O adjunto adnominal é um termo acessório que possui valor adjetivo e serve para especificar, caracterizar ou delimitar o significado de um substantivo. É importante destacar que o adjunto é uma função sintática, ou seja, faz referência ao papel que determinada classe gramatical pode desempenhar dentro de uma oração.
O adjunto adverbial é um termo que apresenta uma circunstância do fato expresso pelo verbo ou intensifica o sentido dele. Além disso, pode modificar um adjetivo ou um outro advérbio. É importante destacar, também, que os adjuntos adverbiais podem ser classificados de diversas formas, entre elas:
- Causa: Com o calor, o poço secou.
- Companhia: Vivi com ele por dois anos.
- Dúvida: Talvez ela tivesse razão.
- Fim: Viajei a negócio.
- Instrumento: Estava juntando a ancinho, as folhas caídas.
- Intensidade: Gosto muito de você.
- Matéria: “Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia “
- Meio: Voltamos de bote para a nascente do rio.
- Modo: Vagarosamente ela foi recolhendo os pertences.
- Negação: Não concordo, não aceito isso!
- Tempo: Todas as manhãs ele estudava um pouco.
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Qual é a diferença entre o adjunto adverbial e o adnominal?
A diferença entre essas duas funções sintáticas está relacionada ao termo que modifica. O adjunto adverbial modifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio, enquanto o adjunto adnominal modifica um substantivo. Observe os exemplos abaixo:
- O homem com a mochila entrou no avião.
- O homem entrou com a mochila no avião.
O primeiro exemplo é classificado como adjunto adnominal, visto que a expressão “com a mochila” modifica a palavra “homem”, que é um substantivo. Por outro lado, o segundo exemplo é classificado como adjunto adverbial, porque a expressão “com a maleta”, agora, modifica a forma verbal “entrou”.
Agora é a sua vez! Vamos praticar?
1- (ESPM) A reinvindicação do massacre na Charlie Hebdo pela facção da al-Qaeda na Península Arábica recoloca em primeiro plano um movimento afastado da mídia pelos sucessos militares da Organização do Estado Islâmico.
Le Monde Diplomatique Brasil, 04.02.2016
Das afirmações abaixo sobre o uso da vírgula, assinale a única correta:
- a) o segmento “pela facção da al-Qaeda na Península Arábica” é um adjunto adnominal e deveria estar entre vírgulas.
- b) poderia haver uma vírgula após o sujeito “A reinvindicação do massacre na Charlie Hebdo”.
- c) deveria haver uma vírgula após o objeto direto “um movimento afastado”.
- d) deveria haver uma vírgula após a forma verbal “recoloca”.
- e) o segmento “em primeiro plano” é um adjunto adverbial intercalado e poderia estar entre vírgulas.
2- (AFA)
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— em que espelho ficou perdida
a minha face?
MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meirelles. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958.
Assinale a alternativa que apresenta uma análise correta.
- a) Os termos “calmo”, “triste” e “magro” (v.2) acrescentam circunstâncias de modo ao verbo “ter” (do primeiro verso”, exercendo, pois, a função de adjuntos adverbiais de modo.
- b) A oração “que nem se mostra” (v.8) está sintaticamente ligada ao substantivo coração, caracterizando-o; portanto, essa oração exerce a função sintática de adjunto adnominal.
- c) O verbo “dar” (v.9) significa notar, perceber e classifica-se como verbo transitivo direto, embora esteja ligado a seu complemento por meio de preposição.
- d) O pronome pessoal “se” (v.8) é recíproco e funciona como complemento do verbo mostrar, já o pronome “que” (v.11) é relativo e funciona como adjunto adverbial de lugar.
3- (FAMERP)
Há em Berlim uma casa que nunca fecha. Aquela noite que não termina jamais pode de fato começar a qualquer momento do dia, às sete da manhã ou ainda às dez. Lá todos os tempos se estendem e noite e dia se transformam em outra coisa. Naquela imensa boate que pretende expandir o seu plano de existência, seu tempo infinito, sobre a vida e a cidade, construída em uma antiga fábrica – uma antiga usina de energia nazista -, todo tipo de figura da noite se encontra, em uma festa fantástica alucinada que deseja não terminar jamais.
(…)
A música do tempo infinito, 2012. Adaptado.
“Há em Berlim uma casa que nunca fecha.” (1º parágrafo)
No período em que está inserida, a oração destacada tem valor e função, respectivamente, de:
- a) advérbio e adjunto adverbial.
- b) substantivo e sujeito.
- c) adjetivo e adjunto adnominal.
- d) substantivo e objeto direto.
- e) adjetivo e predicativo.
4- (IFAL)
Saudade de escrever
Apesar da concorrência (internet, celular), a carta continua firme e forte. Basta uma folha de papel, selo, caneta e envelope para que uma pessoa do Rio Grande do Norte, por exemplo, fique por dentro das fofocas registradas por um amigo em São Paulo, dois dias depois. “Adoro receber cartas, fico super ansiosa para descobrir o que está escrito”, conta Lívia Maria, de 9 anos. Mas ela admite que faz tempo que não escreve nenhuma cartinha. “As últimas foram para a Angélica e para um dos programas do Gugu.”
