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Imagem aérea da Mata Atlântica.

Mata Atlântica: histórico, vegetação, fauna, desmatamento e informações

Veja aqui tudo o que você precisa saber sobre um dos biomas mais ricos do país (e também o mais ameaçado!)

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Quando os europeus chegaram depararam-se com uma enorme “muralha verde” que separava o mar das terras interiores. 

Era a Mata Atlântica. Infelizmente, em decorrência de um processo de ocupação predatório, pouco  resta do bioma original (aproximadamente 12,4%), sendo por isso o bioma mais ameaçado do Brasil.

Na oportunidade de hoje vamos aprender um pouco mais sobre as principais características da Mata Atlântica.

Tudo o que você precisa saber sobre os aspectos físicos e sociais para ficar com esse tema na ponta da língua e mandar super bem no vestibular! Bora?!

Histórico da Mata Atlântica

A Mata Atlântica abrange cerca de 15% do território nacional, alcançando 17 estados. 

O nome é dado a uma variedade de matas tropicais úmidas que correm pelo litoral leste atlântico do país. 

Na época do descobrimento do Brasil, a Mata Atlântica era contínua como a floresta Amazônica e constituía a segunda maior floresta tropical do Brasil. 

Ela abrangia uma área  equivalente a 1.315.460 km².  

Dotada de exuberante biodiversidade a Mata Atlântica fez renascer entre os europeus o “mito do paraíso terrestre”, como constam nas Cartas de Américo Vespúcio, um dos “descobridores” do Brasil.

Imagem da vegetação diversa e rica do bioma da mata atlântica.

Contudo, a exploração intensiva e desordenada da floresta, através, por exemplo, da extração do Pau-brasil. Estima-se que cerca de 70 milhões de exemplares tenham sido enviados para a Europa. 

Mais tarde, os ciclos da cana-de-açúcar e do café no litoral brasileiro levaram à devastação ainda maior desse “paraíso”. 

Mas, vejamos as principais características desse bioma tão rico e tão importante ainda hoje mesmo com todo histórico de devastação.

Biodiversidade da Mata Atlântica

Você sabia que a biodiversidade da Mata Atlântica é semelhante à biodiversidade da Amazônia?! Meu amigo, minha amiga, é muita coisa! 

Mas é importante ter em mente que os ecossistemas variam bastante conforme a latitude e altitude, acompanhando as características climáticas das regiões onde ocorrem.

A Mata Atlântica é composta por um diversificado conjunto de ecossistemas florestais:

  • Floresta Ombrófila Densa
  • Floresta Ombrófila Aberta
  • Floresta Ombrófila Mista
  • Floresta Estacional Decidual
  • Floresta Estacional Semidecidual
  • Mangues
  • Restingas

Veja o vídeo abaixo e entenda a diferença da Mata Atlântica para os demais biomas brasileiros:

Vegetação da Mata Atlântica

As espécies encontradas se adaptam às diferentes condições topográficas, de solo e umidade em que se desenvolvem. 

Diferentemente da floresta Amazônica, onde o solo é pobre, na Mata Atlântica encontramos solos ricos em matéria orgânica que nutre a rica vegetação. 

Isso faz com que nessa região encontremos aproximadamente 8 mil espécies de vegetais endêmicas, ou seja, que só existem ali, das quais  55% das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas.

Fauna da Mata Atlântica

Sobre a fauna, existem 1020 espécies de pássaros, 197 de répteis, 340 de anfíbios e 350 de peixes. 

Das 1711 espécies de vertebrados encontradas, 700 são endêmicas. Contudo, lamentavelmente dos 383 dos 633 animais ameaçados estão na Mata Atlântica, de acordo com o Ibama.

 Entre as espécies animais encontradas destacamos o mico-leão-dourado, Pica-pau-da-cabeça-amarela, tamanduá bandeira, onça pintada…

Hidrografia da Mata Atlântica

É importante também mencionar o papel da hidrografia na Mata Atlântica. 

Isso porque a floresta é fundamental para manutenção dos corpos hídricos que abastecem as regiões nordeste, sudeste e sul do país. 

As nascentes da mata atlântica são responsáveis pelo abastecimento de água dos mais de 145 milhões de brasileiros que vivem nessas regiões.

As bacias hidrográficas dos rios Paraná, Uruguai, São Francisco, Parnaíba, São Francisco, Paraíba do Sul, Doce e  Ribeira de Iguape têm algumas de suas nascentes na região da Mata Atlântica. 

Desse modo, a preservação dessas nascentes é fundamental para a vida desses importantes rios.

Ameaças à Mata Atlântica

Como dissemos no início deste texto, o processo de colonização inicia a devastação da mata atlântica. 

