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Adolf Hitler: história, política e resumo

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Das frustrações de um jovem pintor à 2ª Guerra Mundial.

Uma das figuras de maior temor e repúdio da história humana é a do líder nazista Adolf Hitler. O nome deste antigo estadista até hoje rende dúvidas, teorias, debates e estudos. Afinal, como o jovem pintor austríaco se tornou um dos maiores genocidas da história? Qual foi a trajetória deste político e o que o levou aos seus atos terríveis?

Entenda neste artigo quem foi Adolf Hitler, conheça momentos de sua vida e descubra porque este nome causa tanto pavor. Como o jovem pintor austríaco se tornou responsável por um dos maiores genocídios da humanidade? Como este homem polêmico foi adorado por milhões de pessoas?

1 – Quem foi Adolf Hitler?

Nascido em 20 de abril de 1889, no então Império Austro-Húngaro, Adolf Hitler foi a grande liderança do Partido Nazista. Em 1933, após uma série de passos políticos, Hitler se tornou chanceler da Alemanha e, em 1934, o Führer (líder). A partir de então, difundindo os ideais de extrema-direita do Partido Nazista, executou um grande plano de expansão e revanchismo.

Sob a liderança de Hitler, a Alemanha se tornou uma ameaça para o resto do mundo, o que ocasionou a 2ª Guerra Mundial. Assim, neste período entre 1930 e 1945, a figura de Hitler se tornou crucial para o mundo.

Enquanto na Alemanha o nazismo crescia, com multidões adorando o Führer como um líder messiânico, o resto do mundo o temia. Em seus discursos e textos, Hitler:

  • Exaltava um ideal de raça ariana como a raça perfeita;

  • Afirmava uma suposta superioridade do povo alemão;

  • Propagava o antissemitismo, racismo, anticomunismo e xenofobia;

  • Defendia a teoria do espaço vital alemão;

Assim, as etnias e grupos que não compartilhassem do senso estético e ideológico de Hitler deveriam ser massacradas.

Naturalmente, o discurso racista e xenofóbico de Hitler compôs a base filosófica do nazismo e levou milhões de pessoas a morte. Assassinatos esses que eram interpretados pelo próprio Führer como essenciais para o crescimento da Alemanha. Neste cenário, as habilidades retóricas de Hitler tiveram um poder de persuasão inigualável. Sua imagem e seus discursos reproduzidos massivamente eram endeusados e romantizados.

A ideia de Hitler como um messias, que salvaria a Alemanha das penúrias do Tratado de Versalhes era forte no país. Graças a construção dessa figura como um mito, o horror acabou sendo naturalizado através do holocausto e da guerra. Enfim, Adolf Hitler, graças ao seu poder de persuasão e as ideias radicais, tornou-se um símbolo de pavor para a humanidade.

Adolf Hitler no Reichstag, Berlim (1941). Coleção: German Federal Archives

2 – Infância e juventude

Filho do inspetor alfandegário Alois Hitler com Klara Pölzl, Hitler nasceu em 1889, na Áustria. Apesar de ser o último filho, seus 3 irmãos haviam morrido ainda na infância. Seus pais, por sua vez, morreram em 1903 e 1907, deixando Hitler órfão. Segundo alguns biógrafos, a morte do irmão Edmund (1900) e de seus pais teriam afetado muito a personalidade do jovem.

Se inicialmente os registros apontavam para uma criança extrovertida e alegre, após esses eventos, as fontes revelam o contrário. Com a morte de Edmund, Hitler teria entrado ainda mais em conflito com seu pai, defendendo seu sonho de ser artista. Enquanto isso, Alois, ao contrário, insistia em uma educação tradicional e que o filho seguisse o funcionalismo público.

Assim, com a morte de Alois, Hitler usou a pensão recebida para viver em Viena, iniciando trabalhos como pintor. Contudo, apesar de trabalhar com aquarelas, não foi considerado apto para estudar na Academia de Belas-Artes, gerando uma grande frustração. Afinal, o sonho de ser um grande artista agora encontrava um obstáculo maior que seu próprio pai.

Ópera de Viena, Adolf Hitler (1912)

Apesar de recusado na Academia, vale destacar que a Viena do início do século XX também tinha muito a ensinar. Segundo “1913, Antes da Tempestade”, Viena estava repleta de intelectuais, grandes artistas e figuras promissoras. Neste cenário, encontravam-se Freud, Kafka, Carl Jung, Rilke, Klimt e outros.

Curiosamente, em 1913, alguns futuros líderes políticos mundiais foram vizinhos na cidade. Hitler, Stálin, Trótsky e Joseph Tito, ainda anônimos, provavelmente se cruzaram pelas ruas de Viena em 1913.

