Sabe aquele tema de redação que nós indicamos para você no Plano de Estudos da Semana 27? Ele virou um modelo de redação aqui no blog, feita pela monitora Bruna Saad, para você se inspirar e comparar com a sua própria redação. Confira!
Veja aqui a coletânea de textos completa para este tema e faça já a sua redação: O efeito dos transgênicos na sociedade do século XXI
Uma incógnita chamada transgênicos
A discussão acerca dos transgênicos não é tão recente, mas nem por isso deve ser menosprezada. Devido aos avanços científicos e tecnológicos, o ser humano tornou-se capaz de criar organismos geneticamente modificados com diversas finalidades. Embora, diariamente, consumamos diversos produtos transgênicos, sem considerar os danos que eles podem causar, críticos dessa prática alertam para os riscos que esses produtos podem trazer à saúde do indivíduo e do meio ambiente. Assim como toda evolução tecnológica, a produção desses organismos traz conseqüências positivas e negativas. Devemos, então, nos informar sobre o que estamos consumindo, verdadeiramente.
Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que a transgênese não se limita à produção agrícola. Essa prática está associada também à criação de animais resistentes a doenças, à produção de remédios e às pesquisas que buscam a cura de enfermidades como a AIDS. É necessário esclarecer, também, que os organismos geneticamente modificados são resultado de um cruzamento improvável, ou seja, que não aconteceriam de formas naturais. Por isso, fica óbvio que a utilização desses organismos é um tema bem controverso. Por um lado, os defensores afirmam que os alimentos geneticamente modificados são mais produtivos e resistentes e, por isso, melhoram a vida dos agricultores. Há ainda os que vão mais além: dizem que a produção dos transgênicos seria uma forma de diminuir o problema mundial da fome, pois a produção pode ocorrer em maior escala. No âmbito das epidemias, a engenharia genética também é útil, pois pode modificar, por exemplo, um mosquito transmissor da dengue, para que ele não seja capaz de procriar.
Por outro lado, a vertente contrária frisa não só as questões de saúde, como, também, as questões éticas, questionando até aonde deve ir o direito dos humanos de alterar a natureza. Algumas evidências já foram identificadas, como o fato de o material genético intoxicar algumas espécies animais; contaminar lavouras tradicionais; e, principalmente, o aumento do uso de pesticidas, pois, cada vez mais, os geneticamente modificados e as pragas criam resistência a eles. Com isso, cresce o número de casos de intolerância alimentar, alergia, e outros problemas fisiológicos mais graves nos indivíduos. Vale ressaltar ainda que a falta de controle sobre esses organismos pode causar uma redução da variedade genética, o que levaria a eliminação de algumas espécies. Por fim, devemos considerar que a fome jamais seria solucionada através da produção de alimentos transgênicos, visto que esse problema não é em razão da falta de alimentos, mas sim da má distribuição desses.
Torna-se claro, portanto, que, a fim de acabar com os prejuízos causados pelos transgênicos, não podemos, simplesmente, lutar contra essa indústria, já que a mesma também contribui de forma positiva para a vida dos indivíduos. É fundamental que o assunto seja expandido e mais pessoas se informem sobre ele. Por isso, os produtos geneticamente modificados devem ser rotulados como tais, e, dessa forma, o consumidor ficará ciente sobre os seus riscos. A escola e a mídia poderiam abordar o tema para que as informações se tornem mais acessíveis à população. Além disso, os indivíduos podem encontrar alternativas mais saudáveis, como o cultivo de horta caseira. Assim, seriam menos reféns da indústria e mais autônomos sobre os seus hábitos.