Modelo de Redação: Artigo jornalístico opinativo
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A escuridão natural contrariando a luz do progresso
As cidades brasileiras passaram a viver assombradas pela possibilidade constante de chuvas fortes, principalmente entre dezembro e fevereiro. Tal fato se justifica pelas terríveis consequências causadas pelas enchentes à população. As causas das inundações estão relacionadas tanto aos fatores naturais quanto às ações humanas. O principal motivo, por exemplo, é a poluição excessiva, que entope bueiros e influencia nas mudanças climáticas.
No fim de 2009, a cidade do Rio de Janeiro enfrentou um período de dias escuros, assim como na crônica de Drummond. A realidade da Cidade Maravilhosa se distanciou bastante do ideal que caracteriza o seu epíteto. Em sua crônica atemporal, o autor descreve a situação catastrófica da cidade pós-enchente, no ano de 1966. Comprovando a atemporalidade da obra, a mesma devastação pôde ser vista em Angra dos Reis e em outras diversas cidades brasileiras. Ainda que anos atrás, Drummond nos mostra, através de suas palavras, o despreparo político e a falta de condições básicas de moradia presentes na contemporaneidade.
A expressão que intitula a crônica “dias escuros” assume para nós um caráter literal, assim como um caráter metafórico. Literal, pois dias chuvosos são, de fato, cinzentos. Já o sentido figurado refere-se às dificuldades enfrentadas em dias como esses. Os dramas humanos vividos por indivíduos desabrigados, sem alimentos, até mesmo soterrados pelos desabamentos ocasionados pelas enchentes, além da dificuldade de mobilidade e a ineficiência do sistema de socorro às vítimas revelam a deficiência de programas sociais e a falta de planejamento urbano. O “raio de luz”, nesses dias escuros, seria a solidariedade de alguns indivíduos ao assumirem o papel das autoridades, prestando socorro às vítimas e fazendo doações.
A projeção da crônica para os tempos atuais nos faz refletir sobre a ausência de progresso, em contrapartida ao crescente avanço tecnológico das últimas quatro décadas. O incômodo demonstrado pelo personagem da crônica é o mesmo que toma conta das pessoas atualmente. Tomados por culpa, mas sem ter culpa de nada, seguimos de mãos atadas diante da força da natureza e as consequência de suas catástrofes naturais(?).