A colonização do Brasil e o tratado de Tordesilhas
Iniciada no século XV, a expansão marítima portuguesa marcou profundamente a história brasileira e modificou toda a geopolítica mundial. Fruto dessa expansão, que procurava principalmente por ouro e especiarias, Pedro Álvares Cabral atracou seus navios no litoral da Bahia. Logo os portugueses identificaram a fertilidade da terra e viram forte potencial econômico na sua exploração, além de terem encontrado a mão de obra dos nativos que aqui viviam, posteriormente denominados de índios. O início da colonização brasileira foi marcada pela escravidão dos indígenas que, aos poucos, foi sendo substituída pela escravização dos negros africanos, que foram vítimas de um rentável comércio que perdurou por séculos: o tráfico negreiro. As grandes navegações também favoreceram a coroa espanhola, que, em 1492, financiou a expedição do navegador Cristóvão Colombo cujo objetivo era chegar às Índias através de uma nova rota. No caminho, contudo, sua frota acabou descobrindo um novo território: a América. Tendo em vista que a Espanha reivindicava a posse do novo território ao mesmo tempo que Portugal também reclamava a exploração do recém- descoberto continente, iniciou-se uma série de negociações a fim de chegarem a um consenso acerca da divisão das terras "descobertas e por descobrir".Assim surgiu o Tratado de Tordesilhas, assinado pelas duas potências européias, que dividia o mundo em dois hemisférios e portanto dividia a América entre os portugueses e os espanhóis. As terras descobertas a oeste da linha imaginária do tratado pertenciam à Espanha, enquanto as terras ao leste eram dos portugueses.[caption id="attachment_177091" align="aligncenter" width="428"]
A divisão do mundo em dois hemisférios: de um lado os espanhóis (cor roxa) e do outro os portugueses (cor vermelha)[/caption]
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Tratado de Tordesilhas (1494)[/caption]
As relações internacionais e a guerra do Paraguai
O Brasil no fim do período colonial foi marcado pela consolidação da independência, datada em 7 de setembro de 1822, quando Dom Pedro declamou o chamado Grito do Ipiranga. Foi assim que, apenas com 24 anos, o príncipe regente da família portuguesa foi coroado Imperador do Brasil e recebeu o título de Dom Pedro I. Iniciou-se, assim, o chamado Brasil Império, que divide-se em três períodos: o Primeiro Reinado (1822-1831), o Período Regencial (1831-1840) e o Segundo Reinado (1840-1889). O fim do Segundo Reinado se sucedeu devido ao golpe de Estado político-militar, liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, que proclamou a república e foi o primeiro presidente do país. Durante o Segundo Reinado, transcorreu o que foi considerado o maior e mais duradouro conflito armado internacional da América do Sul, a Guerra do Paraguai ou a Guerra da Tríplice Aliança. Na versão tradicional da historiografia brasileira, a narrativa acerca das causas e acontecimentos da guerra é oposta a versão paraguaia, e isso faz parte de uma constante disputa presente no decorrer da história mundial, uma vez que o que importa diante do contexto mundial não é necessariamente o que de fato aconteceu, e sim a versão hegemônica sobre aquele fato. De qualquer forma, é possível perceber a relação conturbada entre os dois países latino americanos, que tiveram no decorrer da história momentos positivos e negativos. É importante perceber que, desde a Guerra do Paraguai até a construção da usina hidrelétrica de Itaipu, apesar dos bons momentos e maus, os países têm importantes relações comerciais que estão em jogo. Além de serem parceiros fundamentais na América do Sul, são membros do MERCOSUL e, no setor econômico, o Brasil configura-se como um dos principais mercados comerciais para o Paraguai e está entre seus principais fornecedores. Por conta disso, atualmente, buscam manter boas relações diplomáticas através da integração, da cooperação e aproximação no campo político, econômico e social.[caption id="attachment_177100" align="aligncenter" width="468"]
Batalha do Avahy, Guerra do Paraguai (1864- 1870) de Pedro Américo[/caption]
Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty)
No Brasil, os assuntos concernentes à política internacional são tratados no Ministério de Relações Exteriores, ou, como também é conhecido, o Itamaraty. É um órgão voltado para a formulação e execução da política externa brasileira, que procura construir diplomaticamente relações bilaterais ou multilaterais com os mais diversos países. Atualmente, o Brasil reflete sua posição como potência emergente, baseando-se principalmente na política de não-intervenção em assuntos de outros países e na resolução pacífica de conflitos. O país também procura atuar em cooperação com os países em desenvolvimento e participar da agenda internacional através de blocos com outros atores globais importantes. O BRICS, por exemplo, é um agrupamento econômico composto pelo Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul, que se juntaram por terem características econômicas semelhantes e para poderem desenvolver estratégias que beneficiem o grupo. No cenário internacional, são detentores de mais de 21% do PIB e sua força política vem aumentando, o que desafia a ordem econômica mundial, liderada principalmente pela União Européia e pelos Estados Unidos.
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