Desta forma, podemos perceber que o cenário vienense nesta época era um caldeirão político e cultural. No entanto, além das influências artísticas, neste contexto, os discursos racistas, antissemitas e ultranacionalistas também se manifestavam, influenciando Hitler.

3 – O Hitler artista.

Durante a 2ª Guerra Mundial, em uma conversa diplomática com um embaixador britânico, Hitler teria afirmado que: “Eu sou um artista e não um político. Quando a questão polonesa acabar, quero terminar minha vida como um artista”. De fato, mesmo em seu período como Führer, Hitler jamais deixou suas pinturas de lado.

As centenas de obras do artista, hoje, encontram-se em galerias pessoais ou sob posse da Alemanha e dos Estados Unidos. Uma das maiores coleções de obras hitleristas, inclusive, encontra-se no Museu Internacional da II Guerra Mundial, em Massachusetts.

Dentre elas, é possível perceber sua influência no classicismo do século XIX, predominando paisagens e prédios. Essa tendência, inclusive, foi o que o levou a ser recusado na Academia de Viena em 1907 e 1908. Para um dos professores, Hitler teria um talento maior para a arquitetura do que para as artes plásticas.

Enquanto esteve em Viena, até 1913, Hitler pintou a maior parte de seus quadros e cartões postais. Esse ofício garantiu sua sobrevivência durante anos, contanto inclusive com compradores judeus. No entanto, durante a guerra focou mais em desenhos para jornais e, posteriormente, com a vida política, pintou ainda menos.

Atualmente, as obras de Hitler ainda movimentam leilões pelo mundo com preços altíssimos. Para alguns, essas pinturas são consideradas fontes históricas, enquanto para outros são relíquias e símbolos de admiração. Em 2014, uma aquarela feita por Hitler chegou a ser vendida por 140.000 euros em um leilão.

Casa no lago com montanhas, Adolf Hitler (1910).

3 – A 1ª Guerra Mundial e a fundação do Partido Nazista.

Apesar de ser austríaco, Hitler combateu na Guerra ao lado da Alemanha, pois já a considerava racialmente superior à Áustria miscigenada. Voluntariou-se no exército da Baviera, em 1914, e serviu como mensageiro na frente ocidental. Sobrevivendo a dois ataques que o hospitalizaram, foi reconhecido pela bravura e, mesmo estrangeiro, recebeu a Cruz de Ferro.

Visto isso, a experiência da guerra acentuou sua paixão pela Alemanha e a derrota, somada ao Tratado de Versalhes, alimentou seu nacionalismo. Este sentimento, entretanto, foi forjado no ódio e no revanchismo. Quanto mais a Alemanha sofria com as imposições do Tratado, maior se tornava o antissemitismo, o anticomunismo, o antiliberalismo e o revanchismo.

Movido por esses sentimentos, que construíam seu nacionalismo, Hitler entrou, em 1919, no chamado Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP). Apesar do nome, este partido era movimentado por grupos de tendência anti-marxista e racista. O DAP atuava visando combater os levantes comunistas e afastar os trabalhadores alemães da influência marxista.

Os fundadores do partido, Anton Drexler e Dietrich Eckart atraíram cada vez mais Hitler para a liderança e participação do grupo. A retórica do austríaco e seu poder de persuasão já eram notadas pelas lideranças do DAP. Assim, em 1920, o partido foi reformulado, tornando-se o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, e o símbolo da suástica. Dentre suas características, encontravam-se:

  • Crítica à República de Weimar;

  • Luta contra as imposições do Tratado de Versalhes;

  • Ultranacionalismo, racismo, xenofobia e antissemitismo;

  • Perseguição e combate aos comunistas;

  • Antiliberalismo e anticapitalismo;

  • Inspiração no fascismo italiano.

Em 1921, Hitler foi eleito o líder do Partido Nazista, resultado de uma série de manipulações e discursos nacionalistas histéricos. Sua popularidade já estava altíssima e seus seguidores já se espalhavam pelas ruas como milícias particulares. O poder e reconhecimento de Hitler o levaram a conquistar apoio, inclusive, para um golpe de Estado.

4 – O golpe da cervejaria e o Mein Kampf.

Em 1923, a popularidade de Hitler e o apoio de militares e políticos o conduziram a tentativa de golpe em Munique. A antiga cervejaria Bürgerbraükeller era famosa pela reunião do Partido Nazista e de militares. Exatamente neste local que Hitler fez alguns de seus grandes discursos e conseguiu apoio para um golpe. Assim, ao lado do general Erich Ludendorff, Hitler mobilizou suas milícias, que marcharam da cervejaria ao Ministério Da Guerra.

A tentativa de Hitler, claramente, era a de repetir a Marcha sobre Roma de Mussolini. Entretanto, a tentativa de golpe alemã foi um fracasso e terminou com a prisão de Hitler em 1924.

