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alunos falando sobre o tema de redação enem 2024

Tema de redação Enem 2024 é divulgado pelo Inep!

A ansiedade acabou! Agora você já pode saber qual foi o tema de redação do Enem 2024.

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O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 foi ‘Desafios para a valorização da herança africana no Brasil’.

A informação foi confirmada pelo Ministro da Educação, Camilo Santana.

camilo santana-tema redacao enem 2024

Os candidatos devem escrever um texto dissertativo-argumentativo em até 30 linhas a partir do tema e dos textos de apoio.

Tema de redação Enem 2024 – Comentários Descomplica

Sobre o tema, nosso time de Redação fez alguns comentários:

“O tema não fugiu do esperado porque o Enem sempre solicita temáticas de ordem social, cultural, científico, política e nesse ano a gente tem a questão social como base e questões relacionadas à cultura e também a questão política. Entre os argumentos que os alunos poderiam utilizar estão a nossa formação, que é originária a partir de europeus, indígenas e africanos, mas, ainda assim, existe uma superioridade europeia que faz com que as raízes indígenas e africanas muitas vezes sejam apagadas, exemplo disso é na própria sociedade e também no espaço escolar.
Em relação ao espaço escolar, temos a lei 11.645, de 10 março de 2008, que torna obrigatória, o ensino da cultura indígena e afro brasileira nas escolas. Só que isso ainda não é efetivamente realizado. Então a gente já vê que a perpetuação, a desvalorização dessa herança africana já se permanece nas escolas. Além disso, a gente pode também pensar na questão social, relacionado também a certa intolerância religiosa e diminuição dos cultos de matriz africana.”
Bruna Basile.

“É um tema relevante. É super importante trabalhar a questão da valorização da matriz africana na nossa cultura. Não é um tema só sobre racismo, muitos alunos têm que tomar esse cuidado porque é um tema sobre a valorização. O quão difícil é valorizar a herança africana no Brasil. A gente tem uma memória ancestral que segue sendo invisibilizada e desvalorizada tanto pelo corpo social quanto pela educação, que muitas vezes ignora a importância do ensino de literatura e cultura que coloca esse ensino muito ligado apenas a momentos específicos do ano. Você tem uma série de comemorações ligadas a essa valorização cultural em novembro por conta do Novembro Negro, mas você não tem efetivamente um plano curricular que adeque, que consiga colocar tudo isso ao longo da formação do aluno. Então é uma discussão que a escola precisa melhorar. É uma discussão que o Estado precisa melhorar, porque não adianta você ter esse tipo de regra, se você não tem fiscalização. Como o caso da lei que obriga esse ensino, mas que acaba não tendo uma fiscalização efetiva de como esse ensino é feito é um tema muito ligado a esse resgate da memória africana no Brasil e do quanto a gente ainda é uma sociedade que invisibiliza essa questão. Eu acho que e é importante que eles trabalhem o preconceito que a sociedade ainda tem com a valorização dessa herança.”
Roberta Panza.

Referências para a redação Enem 2024

Existem diversas referências que poderiam ser utilizadas na redação do Enem 2024. Veja quais são: 

Literatura: 

O conceito de “escrevivências”, criado por Conceição Evaristo, surge do propósito da autora de escrever a partir de suas próprias vivências como mulher negra e da memória coletiva de seu povo na sociedade brasileira. Essa perspectiva destaca questões como o preconceito e a violência enfrentados pela população negra. O aluno pode utilizar esse conceito, ou mencionar uma obra de Evaristo, para contextualizar o tema ou argumentar sobre a desvalorização da herança africana no Brasil.

Machado de Assis: O embranquecimento de Machado de Assis, grande ícone da literatura brasileira, traduzido mundialmente, é um retrato da desvalorização e do preconceito existentes em relação à matriz africana no Brasil. O aluno pode mostrar que o preconceito é tão grande que toda a maravilhosidade de Machado jamais poderia ser associada a um homem negro. 

Lima Barreto, em razão de sua negritude, teve sua notável trajetória apagada por muitos anos e sua literatura permaneceu desconhecida por grande parte da sociedade. Essa invisibilização reflete o pertencimento a um grupo social marginalizado, acentuado ainda mais por uma internação conturbada em um hospício. O aluno pode usar a história de Lima Barreto como exemplo da desvalorização das contribuições da matriz africana no Brasil.

Cultura POP:

Documentário “AmarElo”, de Emicida: Esse documentário é uma síntese dos shows realizados no histórico Teatro Municipal de São Paulo, onde Emicida explora sua trajetória musical e celebra as tradições da cultura negra que moldaram sua identidade artística. “AmarElo” é mais do que uma performance; é um mergulho profundo nas raízes da herança africana no Brasil, resgatando memórias e tradições que conectam o passado ao presente, mostrando como essa ancestralidade se reflete na música e na vida de Emicida.

