Os movimentos da agricultura urbana no Rio de Janeiro vêm crescendo nos últimos vinte anos, tanto por meio de reproduções de modelos de vida antigos, vinculados ao resgate dos próprios costumes, como — e cada vez mais — são revelados hábitos inventivos nos quais moradores urbanos de diferentes classes sociais, sem nenhuma referência anterior com o campo, passam a se dedicar a essas atividades. Ao possibilitar o acesso ao plantio e, consequentemente, à alimentação, permite-se uma nova relação com o que se come, reduzindo o percurso da cadeia produtiva e aproximando produtores de consumidores, pois ambos se confundem nas experiências de agricultura urbana.
PORTILHO, M.; RODRIGUES, C. G. O.; FERNANDEZ, A. C. F. Cultivando relações no arranjo local da Penha: a mobilização de mulheres a partir das práticas de agricultura urbana na favela. Cidades, Comunidades e Territórios, n. 42, jun. 2021.
O texto destaca o crescente movimento da agricultura urbana na cidade do Rio de Janeiro, inclusive em áreas de comunidades. Essa atividade tem encontrado espaço principalmente nas áreas desocupadas e ociosas presentes em alguns bairros. Esses locais eram antigos galpões, fábricas ou terrenos desocupados que passaram a ter o seu solo ou espaço utilizado para produzir alimentos, se tornando uma vantagem ao aproveitar melhor essas áreas no espaço urbano.