Com crase ou sem crase? Plural ou singular? Masculino ou feminino? Tire suas dúvidas de regência e concordância verbal verbal!
1. A regência e a crase
Como o que “é revertido”, “é revertido a” e o termo regido pela preposição está no plural (entidades), não existe crase. Só existiria crase no caso da preposição estar aglutinada ao artigo antecedente à palavra “entidades”, ou seja, se fosse “revertidoàs entidades”. Sendo assim: “O dinheiro não usado para pintura deste muro será revertido a entidades assistenciais” ou “O dinheiro não usado para pintura deste muro será revertido às entidades assistenciais”.
2. O erro de concordância humanizando o estabelecimento.
Convenhamos, o “centro” é um estabelecimento: não tem sentimentos e não pode ser humanitário, uma vez que humanitário é aquele que se dedica a promover o bem-estar do homem. Quem se dedica a isso são as pessoas que prestam assistência, logo, a palavra “humanitária” deveria adjetivar “assistência”, pois se refere ao tipo de assistência prestada: “Centro de assistência humanitária”.
3. A distância que separa a concordância do sujeito.
Às vezes, a distância entre os termos confunde: “O carregamento de maconha teria vindo do Paraguai, entrou no Brasil pelo Paraná e seria distribuído em Sorocaba…” A análise sintática facilita um bocado nessa situação. Temos um período composto por três orações: “O carregamento de maconha teria vindo do Paraguai.”; “O carregamento de maconha entrou no Brasil pelo Paraná” e “O carregamento de maconha seria distribuído em Sorocaba e cidades da região.”
Na última oração, “seria” é verbo de ligação e “distribuído” é predicativo, concordando com o núcleo do sujeito “carregamento”.
4. Se houvesse um verbo antes…
O hipérbato é a transposição ou inversão da ordem natural das palavras de uma oração. Na ordem direta, a oração seria: “A entrada de estranhos é proibida”. “Proibida” é predicativo do núcleo do sujeito “entrada” e deve concordar com este em número e gênero. Em todo caso, se a expressão inicial fosse “É proibido”, esta permaneceria no masculino singular, pois esta expressão não varia, como em “É necessário cautela”.
5. Mais uma vez, a crase atrapalhando a vida dos cartazistas.
Mais um caso de confusão causada pelo hipérbato. Vamos colocar na ordem direta: “A entrada com bebidas no balneário não é permitida.” Linda concordância! “Permitida” concordando com o núcleo do sujeito “entrada”. Acontece que “permitida” é predicativo anteposto e não necessita de complemento regido por preposição, afinal, o que não é permitido, não é permitido e ponto final. Sendo assim: “Não é permitida a entrada com bebidas no balneário”, sem crase.
6. Além da semântica: Se a entrada é proibida, como vão permanecer lá dentro?
Na imagem acima podemos identificar o erro de concordância de duas formas: A princípio, “entrada” e “permanência” estão no feminino, logo, o predicativo “proibida” deve concordar em gênero.
Analisando sob o ponto de vista de que “A entrada e permanência” constitui sujeito composto, o predicativo deve ir para o plural: “A entrada e permanência são proibidas”, ou seja: “São proibidas a entrada e permanência de ambulantes no condomínio”. No caso de construirmos uma oração coordenada, deve-se colocar o artigo “a” antes de “permanência”: “Proibida a entrada e a permanência de ambulantes no condomínio”. O mesmo de cima acontece aqui: caso a expressão inicial fosse “É proibido”, permaneceria no masculino singular.
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