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Cuba e a independência

Aula sobre cuba e a independência. Confira!

Cuba e Fulgêncio Batista

Cuba e o processo revolucionário

Cuba e os primeiros anos da revolução

Cuba e os outros: EUA

Cuba e os outros: URSS. Crise!

Antecedentes.

Para compreendermos a Revolução Cubana, é fundamental que conheçamos um pouco mais sobre a história de Cuba. É preciso contextualizar que após a independência dos países da América Latina, a antiga dependência aos países europeus foi substituída pela constante intervenção dos Estados Unidos. Cuba foi uma colônia espanhola, que conquistou sua independência em 1898 com o apoio dos Estados Unidos. Em troca desse apoio, o governo norte americano passou a exercer grande influência na ilha.

Em 1901, por exemplo, foi criada uma constituição para Cuba onde os norte-americanos decretaram a chamada “Emenda Platt”, que garantia ao governo estadunidense o direito de intervir no país caso seus interesses políticos e econômicos fossem ameaçados. Além disso, a nova República de Cuba cedeu aos Estados Unidos as bases navais de Baía Funda (devolvida em 1913) e Guantánamo, que pertence aos Estados Unidos até hoje. Ao longo de sua história após a independência, Cuba foi amplamente dominada pelos Estados Unidos. Muitas empresas norte-americanas se desenvolviam em território cubano, o que garantia enormes lucros à custa da economia cubana.  E assim a atuação dos EUA na ilha se baseava em duas frentes principais: intervenção militar e restrição das relações comerciais com outros países.

Dentro desse contexto a sociedade cubana sofria com a desigualdade social em decorrência do combo: exploração da classe trabalhadora + aliança com o capital estrangeiro.  Economicamente, os EUA dominavam o cenário, eram donos de praticamente quase todos os setores estratégicos para o país, principalmente na exploração do petróleo. Na primeira metade do século XX, a população no geral possuía uma péssima qualidade de vida, com um alto índice de pobreza e sem acesso a terras. Mas enquanto isso, os EUA faziam de Cuba um parque de diversões privado, mandando e desmandando, construindo hotéis e cassinos, sugando as riquezas da ilha. A aversão da população aos Estados Unidos vai ser uma constante nessa primeira metade do século XX.

Devido a situação no país, greves e mobilizações estudantis começaram a eclodir. A revolução de 1959 é uma consequência de um longo processo construído a partir de crises sociais e revoltas que vinham despontando desde 1920. Cada vez mais o sentimento nacionalista crescia, assim como a atuação dos grupos de esquerda. Toda essa movimentação política e social vai despertar a preocupação dos EUA na década de 1940/50 - Guerra Fria, pessoal, não se esqueçam!!!! – que interviram diretamente na saída do então presidente. Em 1952, o general Fulgêncio Batista assumiu o governo através de um golpe, apoiado pelos Estados Unidos.

 

Revolução Nacionalista 


Fulgêncio Batista assume a presidência de Cuba e instaura uma severa ditadura militar com forte repressão a imprensa e promove uma intensa perseguição a movimentos de oposição. Além disso, seu governo apoiava a influência norte americana na ilha desagradando a população que cada vez mais via crescer o sentimento contra a presença dos EUA. Insatisfeitos com esse cenário social cubano, em 1953 foi organizado o ataque ao Quartel de Moncada, na cidade de Santiago.

A incursão marcou o início das lutas nacionalistas contra a presença de Batista no poder e a influência estadunidense na ilha. A intenção era realizar a tomada das armas que permitiriam dar início ao processo revolucionário. Contudo, o ataque não obteve sucesso e seus principais lideres foram presos, como exemplo podemos citar Fidel Castro que foi condenado a 15 anos de prisão. Apenas algum tempo depois, Fidel foi anistiado por Fulgêncio e se exilou no México junto com seu irmão, Raul Castro.  O líder vai lançar o Movimento de 26 de julho (o nome era uma referência ao dia do atentado no Quartel de Moncada)  com o intuito de combater o presidente em exercício.

