Blog Descomplica
Imagem para ilustrar artigo sobre cyberbullying

Cyberbullying: conceito e dados no Brasil e no mundo

Preparamos esse conteúdo incrível sobre Cyberbullying para te ajudar a estudar melhor par ao Enem. Leia esse artigo e estude com a gente! Confira!

Atualizado em

Compartilhe

A “zoeira” tem limites! É. O papo hoje por aqui será um tanto sério pois o assunto é delicado e está mais próximo de nós do que imaginamos. Talvez você aí do outro lado da tela já tenha sofrido ou mesmo exercido esta prática e por isso saiba que o Descomplica está aqui para te ajudar a identificar e compreender melhor o que é o Cyberbullying e como ele se desenrola aqui no Brasil e no mundo. 

Os efeitos do cyberbullying.

Imagem de uma criança com as mãos no rosto para ilustrar artigo sobre cyberbullying

Conceito de Cyberbullying

O bullying, lamentavelmente, não termina quando a escola acaba. O cyberbullying ou, trazendo para o bom e velho português, violência virtual, é a prática de assédio e constrangimento realizada por meio virtual (redes sociais, jogos, etc.) com objetivo de hostilizar a vítima de maneira sistemática e contínua. A diferença entre o cyberbullying e o bullying é basicamente uma: a internet. 

Bullying = vem do inglês “bully” (briguento); refere-se à prática insistente de atos de violência.

Cyber = diminutivo de “cybernetic” (cibernético); refere-se  àquilo que está ligado à rede de informação e comunicação.

Essa diferenciação parece simples, mas é importante posto que o alcance das redes digitais fazem com que a prática atinja dimensões de alcance e consequência quase imprevisíveis. 

Exemplos de Cyberbullying

Podem ser consideradas práticas de cyberbullying:

  • ameaças e/ou perseguições por meio eletrônico
  • exposição de fotografias íntimas
  • montagens fotográficas sem autorização da vítima
  • hackeamento de contas pessoais da vítima (E-mail, Facebook, Whatsapp…) para utilização indevida e não autorizada, como envio de mensagens inapropriadas de conteúdo violento, rude ou obsceno, entre outros
  • divulgação de infâmias e mentiras sobre a vítima pelo meio eletrônico 
  • sítios de votação com fins vexatórios

Outros tristes exemplos que em grande medida já fazem parte do “linguajar das redes sociais” e que você já deve ter se deparado. Por exemplo quando aquela ou aquele “digital influencer” publica determinado conteúdo com a hashtag “#HatersGonnaHate”. Que bicho isso quer dizer?! Seria algo como “chatos se chatearão”; “invejosos invejarão”, e por aí vai.

Debochado, né?!

Imagem para ilustrar artigo sobre cyberbullying

Bom, trazendo o termo inglês “hater” para o contexto do cyberbullying, o termo é um pouco mais complexo. Aqui ele faz referência às pessoas que praticam o ódio no ambiente virtual, atacando outras pessoas sistematicamente. 

Enfim, existem inumeráveis (e infelizes) práticas como essas. E sua identificação nem sempre é óbvia. As redes sociais principalmente costumam estar tão abarrotadas de informações que o cyberbullying é, por vezes, naturalizado por algumas pessoas.

Entretanto, suas consequências para a saúde mental e física da vítima não podem ser naturalizadas. Ademais, o compartilhamento de conteúdo vexatório recorrentemente culmina em resultados que penalizam a vítima para além dos danos morais, podendo implicar na perda de oportunidades de futuro. 

Estamos na era da globalização, das redes. O fluxo intermitente de conteúdos que chegam até nós muitas vezes impede que verifiquemos a procedência dessa ou daquela informação. No entanto, quando falamos de cyberbullying devemos trazer à consciência de que aquela informação, seja ela verdadeira ou falsa, diz respeito à vida de uma pessoa. E essa consideração nos leva ao questionamento a seguir:

Por que o bullying e o cyberbullying acontecem?

Muitos psicólogos, pedagogos, programadores, dentre outros profissionais interessados no tema já se debruçaram sobre este questionamento. De uma maneira geral há um consentimento de que as principais raízes do bullying e do cyberbullying praticados na adolescência podem ser atribuídas, em primeiro lugar, à falta de maturidade emocional e de empatia por parte daquele que realiza estas práticas. Em outras palavras, muitos autores argumentam que o ato de promover linchamentos virtuais, por exemplo, está relacionada ao que convencionou-se chamar de “inteligência emocional”.

Uma pesquisa realizada pela empresa de telecomunicações Intel em 2018 questionou um universo de 506 e seis crianças. Dessas, 14% das crianças confessaram já ter falado mal de uma pessoa para outra, 13% afirmaram tirar sarro da aparência de alguém, 7% marcaram pessoas em fotos vexatórias, 3% ameaçaram alguém, 3% assumiram zombar da sexualidade de outra pessoa, 2% disseram já terem postado intencionalmente sobre eventos em que um colega foi excluído, entre outros casos.

