Eles são lindos, cheirosos, maravilhosos, têm cabelos sedosos e esvoaçantes, usam roupas da moda clássica, moram em um lugar incrível e como se não bastasse ter sorte na vida, ainda são imortais!
Sabem de quem eu estou falando?
Sim, dos deuses gregos! Como esquecer pessoas tão grandiosas e tops em qualquer balada? Os Deuses do Camarote! Hahaha!
No século XVIII, a escola literária árcade propunha uma temática mais simples e buscava no ambiente campestre uma “fuga imaginária”, a fim de desconectar-se do caos urbano que havia tomado conta das cidades, desde o êxodo rural. No meio artístico, temos os famosos lemas árcades, que comprovam a ideia de pastoralismo e abordam a oposição entre campo x cidade.
Entre os temas árcades referidos, encontram-se “Inutilia Truncat”, que significa cortar o inútil; “Carpe Diem”, que significa aproveite/curta o dia; “Aurea Mediocritas”, vida simples, sem dar importância aos bens materiais; e “Fugere Urbem”, que faz referência a uma possível fuga urbana, para viver na simplicidade do campo.
Além dessas características, o Arcadismo prezava por resgatar elementos da mitologia clássica. Por isso, é possível perceber que muitos autores da época, em sua poesia, utilizavam vocativos, faziam referências e até veneravam os deuses gregos.
Leia um pequeno trecho de Tomás Antônio Gonzaga, um dos principais autores da época, e que construiu uma lira com referências mitológicas clássicas e demonstrava, também, o sentimentalismo por sua amada, Marília.
Lira II
“(…)
Os seus compridos cabelos,
Que sobre as costas ondeiam,
São que os de Apolo mais belos;
Mas de loura cor não são.
Têm a cor da negra noite;
E com o branco do rosto
Fazem, Marília, um composto
Da mais formosa união.”
OBS.: Perceba que, neste pequeno trecho, o autor compara os cabelos de sua amada Marília, com os cabelos louros do deus Apolo, o deus do Sol, das artes, da música e da beleza. No entanto, ele diz que os cabelos da amada são ainda mais bonitos. Paixão pura!

Já que não tem Deus Apolo em forma de gif, fique com a beleza do Deus Thor e seus lindos cabelos ;P
Leia este outro trecho, situado na 2ª estrofe da Lira III, do autor.
“(…)
Cupido entrou no Céu. O grande Jove
Uma vez se mudou em chuva de ouro;
Outras vezes tomou as várias formas
De General de Tebas, velha, e touro.
O próprio Deus da Guerra desumano
Não viveu de amor ileso;
Quis a Vênus, e foi preso
Na rede, que lhe armou o Deus Vulcano.”
OBS.: O termo “Jove” faz referência ao Deus supremo Zeus; já o “Deus da Guerra”, citado no trecho, é o Deus Ares, que dormia com a Deusa Vênus (deusa do amor, e tinha um caso com o deus Ares), enquanto Vulcano (marido de Vênus) se ausentava. #barraco #TriânguloAmoroso
Tá vendo né? Até no Olimpo tem babado, confusão e gritaria! Hahaha
Não deixem de estudar o Arcadismo, pessoal! Ah, e não esqueçam também de deixar um comentário aqui no blog, viu? Bons estudos!