O que é prolactina?
A prolactina é um hormônio polipeptídico de cadeia única, com 198 aminoácidos e peso molecular de 23.000 Da, sintetizado e secretado pelo nosso organismo. A principal função deste hormônio é estimular a fabricação de leite pelas glândulas mamárias.
Apesar de estar presente tanto em homens quanto em mulheres, a prolactina é produzida principalmente na mulher durante a gravidez e se estendendo após o parto. Assim, há a produção de leite materno para o bebê, garantindo assim a fonte de alimento para a sua sobrevivência.
Síntese e inibição da prolactina
A produção de prolactina ocorre nas células lactotróficas da adenoipófise, uma glândula que se localiza na base do cérebro. O gene que codifica a produção de prolactina está localizado no cromossomo 6.
Apesar de o número absoluto de células lactotróficas não ser alterado com o passar da idade, há hiperplasia dessas células durante a gravidez e a lactação. Durante a gestação, o tamanho da hipófise pode dobrar ou até mais que dobrar, deixando os níveis de Prolactina de 10 a 20 vezes superiores ao basal (antes da gestação).
Algumas substâncias também podem estimular a sua produção por agir diretamente nos lactotropos ou nos neurônios dopaminérgicos do hipotálamo, como, a tiroliberina, a serotonina, a vasopressina, a ocitocina e o peptídeo intestinal vasoativo.
A secreção de prolactina também aumenta à noite e em associação a estresses significativos. O significado funcional dos níveis aumentados desse hormônio nessas situações permanece obscuro pela ciência.
A função diferencial que a prolactina exerce no corpo é influenciada pelos receptores dos tecidos aos quais a prolactina se liga. O seu receptor é uma proteína transmembrana unipasso da família das citocinas tipo 1, que estão presentes em diversos tecidos como glândulas mamárias, testículos e ovários, útero, fígado, pulmões, coração, cérebro, rins e glândulas suprarrenais, ossos, músculos, pele, hipófise e células do sistema imunológico.
Já a sua inibição é realizada pelo eixo hipotalâmico-hipofisário, onde os neurônios localizados no hipotálamo produzem o neurotransmissor dopamina, o qual é secretado na hipófise anterior e inibe a secreção e a produção da prolactina, além de inibir a proliferação dos lactotropos.
Funções da prolactina
A prolactina pode exercer algumas funções no corpo humano:
- Leite materno 🡪 a principal função da prolactina é a produção do leite materno durante a gestação e após o parto, garantindo assim a fonte de alimento para a prole.
- Libido 🡪 este hormônio atua inibindo a libido, impedindo assim que haja desejo sexual durante o momento de amamentação. Também é relatado que altos níveis de prolactina no homem também pode inibir a sua libido.
- Ciclo Menstrual 🡪 altos níveis de prolactina acabam por inibir os hormônios hipofisários FSH e LH, interrompendo o ciclo menstrual na mulher.
- Metabolismo 🡪 a prolactina aumenta a sensibilidade das células a insulina e as funções dos adipócitos. Porém, o excesso desse hormônio auxilia no desenvolvimento de diabetes mellitus e obesidade.
- Excreção 🡪 A prolactina causa diminuição da excreção renal de sódio e potássio e aumento da liberação de cloreto de sódio no suor. Além disso, aumenta a absorção intestinal de água e íons.
- Imunidade 🡪 A prolactina tem a função de diminuir a imunidade da mãe durante a gestação, o que impede que seus anticorpos ataquem o bebê.
Problemas relacionados à prolactina
Apesar da sua grande importância, a prolactina é um hormônio que deve ser controlada a sua produção por meio de feedbacks negativos, evitando uma exagerada produção.
Abaixo se encontram os valores normais encontrados no corpo humano:
- Mulheres não grávidas e fora do período de amamentação: 2,8 a 29,2 ng/mL;
- Mulheres grávidas: 9,7 a 208,5 ng/mL;
- Mulheres pós-menopausa: 1,8 a 20,3 ng/mL;
- Homens: abaixo de 20 ng/mL
Observação: Valores acima de 200ng/ml, sugerem tumor secretor de prolactina.
Hiperprolactinemia
É o aumento de produção da prolactina a valores acima dos normais, que provoca nas mulheres alteração no ciclo menstrual e infertilidade.
Já no homem, está relacionado a impotência sexual e perda de libido por prejudicar a produção de testosterona e também o aumento das mamas (ginecomastia).
A causa mais comum da ocorrência da hiperprolactinemia é uso de medicamentos, em especial os anticoncepcionais orais combinados e as drogas antipsicóticas que impedem a produção de dopamina (principal neurotransmissor envolvido na inibição da secreção de prolactina).
Outras causas para a ocorrência da hiperprolactinemia podem ser lesões no hipotálamo (as quais impedem a inibição pela dopamina), hipotireoidismo e até a síndrome dos ovários policísticos (cerca de 30% dos casos).
O tratamento para casos de hiperprolactinemia irá variar de acordo com a causa do problema gerado, podendo ir desde a retirada de tumores, até o uso de medicamentos.
Hipoprolactinemia
É a diminuição de produção da prolactina a valores abaixo dos normais, que provocará em mulheres grávidas a baixa produção de leite materno.
Uma das causas para a hipoprolactinemia, pode estar relacionada com o hipopituitarismo (doença caracterizada pela diminuição da secreção de um ou mais dos 8 hormônios normalmente produzidos pela hipófise).
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