Questão 1 - Diversidade dos territórios
Questão 2 - Religião e pensamento medieval
Questão 3 - Feudalismo germânico
Questão 4 - Da oralidade a textualidade
Questão 5 - A servidão na Idade Média
Crise e queda de Roma
A partir do século III, o Império Romano passou por intensas crises, com a extensão do território, foram necessários altos gastos para manter a proteção das fronteiras, ameaçadas diariamente pelas invasões de povos bárbaros, principalmente os germânicos, que ajudaram a desestabilizar o Império.
Houve diversas tentativas de solucionar as crises, como a mudança da capital do Império para Bizâncio (futura Constantinopla e atual Istambul), por Constantino, e a divisão do território em duas partes: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla, visando melhorar a administração.
No entanto, em meio às invasões de povos bárbaros ao Império Romano do Ocidente, houve um intenso processo de ruralização visando fugir e se proteger dessas invasões. Tal fato culminou na queda de Roma, em 476, marcando o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média. Período esse marcado pela força da Igreja Católica, que se consolida como um poder hegemônico na Europa e se torna o grande centro de difusão de ideias, culturas, costumes e ordens.
Além do controle da igreja, a idade média também ficou marcada pela fragmentação do Império Romano do ocidente, deixando ruínas, pontes, estradas e construções que serviram posteriormente para a ocupação de feiras e criação de burgos, no entanto, a principal consequência dessa fragmentação, foi a divisão do território entre diversas famílias e grupos germânicos, dando iniciando o processo de ruralização e isolamento que se tornou fundamental para a construção do sistema feudal.
A Idade Média e o feudalismo
A Idade Média começou a se estruturar com a queda de Roma, quando começou a se desenvolver uma nova estrutura social, política e econômica, caracterizada por uma sociedade rural, descentralizada e estamental. O período durou mais de 1000 anos e pode ser dividido em Alta Idade Média e Baixa Idade Média. Nesse longo período se consolidou o que ficou conhecido como o feudalismo, modo de produção que associava elementos romanos e germânicos, como o teocentrismo, baseado na grande influência ideológica da Igreja Católica Apostólica e na descentralização política que acontecia nos últimos anos do império romano.
No feudalismo, as relações políticas entre nobres eram baseadas no princípio da suserania e da vassalagem, no qual um nobre doava terras conquistadas por ele (suserano) a outro nobre (vassalo) em troca de fidelidade nos compromissos militares do suserano. Apesar da existência da figura do rei, seus poderes eram limitados, já que o poder estava descentralizado entre diversos senhores feudais. A economia feudal também ocorria de forma descentralizada, dentro de estruturas chamadas de feudos. Os feudos se baseavam na atividade agrícola, realizada pelos servos, e, em geral, eram autossuficientes, ou seja, produziam os principais produtos necessários à sobrevivência de seus habitantes, tendo pouca necessidade de troca entre os feudos. Isso gerou um desaquecimento do comércio e das atividades urbanas. A sociedade feudal se caracterizou por uma estrutura estamental. Os estamentos eram divididos entre os que guerreavam (nobreza), os que rezavam (clero) e os que trabalhavam (servos). A mobilidade social era quase inexistente, já que a posição ocupada era determinada pelo nascimento.