Quando questionados sobre o porquê de tais ações, os argumentos foram 1) defesa: a pessoa afetada as tratou mal; 2) desafeto: simplesmente não gostar da pessoa; e 3) para acompanhar outras pessoas que já estavam praticando o cyberbullying.

Isso nos leva ao segundo aspecto levantado pelos pesquisadores desse campo: a regulação dos pais sobre os conteúdos acessados pelos filhos nas redes. Segundo grande parte das pesquisas, cada vez mais cedo crianças e adolescentes são inseridos no mundo digital sem que antes haja um amadurecimento da própria psique. Dessa maneira, são cada vez mais munidos de canais de comunicação onde têm acesso à informações e meios de contato para os quais muitas vezes não estão prontos em termos de maturidade. 

Com isso, reitera-se a necessidade de além de um controle maior sobre os conteúdos acessados por parte dos pais, é, talvez ainda mais importante, o investimento na educação digital daquele ou daquela jovem que ultrapasse as técnicas do meio virtual e reforce as capacidades cognitivas dos mesmos, especialmente no que se refere a empatia e a responsabil

A importância da participação dos responsáveis na introdução dos filhos aos meios virtuais.

Cyberbullying no Brasil:

A pesquisa a que nos referimos realizada pela Intel, mostrou que das 507 crianças e adolescentes de idades entre 8 e 16 anos entrevistadas, a maioria (66%) já presenciou casos de agressões nas mídias sociais. Outros 21% afirmaram que já sofreram cyberbullying.

Pelos resultados dessa mostra fica fácil entender porque o nosso país ocupa o segundo lugar em casos registrados de cyberbullying no mundo. Por essa razão, em  novembro de 2015, finalmente foi sancionada uma lei contra o bullying e cyberbullying.

A Lei Nº13.185 instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), entendido como: 

“todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”.

Sobre o Cyberbullying, especificamente, a Lei explica que este ocorre quando há intimidação sistemática na rede que depreciam a vítima, incitam a violência ou adulterada fotos e dados pessoais com objetivo de criar constrangimentos psicossocial contra ela. A legislação brasileira prevê uma pena de até dois anos de detenção, dependendo do crime praticado na internet

Ciberbullying no mundo:

É importante destacar que este não é um fenômeno só do Brasil.Ele está presente nas redes de todo mundo. A UNICEF realizou uma pesquisa com aproximadamente 170 mil jovens da Albânia, de Bangladesh, de Belize, da Bolívia, do Brasil, de Burkina Faso, da Costa do Marfim, do Equador, da França, da Gâmbia, de Gana, da Índia, da Indonésia, do Iraque, da Jamaica, do Kosovo, da Libéria, da Malásia, do Malawi, do Mali, de Mianmar, da Moldávia, de Montenegro, da Nigéria, da Romênia, da Serra Leoa, de Trinidad e Tobago, da Ucrânia, do Vietnã e do Zimbábue.

De acordo com essa pesquisa, um em cada três jovens relataram ter sido vítimas de cyberbullying, dos quais um em cada cinco disseram ter saído da escola devido a cyberbullying e violência. Quase três quartos dos jovens também disseram que as redes sociais, incluindo Facebook, Instagram, Snapchat e Twitter, são os locais mais comuns para ocorrência deste tipo de prática.

Dessa maneira, dada a gravidade do processo na vida individual e coletiva daqueles que passam por essa violência, a Unicef e especialistas de todo mundo reivindicam ações de todos os setores, como, por exemplo: 

  • Implementação de políticas para proteger crianças e jovens de cyberbullying e bullying.
  • Estabelecimento e equipamento de linhas de apoio nacionais para apoiar crianças e jovens.
  • Avanço de padrões e práticas éticas dos provedores de redes sociais, especificamente no que diz respeito a coleta, informação e gerenciamento de dados.
  • Coleta de evidências melhores e desagregadas sobre o comportamento online de crianças e jovens para informar políticas e orientações.
  • Treinamento para professores e pais para prevenir e responder ao cyberbullying e ao bullying, principalmente para grupos vulneráveis.

Esse é um dos temas importantes para a sua preparação par ao Enem. Caso você queira ter acesso a diversos conteúdos completos como esse, além de aulas e monitorias com os melhores professores do Brasil, conheça o Cursinho Pré Vestibular da Descomplica.

Comentários

ícone de atenção ao erroícone de atenção ao erroícone de atenção ao erro

Hora do Treino de Redação - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Últimos posts

Quer receber novidades em primeira mão?
Prontinho! Você receberá novidades na sua caixa de entrada.

Veja também

Separamos alguns conteúdos pra você