Coesão, coerência e progressão textual: uma introdução
Coesão na redação
Coerência na redação
Progressão textual
O tópico frasal
Um texto é uma unidade constituída pelo encadeamento semântico de sentenças. Esse encadeamento é o que se chama de textualidade. Esse recurso é presente, portanto, em todo tipo de produção textual e dois desses fatores são importantíssimos para a construção e para a interpretação dos sentidos: a coesão e a coerência.
O que é coesão textual?
De forma bem objetiva, a coesão textual contempla a utilização de mecanismos linguísticos que permitem uma sequência lógica entre as partes de um texto. Em outras palavras, é a conexão entre a partes de um texto.
Veremos, abaixo, os tipos de coesão e suas exemplificações.
Coesão Referencial
A coesão referencial é responsável por evitar repetições entre as palavras e utiliza recursos anafóricos e/ou catafóricos, se referindo a termos que vêm antes ou depois do mecanismo de coesão, respectivamente. Os recursos utilizáveis são inúmeros; entre os principais, temos: os pronomes, os sinônimos, os hipônimos e hiperônimos, os epítetos, as metonímias, os advérbios e os numerais.
Coesão Sequencial
Os elementos de coesão sequencial são responsáveis – como o próprio nome sugere – pelo sequenciamento ou andamento do texto. Estabelecem as principais ligações entre as partes da sua redação, de forma que a coesão textual se manifeste mais notoriamente. Entre os principais recursos, destacam-se as frases de apoio, os termos conectivos (portanto, dessa forma, assim, etc...) e os ganchos semânticos.
Coerência Textual
Segundo o linguista Luiz Antônio Marcuschi, se há uma unidade de sentido no todo do texto quando este é coerente, assim a coerência não se encontra na própria forma, mas constrói-se a partir dela, em dada situação comunicativa. Para a produção de sentidos do texto, é preciso que o leitor ative conhecimentos previamente constituídos e armazenados na memória.
Sendo assim, podemos dizer que a coesão e a coerência estão ligadas, pois enquanto a coerência é a sequência lógica das ideias de um texto, a coesão é a manifestação formal da coerência de forma que estabelece nexos entre as partes do texto.
Veremos, então, duas formas de aplicar a coerência na prova:
Coerência Interna
Seu texto precisa fazer sentido internamente. Isso fica claro, principalmente, em redações com temáticas polêmicas. Dessa forma, é necessário construir seu texto com um embasamento argumentativo sem contradição, isto é, desenvolver a escrita com ideias próximas e coerentes.
Observação: A contra-argumentação, ou seja, trazer um argumento contrário ao anterior para reforçar sua ideia principal, é muito valorizado pela banca corretora, todavia é necessário garantir que isto aprofunde a tese e não distancie um parágrafo de outro.
Para que um texto seja coerente, é importante que as informações apresentadas - inclusive a argumentação - estejam de acordo com a tese definida no início do texto, seguindo uma linha de raciocínio e nunca fugindo a uma ideia central. Essa é importância de mecanismos coesivos, que dão sequência ao texto, e de ferramentas como a retomada do direcionamento, que aprendemos na aula de conclusão.
Coerência externa
Fazer sentido dentro do próprio texto não é o bastante. Para que uma redação seja coerente e alcance a pontuação máxima no Enem, é importante que ela faça sentido, também, com relação ao contexto em que está inserida. Para isso, o aluno precisa sempre estar atento às questões ao seu redor, por meio da leitura, dos estudos e de toda a informação que estiver ao seu alcance.
Sabe aquela contextualização que formulamos no parágrafo introdutório? Ela trabalha exatamente esse sentido no texto. Se a sua redação, por exemplo, diz que não existe violência no Brasil, ocorre uma incoerência com a verdade de senso comum. Uma contextualização, então, que apresente uma narrativa sobre a violência no nosso país pode ser uma boa forma de trabalhar essa coerência externa.