Passagem da Beyoncé por Salvador pela divulgação do documentário musical “Renaissance: a film by Beyoncé”: A passagem de Beyoncé por Salvador para a divulgação de *Renaissance: A Film by Beyoncé* reforça a conexão profunda entre a cultura afro-americana e a herança africana no Brasil. Ao escolher Salvador, a cantora celebra a resistência e as tradições afro-brasileiras, ressaltando a importância de valorizar o legado africano que molda a identidade cultural do país. Esse encontro representa uma reverência ao Brasil negro e à necessidade de visibilizar as contribuições afrodescendentes na história e na cultura brasileira.

Pantera Negra – Herói da Marvel: Pantera Negra é um personagem icônico da Marvel, representando o primeiro super-herói negro da editora e celebrando profundamente a cultura e a herança de Wakanda. Ele destaca as raízes culturais de seu povo, combinando-as com uma tecnologia avançada que supera a de qualquer outra nação. Pantera Negra não só representa força e inteligência, mas também o orgulho e o poder da ancestralidade africana, tornando-se um símbolo de representatividade e diversidade nos quadrinhos e no cinema.

“A Princesa e o Sapo”, filme da Disney: Tiana é a primeira princesa negra da Disney, e o filme destaca elementos da cultura africana trazida para os Estados Unidos, como a influência do jazz em Nova Orleans, cidade que serve de pano de fundo para a história. No entanto, o filme também reforça alguns estereótipos, especialmente em relação ao vodu, retratado como uma prática associada ao mal, assim como ocorre com outras religiões de matrizes africanas no Brasil. Essa representação reforça visões negativas sobre essas tradições religiosas, que têm uma rica história cultural e espiritual.

Redação Exemplar sobre o Tema do Enem 2024

Modelo 1

Desafios para a valorização da herança africana no Brasil

De acordo com o artigo 5• da Constituição Federal de 1988, todos são iguais perante a lei. No entanto, uma rápida análise da realidade brasileira atual revela o descumprimento dessa máxima legal, haja vista a persistente diferenciação qualitativa das heranças culturais brasileiras, com a clara desvalorização da matriz africana no país. É urgente, então, compreender como a postura de parcela significativa do corpo social e a indiligência do Estado corroboram a manutenção de um cenário de tamanha desvalorização da herança africana no Brasil. 

Cabe analisar, em primeiro plano, o persistente preconceito social em relação às expressões culturais africanas. Inegavelmente, a construção social brasileira foi atravessada por séculos de escravização de corpos negros e, por isso, por uma invisibilização de suas expressões artísticas, culturais e religiosas, realidade a qual perpassou os anos e chegou ao século XXI. Isso, porque o fim da escravidão não surgiu como uma real integração desse grupo étnico, haja vista a  reduzida reparação histórica desenvolvida até o presente. Como consequência, parcela significativa da sociedade não só desconhece a força da matriz africana, como também – o que é ainda pior – diminui as expressões ligadas à negritude, o que se exemplifica no fato de as religiões de matriz africana ainda serem as maiores vítimas de intolerância e no funk e no rap seguirem como alvos de marginalização. 

Além disso, convém mencionar a negligência estatal frente à fiscalização do efetivo ensino de literatura e cultura africana nas escolas públicas e privadas do país. Infelizmente, ainda que a legislação brasileira afirme a obrigatoriedade de tal conteúdo, a realidade revela seu descumprimento, haja vista a priorização de currículos conservadores e pouco abertos a mudanças significativas, os quais ainda trabalham tais questões apenas em determinadas épocas do ano, caso do mês de novembro. Essa escolha revela não só a visão escravocrata que ainda persiste no país, como também demonstra o que Gilberto Dimenstein sabiamente afirmou: o brasileiro é apenas um cidadão de papel. Como consequência dessa exclusão curricular, o que se observa é a predominância de uma formação escolar racista, a qual ainda associa as questões africanas apenas à dor e ao sofrimento e ignora a grandiosidade de sua contribuição cultural para o Brasil. 

Evidencia-se, portanto, que a herança africana segue desvalorizada no país. Assim, a fim de reverter esse quadro, cabe às mídias, haja vista sua função constitucional de propagação da diversidade, ampliar o debate sobre a importância da herança cultural africana no país. Isso deve ser realizado por meio de peças publicitárias e de ficções engajadas sobre o tema, a fim de que o desconhecimento em relação a essas manifestações culturais seja, mesmo que a longo prazo, desconstruído no país. Ademais, compete ao Ministério da Educação a organização de fiscalizações semestrais nos diversos centros de ensino do país, para que, assim, a legislação seja efetivamente cumprida no país e nossa condição cidadã não seja somente parte da teoria.

