Imagine-se numa situação constrangedora na qual você precisa medir bem suas palavras. Sim. Na hora da redação lá no vestibular! Certamente você já se perguntou qual estratégia argumentativa é mais indicada para transmitir determinada mensagem. Nessa hora o eufemismo pode ser uma poderosa ferramenta. Mas o que é eufemismo?
Fica em paz que com a gente você não fica com dúvida! Vem aprender um pouco mais sobre essa importantíssima figura de linguagem, que geralmente cai nas nas provas do Enem!
O que é eufemismo?
Eufemismo vem do grego “euphémein” que significa “falar palavras agradáveis” ou “bem dizer”. Ou seja, como estratégia discursiva, ela serve portanto para tornar o discurso mais ameno.
Utilizamos-a quando nos preocupamos com a maneira como nosso receptor receberá o que está sendo dito, assim, substituímos palavras ou expressões de maior impacto por outras mais suaves, mantendo o significado.
Em geral o emprego do eufemismo pode estar relacionado desde situações cotidianas a interesses políticos e econômicos! Ou seja, podemos aplicá-la para falar de determinados “tabus” sociais, como a morte (passou dessa para melhor”, “foi descansar”), a discursos neutros e diplomáticos ou mesmo para mascarar interesses.
Por exemplo, é muito comum na História e na Geografia lermos frases do tipo:
“O Brasil passou por uma desaceleração em seu crescimento, o que motivou o ajuste fiscal”
O termo “desaceleração em seu crescimento” é um eufemismo para dizer que o país está em crise e o “ajuste fiscal” é, na verdade, aumento da cobrança de imposto.
Percebeu como esses recursos amenizam direitinho o discurso?
Imposto mais caro, não. Ajuste, ok…
Eufemismo não é ironia
É muito comum confundirmos eufemismo com ironia. Muito cuidado com isso! A ironia envolve um certo humor sutil com o objetivo de estimular o raciocínio do receptor.
Geralmente emprega-se uma palavra ou expressão com o sentido oposto do que se quer comunicar. É diferente do eufemismo, que procura, de certa maneira, dissimular e suavizar a mensagem.
Eufemismo e disfemismo são a mesma coisa?
Outro erro comum é confundir eufemismo e disfemismo.
O disfemismo contém puro sarcasmo e é o oposto do eufemismo, ou seja, enquanto no eufemismo trocamos uma palavra ou expressão desagradável, por outra mais agradável ou menos chocante, no disfemismo aplicamos outras ainda mais desagradáveis. É aconselhável evitá-la na redação.
Um exemplo clássico, quando queremos comunicar que alguém morreu:
COM EUFEMISMO: Dona Maria, encerrou seu estágio terreno.
COM DISFEMISMO: Dona Maria, bateu as botas.
Dicas de como usar na redação
Os eufemismos tornam o discurso mais polido, o que vem a calhar na redação ou na resolução daquela questão discursiva. Por exemplo:
“O uso de defensivos agrícolas elevou a produtividade, mas agravou a contaminação do solo.”
Nesse caso, a expressão substitui o termo “agrotóxico” considerado “agressivo demais” para alguns setores. Você pode usar também para evitar repetir a mesma palavra várias vezes no seu texto.
Mas, atenção:
Como você viu, o eufemismo é um poderoso recurso linguístico fundamental tanto para compreensão de um discurso quanto para a transmissão. Mas é muito importante que você tenha bastante atenção na hora de utilizá-lo.
É que muitas vezes as pessoas utilizam eufemismos para transmitir certos preconceitos ou depreciações. Por essa razão, aconselhamos você estar de olho aos seguintes casos e NÃO usá-los:
– “namoradeira”
– “sexo frágil”
– “pessoa de cor”
Essas expressões tendem a caracterizar determinados grupos sociais de maneira depreciativa, ferindo dessa maneira os direitos humanos.
E aí, deu pra entender o que é eufemismo, né? Bom, agora que você já viu um pouco do nosso conteúdo sobre o tema específico, o que acha de vir conhecer o nosso cursinho preparatório para o Enem e outros vestibulares?