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Resumo de simbolismo com características para o Enem

O resumo sobre Simbolismo que vai salvar a sua prova da escola ou do vestibular está te esperando bem aqui.

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O resumo sobre Simbolismo que vai salvar a sua prova da escola ou do vestibular está te esperando bem aqui.

Ao final do século XIX, a escola literária Simbolista apresenta uma nova maneira de observar o mundo. Ao retomar traços subjetivos do movimento romântico, os simbolistas aproximam-se do plano metafísico e do campo da inconsciência humana, aprofundando os mistérios e os sentimentos de sua alma.

No filme “Nosso Lar”, observamos uma aproximação dos personagens com o plano espiritual.

O CONTEXTO SIMBOLISTA

Para compreendermos os anseios e aflições do homem simbolista, é necessário observarmos o contexto histórico ao final do século XIX. Esse período é marcado por muitas movimentações sociais e econômicas em contexto mundial. Entre elas, podemos citar: os reflexos econômicos e o progresso comercial da Revolução Industrial; os anseios democráticos da Revolução Francesa, a ascensão da burguesia, a exclusão das camadas mais baixas em relação a seu desenvolvimento igualitário e distribuição de renda, e a obtenção de lucros do Imperialismo econômico são fatores que fizeram com que o homem daquele momento se sentisse frustrado com as promessas de igualdade e oportunidade para todos.  

Nesse sentido, iremos perceber que o homem tenta fugir dessa realidade, ao entrar no plano da subjetividade, aprofundando seus sentimentos e retomando a traços pessimistas,  principalmente a características da 2ª Geração Romântica, chamada de “Mal do século” ou Ultrarromântica. Além disso, é possível perceber que a temática simbolista reage ao esquema materialista do século XIX, como também, a objetividade propagada pelas correntes cientificistas.

Imagem artística do período Simbolista.

No contexto francês, vivia-se o momento da chamada “Belle Epoque”, que foi responsável por uma explosão de mudanças, entre elas, culturais, tecnológicas, literárias, artísticas e de pensamento. Sobre as influências literárias, não podemos deixar de citar Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud, Paul Verlaine e Stéphane Mallarmé.

 

CARACTERÍSTICAS SIMBOLISTAS

Depois de entender um pouco sobre o contexto histórico e a visão do homem do século XIX, conseguiremos entender melhor as características desse momento. Entre os aspectos simbolistas, podemos citar: o pessimismo, a valorização do plano metafísico, o misticismo, a subjetividade, a sugestão de sentimentos, a presença de figuras da linguagem, a musicalidade nas poesias e a aproximação com o campo inconsciente do indivíduo, priorizando a irracionalidade.

No Brasil, os autores de grande destaque foram Alphonsus de Guimaraens e Cruz e Souza. É importante destacar que esses autores mesclavam características simbolistas com seus sentimentos pessoais, o que deixava suas obras ainda mais profundas, marcando o sofrimento do eu lírico com seus problemas.

O autor Cruz e Souza, também chamado de “cisne negro”, possui uma vasta obra marcada pelo sofrimento e pela espiritualidade. Sua mulher e seus dois filhos morreram de tuberculose e, além disso, Cruz e Souza era negro (filho de ex escravos) e sofreu muito preconceito durante a sua vida. Em sua produção literária, percebemos a obsessão com a cor branca, a abordagem sobre a condição humana e também a presença de uma temática mais voltada ao erotismo.

O autor Cruz e Souza.

Essa mescla de traços de pessoalidade também é observada em algumas obras do autor Alphonsus de Guimaraens. Quando jovem, o autor teve que lidar com o falecimento de sua noiva e transpassa sua dor para sua produção literária, como uma maneira de liberar suas emoções. Além disso, também percebemos a abordagem de temas religiosos, da natureza e da arte.

Observe o poema “Hão de chorar por ela os cinamomos”, de Alphonsus e verifique as características de sua obra, com a presença marcante de sua dor.

“Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.

As estrelas dirão — “Ai! nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria.. . ”
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.

A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.
 

Os meus sonhos de amor serão defuntos…
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: — “Por que não vieram juntos?”

EXERCÍCIOS 

1. (ENEM) Vida obscura
“Ninguém sentiu  o  teu espasmo obscuro
ó ser humilde entre os humildes seres,
embriagado, tonto de prazeres,
o mundo para ti foi negro e duro.

Atravessaste no silêncio escuro
a vida presa a trágicos deveres
e chegaste ao saber de altos saberes
tornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém te viu o sofrimento inquieto,
magoado, oculto e aterrador, secreto,
que o coração te apunhalou no mundo,

Mas  eu que sempre te segui os  passos
sei que a cruz infernal prendeu-te os braços
e o teu suspiro como foi profundo!

(SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova  Aguilar, 1961)

Com  uma obra  densa e expressiva no Simbolismo brasileiro, Cruz e Souza  transpôs para seu  lirismo uma  sensibilidade em conflito com a realidade  vivenciada. No  soneto, essa percepção traduz-se em:

a) sofrimento tácito diante dos  limites impostos  pela  discriminação.
b) tendência latente ao vício como resposta ao isolamento social.
c) extenuação condicionada a uma rotina de  tarefas degradantes.
d) frustração amorosa canalizada para as atividades intelectuais.
e) vocação religiosa manifesta na  aproximação com a fé  cristã.

VEJA COMO RESOLVER PASSO-A-PASSO ESTA QUESTÃO!

2. (ENEM) Cárcere das almas
“Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza. 

Tudo se veste de uma igual grandeza 
Quando a alma entre grilhões as liberdades 
Sonha e, sonhando, as imortalidades 
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza. 

Ó almas presas, mudas e fechadas 
Nas prisões colossais e abandonadas, 
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! 

Nesses silêncios solitários, graves, 
que chaveiro do Céu possui as chaves 
para abrir-vos as portas do Mistério?!”

(CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993. )

Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são:

a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.
b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.
c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.
d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.
e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.

VEJA COMO RESOLVER PASSO-A-PASSO ESTA QUESTÃO!

 

3. Das alternativas abaixo, indique a que não se aplica ao Simbolismo:

a) Procurou instalar um credo estético com base no subjetivismo.
b) Não precisar as coisas, antes sugeri-las.
c) Racionalismo absoluto.
d) Expressão indireta e simbólica.
e) Transcendentalismo

VEJA COMO RESOLVER PASSO-A-PASSO ESTA QUESTÃO!

 

 

GABARITO 

1. A
2. C
3. C

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