Não nos resta a menor dúvida de que a principal contribuição dos diferentes tipos de movimentos sociais brasileiros nos últimos vinte anos foi no plano da reconstrução do processo de democratização do país. E não se trata apenas da reconstrução do regime político, da retomada da democracia e do fim do Regime Militar. Trata-se da reconstrução ou construção de novos rumos para a cultura do país, do preenchimento de vazios na condução da luta pela redemocratização, constituindo-se como agentes interlocutores que dialogam diretamente com a população e com o Estado.
GOHN, M. G. M. Os sem-terras, ONGs e cidadania. São Paulo: Cortez, 2003 (adaptado).
A proposta do texto, assim como os movimentos sociais do Brasil no processo de finalização da ditadura militar, nos permite perceber que havia a intenção de expandir o significado de democracia. O objetivo seria mostrar que esta não se refletiria apenas no sufrágio universal, mas sim na criação de canais de comunicação diretos entre o governo e a população e outros vínculos que intensificassem nossa atuação, mesmo dentro de uma “democracia representativa”.