Reunião nazista em Bürgerbraükeller (1923)

Apesar de condenado a 5 anos, Hitler não cumpriu toda a pena, mas o suficiente para escrever sua maior obra, Mein Kampf. Em tradução para o português, o livro se chamaria “Minha Luta”, sendo, portanto, uma autobiografia. Na obra, Hitler aborda questões políticas, seu envolvimento com o Partido Nazista e estratégias para a Alemanha, como:

  • Teoria do espaço vital, com a expansão alemã para o leste, recuperando as terras perdidas no Tratado de Versalhes;

  • A tese do Perigo Judeu, culpabilizando o povo judaico pelos problemas do país;

  • O conceito de Führerprinzip, que defendia uma liderança totalitária na Alemanha;

  • A mudança eugênica da Alemanha, valorizando uma sociedade ariana;

  • Defesa da Teoria da Punhalada nas Costas, que culpabilizava os marxistas e judeus pela derrota na guerra.

A primeira edição do livro foi lançada em 1925 e se tornou um sucesso entre os simpatizantes do Nazismo. As ideias da obra eram tão cativantes para o conservadorismo da época que o livro se tornou uma bíblia do nazismo. Com a saída de Hitler a publicação do Mein Kampf e a crise de 1929, o nazismo então se consolidou.

5 – Ascensão e morte de Adolf Hitler

Em 1932, mesmo após perder as eleições presidenciais para Paul Von Hidenburg, o líder nazista foi convidado para ser chanceler. Em eleições conturbadas, graças à crise de 1929, Hitler conseguiu a simpatia de muitos com o lema “Hitler sobre a Alemanha”. Neste cenário, sem muitas opções, Hidenburg precisou da popularidade de Hitler ao seu lado para combater a crise.

Após o incêndio do Reichstag e a série de vitórias nazistas nas eleições, Hidenburg, em 1934 faleceu. Com a morte do presidente, o parlamento alemão, com maioria nazista, aprovou a concentração dos poderes nas mãos de Hitler. Assim, o jovem austríaco que sonhava ser pintor, enfim, tornou-se o Führer do 3º Reich.

Com plenos poderes possibilitados pelo próprio parlamento, Hitler construiu um Estado Totalitário na Alemanha. O Tratado de Versalhes foi rasgado, a República de Weimar destruída e os ideais nazistas colocados em prática. Começava, enfim, a expansão do nazismo pelo mundo.

Este cenário, como visto, levou o mundo a eventos como a 2ª Guerra Mundial e a catástrofe do holocausto. O grande líder alemão se tornou famoso em todos os países, fazendo agora discursos para milhões de pessoas, transmitidos por rádio e televisão.

Entretanto, com o caminhar da guerra, a situação alemã se tornou mais desesperadora. Sem força militar e cercado por americanos e soviéticos, a Alemanha ficou isolada. No dia 29 de abril de 1945, os soviéticos já cercavam Berlim e estavam a poucas horas de tomar a capital.

Percebendo o cenário de derrota e decidido a não se entregar aos inimigos, Hitler, enfim, casou-se com sua amante Eva Braun. No dia seguinte, em seu bunker, o ditador matou sua cadela Blondi com comprimidos de cianeto e, em seguida, cometeu suicídio. A morte de Hitler foi acompanhada pela invasão soviética e, naturalmente, pelo fim da 2ª Guerra Mundial.

Eva Braun, Adolf Hitler e Blondi (1942)

6 – Resumo

  • Em 20 de abril de 1889, nascia Adolf Hitler.

  • Em 1905, Hitler foi viver em Viena, dedicando-se aos trabalhos como pintor.

  • Em 1907 e 1908, Hitler foi recusado na Academia de Viena e, em 1913, saiu da cidade as vésperas da Grande Guerra.

  • Em 1914, Hitler lutou pela Alemanha na Guerra, fortalecendo seu nacionalismo e sua identificação com o povo germânico.

  • Em 1919 aliou-se ao Partido dos Trabalhadores Alemães, que posteriormente se tornou o Partido Nacional Socialista Alemão.

  • Em 1921, como uma figura política respeitada e poderosa em Munique, passou a liderar o conhecido Partido Nazista. Ao seu lado, generais e militares de baixa patente apoiavam os discursos racistas. Nas ruas, uma milícia particular enfrentava os manifestantes socialistas e anarquistas.

  • Em 1924, Hitler foi preso após uma tentativa de golpe iniciada em uma cervejaria em Munique. Durante o período preso escreveu sua principal obra, o Mein Kampf.

  • Em 1934, após a morte do presidente da Alemanha, Hitler centralizou os poderes de chanceler e presidente, tornando-se o Führer alemão.

  • Em 1945 cometeu suicídio em um bunker em Berlim, ao perceber que perderia a guerra.

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