Esse processo teve como consequência espacial a consolidação do processo de urbanização no litoral. Desse modo, os principais centros urbanos nasceram e se expandiram nessa região, intensificando com isso a destruição da mata atlântica.

A área da Mata Atlântica abrange 72% da população: são mais 145 milhões de pessoas vivendo em cidades cada vez maiores!

Além disso, 61% dos municípios brasileiros (3.429) estão nessa região que é também onde estão os principais pólos econômicos do país. 

A atividade industrial, por exemplo, além de ser responsável pelo desmatamento para construção de fábricas, é responsável pela exploração intensa dos recursos naturais e também pela contaminação dos rios.

Além disso, a intensa urbanização verificada no litoral brasileiro faz com que haja enorme pressão sobre os recursos hídricos, seja pela má utilização dos mesmos, seja pelo aumento do consumo, pelo desperdícios e também pela falta de políticas públicas adequadas a um padrão de consumo sustentável. 

A expansão urbana é também responsável pela destruição das nascentes dos rios e das matas ciliares, que são responsáveis pela preservação do leito dos rios, provocando o assoreamento dos cursos d’água e o desaparecimento dos mananciais.

Preservação da Mata Atlântica

A devastação, portanto, é resultado de um processo de exploração histórico. 

Dessa maneira, a necessidade de políticas voltadas para a preservação da Mata Atlântica é mais do que evidente, afinal estamos falando do bioma mais ameaçado do país, como vimos acima.

Imagem da mata atlântica com o seu nome escrito por cima da imagem.

Fonte: Ecossis.

O cenário crítico em que se encontra o da Mata Atlântica fez com que a ONG Conservation International, que atua em vários países em prol da preservação ambiental,  incluísse o bioma entre os cinco primeiros colocados na lista de “Hotspots”, que são as 25 biorregiões selecionadas, consideradas as mais ricas em biodiversidade e ao mesmo tempo as mais ameaçadas em todo o mundo.

A Mata Atlântica na Constituição Federal e na lei

Nesse sentido, somente em 1988 a Constituição Federal reconheceu a Mata Atlântica como um “patrimônio nacional”. O § 4º, do Artigo 225 estabelece que:

 “A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona 9 Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”

Na década de 1990, no contexto da realização da Rio-92,  foi criada a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA). 

Atualmente essa rede congrega mais de 250 organizações ambientalistas, socioambientais e de pesquisa que atuam no bioma, com o objetivo de fornecer respostas à necessidade de preservação do mesmo.  

E em 2006, foi aprovada a Lei da Mata Atlântica (11.428/2006), que regulamenta a definição prevista pela Constituição,  orientando a proteção e uso da biodiversidade e recursos da floresta. 

Essa Lei assegura direitos e deveres dos cidadãos e dos órgãos públicos visando a promoção do uso sustentável, delimitando seus domínios e proibindo o desmatamento das florestas primárias. 

Iniciativas para preservar a Mata Atlântica

Também existem iniciativas globais importantes para a preservação dessa floresta. Podemos citar aqui a Agenda 21, que elenca uma série de ações prioritárias para reversão do quadro atual, como:

  • a implantação de corredores ecológicos para criar a conectividade entre fragmentos florestais; 
  • ampliação das unidades de conservação do Bioma; 
  • fomento às iniciativas de produção de sementes e mudas de essências florestais e outras espécies vegetais nativas; 
  • fortalecimento da agricultura familiar; 
  • a recuperação, revitalização e conservação de bacias hidrográficas; 
  • a regulamentação e fiscalização do uso dos espaços naturais e do patrimônio culturais, 
  • entre outros. 

Assim, ela pontua a extrema necessidade de preservação, proteção, recuperação, regeneração e manejo sustentável dos ecossistemas florestais.

Existem também centenas de ONGs e ações individuais de cidadãos que se empenham pela preservação, conservação e reflorestamento da Mata Atlântica.

Onde a Mata Atlântica está melhor preservada

Imagem da Mata Atlântica na beira de um rio, repleta de espécies diversas de vegetações.

Os principais remanescentes da Mata Atlântica estão  nas Serras do Mar e da Mantiqueira, além de pequenos trechos, no Sul da Bahia. Curitiba é a cidade brasileira onde a mata atlântica está melhor preservada.

Todo esse cenário evidencia a relevância de se promover políticas públicas voltadas tanto para proteção dos remanescentes da floresta, quanto pela sua recuperação, através, por exemplo, do fortalecimento e expansão das Unidades de Conservação. 

Além disso, é fundamental incentivar a educação ambiental, para assim criar novas gerações que entendam a importância de um modelo de desenvolvimento sustentável.

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