não. São elas: a deriva genética, fluxo gênico, mutação e seleção natural. Mas não é somente isso que poderá influenciar a genética de uma população.
O tamanho da população, bem como a diversidade do ambiente e padrões não aleatórios de reprodução também influenciam. Por esse motivo, pra que uma população esteja em evolução, é necessário termos em mente o equilíbrio de Hardy-Weinberg.
2. O que é equilíbrio de Hardy-Weinberg?
O estudo de genética de um ecossistema requer alguns conceitos pré-definidos. Eles são feitos por meio de um cálculo matemático, criado pelos cientistas Godfrey Hardy e Wilhelm Weinberg em 1908.
Dessa forma, esse equilíbrio apresenta os seguintes requisitos pra analisar a população:
- A população é volumosa, com grande quantidade de indivíduos;
- Existe um número próximo de machos e fêmeas;
- Cruzamentos aleatórios, ou seja, pouco cruzamento endogâmico, de membros que não são de uma mesma família;
- Não há seleção natural, evitando a variedade genética;
- Sem migração de população, entrada ou saída dos habitantes;
- Indivíduos férteis e capazes de produzir o mesmo número de descendentes;
- E, principalmente, sem as quatro forças evolutivas.
Uma vez apresentados todos esses requisitos, o estudo pode ser feito em qualquer ser vivo que tenha habilidade genética.
3. Como funciona o cálculo da genética de populações?
Primeiramente separa-se os genes dominantes (A) e recessivos (a). A soma da frequência de ambos deve ser resultante de 100% ou igual a 1. Pra facilitar o estudo da frequência de genes dominantes será usado o termo “p” e a frequência dos recessivos de “q”.
f(A) + f(a) = 100%
p + q = 1 (frequência alélica)
Quando a gente eleva a frequência alélica ao quadrado, a gente tem então a seguinte resultante:
(p + q)² = 1²
p² + 2pq + q² = 1
AA + Aa + aa = 1 (frequência genotípica)
Adaptando aos genes, você terá “AA” como a frequência de genes homozigotos dominantes, “Aa” a frequência de heterozigotos e “aa” a frequência de homozigotos recessivos.
3.1 Exemplo de cálculo da frequência de genes
A gente separou um breve exemplo de como isso pode cair em uma questão do Enem.
Supondo que seja pedida a frequência de genes dominantes em uma determinada população em que a frequência de genes homozigotos recessivos (q) é de 64% ou 0,64. Utilizando a fórmula de frequência alélica, a gente consegue desenvolver a solução:
(p + q)² = 1²
p² + q² = 1
√p² + √0,64 = 1
p + 0,8 = 1
p = 1 – 0,8
p = 0,2 ou 20%
Em resumo, a gente conclui que a frequência de genes homozigotos dominantes é de 20% dentro desse grupo. E pra encontrar a frequência de genes heterozigotos (Aa) é só substituir a fórmula de frequência genotípica.
Aa = 2pq
Aa = 2 x 0,2 x 0,8
Aa = 0,32 ou 32%
Uma vez variados os percentuais, significa que esse ecossistema está em evolução.
4. O que é efeito bombaim?
É também conhecido por “falso O”, pois quem possui tal fenótipo é, na verdade, A, B ou AB. Antes de produzir a aglutinina A ou B, é produzida a aglutinina H. Na presença do gene IA, a aglutinina H se torna aglutinina A. Na presença de gene IB, a aglutinina H se torna aglutinina b. Na presença do gene i, a aglutinina continua a ser H.
No efeito bombaim, há uma dificuldade na fabricação da aglutinina H. Com isso, mesmo possuindo o gene IA ou IB, os fenótipos correspondentes não aparecem, ou seja, a pessoa parece ser O.
5. Padrões de herança genética
Existem três diferentes padrões: autossômico recessivo, o autossômico dominante e o ligado ao cromossomo X.
Por esse motivo, pra em um determinado comportamento de um ecossistema, com alterações nesses genes, pode-se identificar diversas doenças ligadas a eles. Aqui, a genética de populações entra como uma forma de identificar a probabilidade de descendentes serem portadores delas.
6. O que é pleiotropia e poligene?
Quando um par de genes dá origem a diversas características. Enquanto poligene, são diversos genes que controlam uma característica.
Exercícios de genética que envolvem o tema de populações
Confira algumas questões que caíram em diferentes vestibulares sobre genética de populações.
- (UFSCAR 2002) O gráfico mostra a variação dos números de indivíduos do tipo original e do tipo mutante, ao longo de 100 anos, em uma mesma área de floresta.
A análise do gráfico permite concluir que:
- O tipo original permanece melhor adaptado ao longo do período analisado.
- O tipo original e o tipo mutante estão igualmente adaptados à mesma área de floresta.
- A mudança de ambiente provocou alteração nas frequências gênicas.
- A partir de 50 anos, o tipo mutante passou a parasitar o tipo original.
- Após 50 anos, deixa de existir o efeito de dominância do alelo pro tipo original sobre aquele pro tipo mutante.
- (UFC 2001) Descobertas recentes na medicina e na saúde pública, se aplicadas consistentemente, terão algum impacto no curso da evolução humana. Qualquer resistência às doenças infecciosas (de caráter hereditário), como o sarampo e a difteria, conferiria vantagem seletiva a uma família.
Assinale a alternativa que mostra, corretamente, os efeitos da imunização em massa sobre a frequência da resistência ou susceptibilidade inata às doenças.
- A frequência dos alelos que conferem resistência inata às doenças seria aumentada.
- Os genótipos que produzem pouca ou nenhuma resistência se tornaram comuns.
- A longo prazo, mais pessoas se tornaram independentes de procedimentos médicos.
- A longo prazo, haveria adaptação genética a resistência a muitas doenças.
- Não haveria alteração alguma na frequência desses alelos.
- (UFMG 94) Numa população em equilíbrio, a frequência de indivíduos Rh negativos é de 16%. A probabilidade de ocorrência de indivíduos heterozigotos nessa população é:
- 84%.
- 60%.
- 48%.
- 36%.
- 24%
- (UNAERP 96) Numa população a frequência do gene dominante W é 0,7. A probabilidade de um indivíduo desta população ser heterozigoto Ww é igual a:
- 9/100.
- 49/100.
- 3/10.
- 42/100.
- 1/2.
Esse estudo, portanto, é fundamental pra compreender melhor o comportamento populacional no que diz ao seus genes.
Você ficou com alguma dúvida? Se sim, deixe aqui abaixo nos comentários que a gente te explica. Combinado? Quer dominar esse e outros conteúdos para mandar bem nas provas? Conheça o Cursinho Descomplica! Esse é o melhora caminho entre você e a sua aprovação!