Modelo 2

Desafios para a valorização da herança africana no Brasil 

A sociedade brasileira foi estabelecida a partir de raízes históricas e culturais provenientes de origens nativas, africanas e europeias. Isso pode ser evidenciado na obra de arte “Operários”, de Tarsila do Amaral, em que a pintora ilustra como o povo tupiniquim é miscigenado em sua própria formação. No entanto, nem todas essas herançassão valorizadas no Brasil, uma vez que existe uma diminuição de certos grupos sociais, principalmente os de origem africana por terem sido, por muito tempo, mão de obra escravizada. Esse desafio é perpetuado na sociedade devido à falta de apoio educacional e ao preconceito religioso difundido no próprio corpo social. 

Diante desse viés, cabe destacar como a escola ainda se mostra deficitária na valorização dos povos formadores da cultura brasileira. A lei nº 11.645 torna obrigatório, desde 2008, o ensino da história e cultura indígena afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio. Assim, deve-se partir dessa teoria preferencialmente nas áreas de literatura, artes e história, mas sem excluí-la das demais disciplinas. Por outro lado, mesmo que a legislação já tenha sido estabelecida há alguns anos, essa norma ainda não foi efetivamente implementada nas instituições escolares, dado que a cultura africana ainda é inferiorizada na sociedade pela sua raiz histórica. Assim, lê-se muitas obras consideradas clássicas predominantemente europeizadas, mas o estudo da  literatura de autoria negra é insuficiente.

Além disso, outro fator que perpetua a desvalorização da herança africana é o preconceito contra religiões provenientes dessa cultura na sociedade. Por mais que o Brasil seja considerado um país laico, ainda existe uma certa predominância da fé católica como um resquício do passado colonial. Consequentemente, outras demonstrações de crenças são vistas pela sociedade como “pagãs” de modo que os fiéis dominantes discriminam outros pelas suas manifestações. Como exemplo disso, destaca-se a guerra “tráfico-religiosa” no Rio de Janeiro em que criminosos de determinadas facções promovem depredações em centros de religiões de matriz africana, reforçando a “superioridade” cristã e invisibilizando qualquer outra. Nesse sentido, nota-se como a falta de atuação estatal reforça o apagamento de certas tradições. 

Fica evidente, portanto, que a herança africana na sociedade brasileira precisa ser preservada para a diminuição do preconceito. Dessa forma, é necessário que o Ministério da Educação – órgão que administra a educação pública brasileira – estabeleça efetivamente a obrigatoriedade das leis educativas no território nacional. Isso pode ser feito por meio da inserção desses conteúdos na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) para que o ensino contemple a história desse povo. Além disso, é importante que haja uma divulgação massiva dos meios de denúncia contra casos de crime de intolerância religiosa para diminuirmos esses índices. Assim, será possível diminuir as barreiras que impedem a união do povo miscigenado. 

Primeiro dia de prova

No primeiro dia de prova os estudantes respondem 90 questões, sendo elas:

  • 45 questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias (História, Geografia, Filosofia e Sociologia);
  • 45 questões de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (Português, Literatura, Artes e Língua Estrangeira – Inglês ou Espanhol, sendo a língua escolhida pelo próprio candidato durante a inscrição).

Além disso, desenvolvem a redação sobre ‘Desafios para a valorização da herança africana no Brasil’ com auxílio dos textos de apoio.

Os textos de apoio, conhecidos como textos “motivadores”, ajudam o candidato a fundamentar argumentos para começar a escrever a redação finalizando o texto com uma proposta de intervenção.

A proposta de intervenção é basicamente uma sugestão de solução para o problema e ela precisa respeitar os direitos humanos.

Segundo dia de prova

No segundo dia de prova não há redação e os estudantes respondem a 90 questões, sendo:

  • 45 questões de Matemática e suas Tecnologias (Matemática);
  • 45 questões de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Química, Física e Biologia).

Quando sai a nota da redação?

O gabarito com as respostas corretas das questões será divulgado no dia 20 de novembro de 2024, de acordo com o Inep.

No entanto, como as redações precisam ser corrigidas, a pontuação só será liberada no dia 13 de janeiro de 2025.

Mas temos a solução perfeita para você! Em nosso Gabarito Enem 2024 Extraoficial, você consegue ver sua nota antecipada, tanto das questões quanto da redação.

O nosso gabarito tem 99% de confiabilidade na correção das questões e 92% na confiabilidade na nota, já que calculamos sua pontuação com o TRI, mesmo sistema do MEC.

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