Confira um resumo super bacana sobre a construção da nação brasileira e descubra os fatores por trás deste acontecimento que sempre cai no vestibular.
Nação x Estado: diferença
É interessante, antes de começarmos a falar sobre a construção da nação brasileira, que possamos saber que há uma diferença entre o Estado e a Nação e qual seria. O Estado é um “corpo” jurídico, o território, ou seja, uma sociedade que se encontra num espaço delimitado, delimitação essa que é exercida por meio de uma autoridade soberana (que pode ser o governo, normalmente). Já o conceito de Nação, que surge no iluminismo, é a união humana ou de um povo que possui um sentimento de pertencimento devido a determinadas características, práticas sociais, cultura, língua e laços históricos.
A Independência e a Centralização Política
A independência brasileira, em 7 de Setembro de 1822, foi um claro acordo, ou seja, uma relação amistosa com Portugal, que foi vitória de um determinado grupo político num projeto liberal conservador. Liberal pois rompeu com a metrópole Portugal, ao mesmo passo que foi conservador no que manteve as mesmas estruturas econômicas e sociais. Não há uma sensação de nação, além de haver um sério problema de representatividade. Pedro I se tornou então o imperador do Brasil. Foi criada uma constituição (1823) com voto censitário (alqueires de mandioca), uma tentativa de alijar os portugueses comerciantes e que também restringia o poder de D. Pedro I. O imperador brasileiro fecha a Constituinte e outorga em 1824 a primeira Constituição brasileira, que demonstrava a centralização política muito clara com o poder moderador. Não se pode falar em nação nesse período, já que não havia a sensação de união e pertencimento.
O Período Regencial e a Sensação Republicana
No período regencial o imperador renuncia e, como seu filho era ainda muito novo, seria eleita uma regência trina que governaria o Brasil. Muitos acreditam que nesse período o Brasil vivia uma sensação republicana, já que os regentes eram votados, ainda que o voto fosse censitário. Há então a suspensão do poder moderado e do Conselho de Estado. Após a regência trina, existem duas regências unas, que dão incio ao regresso conservador, traçando um melhor panorama para que D. Pedro II assumisse. Quando há o golpe da maioridade e Pedro II assume, há um regresso centralizador, já que há o retorno do poder moderador, que só podia ser utilizado pelo imperador.
Pedro II e a Construção da Nação
Pedro II já assume o governo com esse grande objetivo de construir a nação brasileira. Além disso, deveria solucionar a questão política (instabilidade – choque entre liberais e conservadores), a questão econômica (falta de economia saudável) e a questão cultural (falta da nação). Quanto à economia, o café desponta e garante uma estabilidade econômica ao país. Em relação à política Pedro II, que foi muito hábil, chega também a estabilidade política com a criação do parlamentarismo brasileiro (Às avessas) e a alternância de liberais e conservadores no poder. A Guerra do Paraguai trouxe um certo nacionalismo para o Brasil. Além disso, o romantismo vem atrelado ao forte discurso nacionalista, ressaltando a ideia de uma identidade nacional. O índio passa a ser valorizado como símbolo da nação e a a vitória da guerra faz com que aflore o sentimento de pertencimento.
Exercícios
1. (PUC-PR) O Segundo Reinado (1840-1889) marcou o auge da forma de governo monárquica no Brasil. A respeito da política externa dessa época, assinale a única alternativa INCORRETA:
a) O Império, aproveitando-se da rebelião dos seringueiros e revelando traços imperialistas, obteve da Bolívia a região do Acre, formalizando a conquista com o Tratado de Petrópolis.
b) A Questão Christie culminou com o rompimento de relações diplomáticas com a Inglaterra.
c) O Império interveio militarmente no Uruguai e provocou a queda de Aguirre, do Partido Blanco, apesar da solidariedade que este tinha de Solano Lopes.
d) O Império interveio militarmente na Argentina, juntamente com algumas províncias deste país, em rebelião contra seu presidente, João Manuel Rosas.
e) Nenhum atrito digno de registro ocorreu entre o Brasil e o Império Alemão, do qual recebemos numerosos colonos ou imigrantes.
2. (ENEM) Para o Paraguai, portanto, essa foi uma guerra pela sobrevivência. De todo modo, uma guerra contra dois gigantes estava fadada a ser um teste debilitante e severo para uma economia de base tão estreita. Lopez precisava de uma vitória rápida e, se não conseguisse vencer rapidamente, provavelmente não venceria nunca.
LYNCH, J. “As Repúblicas do Prata: da Independência à Guerra do Paraguai”.
BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina: da independência até 1870, v. III.
São Paulo: EDUSP, 2004.
A Guerra do Paraguai teve consequências políticas importantes para o Brasil, pois
a) representou a afirmação do Exército Brasileiro como um ator político de primeira ordem.
b) confirmou a conquista da hegemonia brasileira sobre a Bacia Platina.
c) confirmou a conquista da hegemonia brasileira sobre a Bacia Platina.
d) incentivou a adoção de um regime constitucional monárquico.
e) solucionou a crise financeira, em razão das indenizações recebidas.
Gabarito
1. A
2. A