Quando D. Pedro I “pediu pra sair”, iniciou-se o Período Regencial. Formou-se uma junta de governo que assumiu o poder enquanto Pedrinho (futuramente conhecido como D. Pedro II) ainda não tinha idade para governar. Esse foi um dos períodos mais turbulentos da História do Brasil. As insatisfações populares culminaram em diversas revoltas pelo país.
Nesta lista, explicaremos as cinco principais para que você nunca mais fique boiando nas aulas de Regência – e nem nas questões do vestibular!
1. Cabanagem (1833-1836)
Desde a década de 20, a população do Pará tentava se separar do resto do Brasil. No entanto, quando o governo regencial nomeou o novo presidente da província, as coisas saíram do eixo de vez. Com a política repressora, os cabanos (população pobre que habitava choupanas na beira dos rios) se rebelaram contra o governo regencial.
Onde: Pará e Amazonas
Principais líderes: Batista Campos, Eduardo Nogueira Argelim, os irmãos Vinagre, Felix Antônio Clemente Malcher e Vicente Ferreira Lavor.
Resultado: Formaram-se dois governos cabanos, mas acabaram traindo o movimento e se juntando ao governo imperial. Apesar de os cabanos ainda tentarem resistir, acabaram desistindo diante da forte repressão. Com 30 mil mortos, a Cabanagem foi o primeiro movimento popular que chegou ao poder.
2. Farroupilha (1835-1845)
Quando as principais atividades econômicas do sul – criação de gado (estância) e produção de carne seca (charque) – se viram ameaçadas pela concorrência platina que, por possuir baixas taxas alfandegárias custava mais barato que o charque brasileiro, os sulistas se rebeleram contra o Estado imperial. Iniciava-se a chamada Revolução Farroupilha (nome que vem do termo farrapos, denominação pejorativa dada devido a roupa peculiar usada pelos revoltosos).
Onde: Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Principais líderes: Bento Gonçalves, Davi Canabarro e Guiseppe Garibaldi.
Resultado: Com caráter separatista, os farrapos chegaram a fundar duas repúblicas na região sul: a primeira foi a República Rio-Grandense (derrotada pela regência em 1836) e a segunda foi a República Juliana (ou Catarinense). O movimento foi derrotado e realizou-se um acordo com os farrapos: todos os revoltosos seriam anistiados e suas terras, que haviam sido confiscadas, seriam devolvidas pelo governo imperial.
Bento Gonçalves fugiu da prisão com a ajuda de radicais baianos ligados à Sabinada.
3. Malês (1835)
Foi um movimento liderado por escravos muçulmanos (malês) que pegaram em armas com o objetivo de libertar Salvador e o Recôncavo.
Onde: Bahia
Principais líderes: Pacífico Licutã, Manuel Calafate e Luis Sanim.
Resultado: A liberta Guilhermina Rosa de Souza contou ao seu ex-senhor sobre o movimento. A rebelião durou aproximadamente três horas e foi fortemente reprimida. Dentre as penas dadas aos rebeldes estavam prisão, açoite público e fuzilamento. Apesar da curta duração, o movimento de Malês deixou um grande temor de novos levantes escravos no Brasil.
4. Sabinada (1837 – 1838)
O nome da rebelião vem de seu principal líder, o jornalista e médico Francisco Sabino. Foi um movimento de classes médias contra o poder central.
Onde: Bahia
Principais líderes: Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira
Resultado: Apesar de os rebeldes terem chegado a declarar a independência da Bahia, as oscilações sobre o projeto adotado pelo movimento e a repressão imperial fizeram com que fracassasse. No entanto, por ser uma revolta de classes médias, não houve tantas mortes como aconteceu na Cabanagem.
5. Balaiada
A balaiada surgiu de um confronto entre dois grupos rivais do Maranhão, os cabanos (conservadores) e os bem-te-vis (liberais), que brigavam pelo controle político da região. No entanto, as classes populares se atrelaram a esse conflito reivindicando melhores condições de vida. Portanto, não foi um movimento unificado, pois congregava classes populares e médias.
Onde: Maranhão
Principais líderes: Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (fazedor de balaios), Cosme Bento Chagas (chefe de quilombo) e Raimundo Gomes (vaqueiro).
Resultado: Com o crescimento da revolta popular, que conseguiu tomar a cidade de Caxias, as classe médias recuaram facilitando a repressão do movimento pelas forças imperiais.