Já no México, organizou um grupo de 81 homens que se preparavam para uma nova tentativa de golpe, entre eles Ernesto “Che” Guevara e Camilo Cienfuegos. Entretanto, novamente foram derrotados, restando apenas 12 homens que se reuniram na região de Sierra Maestra. A partir daí, passaram a atuar como uma guerrilha com o apoio da população local que aderiu ao aos ideais dos rebeldes que já eram bem populares.

Atuando através de pequenos ataques, foram conquistando vitórias sobre as tropas do exército cubano que progressivamente foi se enfraquecendo, enquanto o movimento ganhava cada vez mais adesão popular. Atuando e várias frentes, os líderes da revolução chegam a Havana. Fulgêncio Batista que vinha perdendo sua base de apoio, se assusta com a ofensiva dos guerrilheiros e decide abandonar o governo se exilando na República Dominicana.

  

O Novo Governo


A saída do presidente significou a vitória da revolução nacionalista e o país entra em um momento de reorganização política. É preciso pontuar que a principio não havia uma autoproclamação por parte dos rebeldes como socialista ou comunista.  Logo em seguida, Fidel Castro é indicado ao cargo de primeiro ministro de Cuba. Nesse primeiro momento foram tomadas uma série de medidas para conter aqueles que eram contrários a revolução e que antigos apoiadores de Fulgêncio.

Uma série de pessoas foram afastadas de seus cargos, alguns exilados, outras foram presas e muitas foram mortas. Comandado por Che Guevara, existia a prática de fuzilamento das pessoas que eram condenadas por crimes de guerra, tais como: tortura e assassinado. Esse fato ficou conhecido popularmente como “El Paredón” referencia a forma na qual essas mortes ocorriam.

As primeiras iniciativas do novo governo davam conta de melhorar a situação da população cubana e uma série de reformas foram postas em prática logo no ano de 1961, como: nacionalização dos bancos e empresas estrangeiras, reforma agrária e um projeto de alfabetização. Todas essas modificações buscavam atender ao interesse do povo cubano e ao mesmo tempo retomar as riquezas cubanas das mãos estrangeiras, principalmente dos EUA.

Política externa 


Descontentes com os rumos que a revolução tomou após sua vitória, os Estados Unidos viu que seus interesses na ilha estavam ameaçados e decidiu romper relações diplomáticas com Cuba.  Logo em seguida, a Central de Inteligência do país, a CIA, vai orquestrar conjuntamente com exilados cubanos um ataque ao país visando derrubar Fidel Castro. Eles tentaram invadir a ilha desembarcando na Baía dos Porcos, contudo a missão falhou porque a população apoiou massivamente o novo governo.

Toda essa movimentação serviu para aproximar Cuba as relações com a URSS e consolidar a revolução no país. Fidel intensificou o processo de nacionalização da economia cubana. Em 1962 Cuba foi expulsa da OEA (Organização dos Estados Americanos) durante a Conferência de Punta Del Leste e os EUA impuseram um embargo econômico ao país. Com uma relação já desgastada com os norte-americanos e uma aproximação cada vez maior da União Soviética – através de contratos comerciais, por exemplo – Cuba vai se alinhar oficialmente ao bloco socialista.  

 

A Crise dos Mísseis


A Revolução Cubana estava inserida no contexto do pós II Guerra Mundial, ou seja, das disputas por áreas de influência entre EUA e URSS. Após o fim da revolução e o alinhamento com o bloco socialista, a região vai ser palco de um dos momentos mais tensos da Guerra Fria. A partir de um acordo com o governo de Cuba, a URSS instala mísseis no país que alcançariam rapidamente o território norte-americano.  Através de um avião espião, os EUA descobriram sobre os mísseis e afirmando ser uma ameaça a sua segurança nacional, impõe um bloqueio naval a ilha cubana.

Com a possibilidade iminente de uma guerra nuclear, as negociações entre as potencias mundiais duraram treze dias, aos quais os olhos do mundo estavam todos voltados para eles. Ao final, John Kennedy e Nikita Khrushchov chegam a um acordo onde a URSS retira os misséis instalados em Cuba e os Estados Unidos se compromete a respeitar o Governo de Fidel Castro, não invadindo o território cubamo.