Isabela, de 9 anos, lembra que, quando morava em Curitiba, no Paraná, trocava correspondência com sua amiga Raquel, que vive em Belo Horizonte, Minas Gerais. “Eu ficava sabendo das novidades e não gastava dinheiro com telefonemas.”
Já Amanda, de 10 anos, também gosta de receber cartinhas, mas prefere enviar e-mails. “Atualmente estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos via computador, já que a mensagem chega mais rápido e não pago interurbano.”
TOURRUCCO, Juliana. Saudade de escrever. O Estado de São Paulo, p.5, 25 jul.1998. Suplemento infantil.
O adjunto adverbial vem, normalmente, no final da frase, mas ele pode aparecer em outra posição, basta que se indique esse deslocamento com a vírgula. A colocação inadequada do adjunto adverbial, porém, poderá prejudicar a compreensão da frase. É o que acontece na fala da Amanda, no texto. Das cinco reestruturações apresentadas nas alternativas a seguir, uma continua com problema. Marque-a.
- a) Atualmente, via computador, estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos.
- b) Atualmente estou, via computador, conversando com meu primo que está nos Estados Unidos.
- c) Atualmente estou conversando, via computador, com meu primo que está nos Estados Unidos.
- d) Atualmente estou conversando com meu primo, via computador, que está nos Estados Unidos.
- e) Via computador, atualmente estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos.
5- (EPCAR)
Favelário Nacional
Quem sou eu para te cantar, favela,
Que cantas em mim e para ninguém
a noite inteira de sexta-feira
e a noite inteira de sábado
E nos desconheces, como igualmente não te
conhecemos?
Sei apenas do teu mau cheiro:
Baixou em mim na viração,
direto, rápido, telegrama nasal
anunciando morte… melhor, tua vida.
…
Aqui só vive gente, bicho nenhum
tem essa coragem.
…
Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,
Medo só de te sentir, encravada
Favela, erisipela, mal-do-monte
Na coxa flava do Rio de Janeiro.
Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver
nem de tua manha nem de teu olhar.
Medo de que sintas como sou culpado
e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade.
Custa ser irmão,
custa abandonar nossos privilégios
e traçar a planta
da justa igualdade.
Somos desiguais
e queremos ser
sempre desiguais.
E queremos ser
bonzinhos benévolos
comedidamente
sociologicamente
mui bem comportados.
Mas, favela, ciao,
que este nosso papo
está ficando tão desagradável.
vês que perdi o tom e a empáfia do começo?
…
Carlos Drummond de Andrade
Assinale a alternativa em que a função sintática exercida pela oração em destaque está corretamente indicada.
- a) “Medo de que sintas como sou culpado” – Adjunto adverbial
- b) “Custa ser seu irmão” – Objeto direto
- c) “… telegrama nasal anunciando morte…” – Adjunto adnominal
- d) “Medo só de te sentir, encravada” – Objeto indireto
Gabarito:
1- E
As demais alternativas são incorretas, pois: adjuntos adnominais não devem ser separados por vírgula; não deve haver vírgula entre sujeito e predicado; não deve haver vírgula após “um movimento afastado”, já que o que vem a seguir é parte, ainda, do objeto direto – “um movimento afastado da mídia pelos sucessos militares da Organização do Estado Islâmico”; não pode haver vírgula entre o verbo e seu objeto direto.
2- B
As demais alternativas são incorretas, pois: “calmo”, “triste” e “magro” exercem, sintaticamente, a função de predicativo de “este rosto de hoje”, que é objeto direto. Além disso, são adjetivos e, portanto, não acrescentam circunstâncias ao verbo “ter”. Embora o verbo “dar” significa “notar”, está incorreto ao afirmar que ele se classifica como verbo transitivo direto, porque o emprego da preposição “por“ caracteriza a construção de um objeto indireto, o que faz com que o verbo em questão seja classificado como transitivo indireto. Por fim, o pronome pessoal “se” é empregado como partícula apassivadora, já o pronome relativo “que” retoma a expressão anterior “este coração”.
3- C
O trecho em destaque de “A música do tempo infinito” é classificado como uma oração subordinada adjetiva restritiva, uma vez que caracteriza, de forma particular, uma casa; logo, o valor é adjetivo. Em relação à função exercida pelo termo, a oração traz uma informação acessória ao objeto direto da oração principal; portanto, trata-se de um adjunto adnominal.
4- D
Ao deslocar o adjunto “via computador” para antes da explicação “que está nos Estados Unidos”, cria-se uma má interpretação, já que a oração “que está nos Estados Unidos” deixa de se referir ao “primo” e passa a se referir ao “computador”.
5- C
A alternativa é classificada como oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio, portanto a oração exerce função sintática de adjunto adnominal. As demais alternativas são classificadas, respectivamente de: oração subordinada substantiva direta, que exerce função sintática de objeto direto; oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, que exerce função sintática de complemento nominal.
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