Exclusivo para alunos

Bem-vindo ao Descomplica

Quer assistir este, e todo conteúdo do Descomplica para se preparar para o Enem e outros vestibulares?

Saber mais

Exercício 1 de casa sobre Êxodo rural

O professor Ricardo Marcílio soluciona um exercício sobre êxodo rural

Exercício 3 de casa sobre As fases da indústria no Brasil

Exercício 4 de casa sobre A zona franca de Manaus

Exercício 6 de casa sobre A desconcentração industrial no Brasil

Questão contexto sobre A crise do período nacional-desenvolvimentista

O período da ditadura militar (1964-1985) apresentou diversos aspectos que foram importantes para o desenvolvimento da industrialização brasileira. É resultado de uma continuidade no processo de industrialização, iniciado com Vargas e Juscelino Kubitschek. Aproveitando a centralização do poder político que o autoritarismo permitia, foi possível a atração de grandes remessas de empréstimos internacionais e o posterior crescimento industrial, embora o custo de endividamento econômico seja sentido até hoje.

Uma dica sensacional para entender e fixar esse conteúdo é fazer as conexões com a disciplina de História. Abaixo, você pode clicar para assistir ao Quer Que Desenhe sobre Ditadura Militar no Brasil, além de baixar o mapa mental em alta resolução.

https://www.youtube.com/watch?v=HGrq8Eit31E&list=PLgIWHtlPYF80_Iu0vXFHTtWfoQY8WQ5US&index=10

 

Início do governo militar – 1964 até 1967
Nos primeiros anos, o país enfrentava um grave quadro de endividamento externo, devido à internacionalização da economia proposta por Juscelino Kubitschek e seu tripé econômico. Assim, esses anos foram marcados por uma retração na economia e pouco crescimento da indústria brasileira.

O primeiro presidente militar, Humberto Castelo Branco, instituiu o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), dirigido por Roberto Campos, ministro do Planejamento, e Otávio Gouveia de Bulhões, ministro da Fazenda. O ponto principal desse programa era conter a inflação e preparar o país para o crescimento. Para tal, foram adotadas medidas como restrições ao crédito e redução dos salários. Muitos sindicatos sofreram intervenções e, juntamente, trabalhadores e sindicatos foram reprimidos nas suas tentativas de protestos.

 

Milagre brasileiro – 1967/68 até 1973
A partir de 1968, o país experimentou uma nova fase da sua economia e do seu processo de industrialização. A recuperação financeira, fruto da reforma tributária e da criação de fundos de poupança compulsória (PIS, PASEP, FGTS), bem como o crescimento da economia mundial e o abundante crédito externo possibilitaram a diversificação e o crescimento das exportações brasileiras.

O grande investimento em obras de transporte e energia, como a Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu (Brasil-Paraguai) e a construção de rodovias (Transamazônica), com a ampliação da malha viária, ampliaram o crescimento do país. Todas essas medidas fizeram a indústria registrar uma alta de 12,7%. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu uma média de 10% ao ano entre 1967 e 1973, e o Brasil passou a ser a 8ª economia mundial.

 

Todavia, a primeira crise do petróleo (1973), decorrente do aumento no preço do petróleo provocado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em resposta à Guerra do Yom Kippur, fez com que a disponibilidade de crédito barato diminuísse. A partir desse momento, se observou uma escalada autoritária, com diversos atos institucionais.

 

Marcha Forçada – 1973 até 1979
Em períodos de crise, há necessidade de formação de reservas de dinheiro. Sendo assim, os países que emprestavam ao Brasil a juros baixos reduziram os empréstimos concedidos. Todos os países resolveram frear o crescimento, exceto o Brasil, que viu esse momento como uma oportunidade de despontar. Foi como se o Brasil ignorasse as altas do petróleo e a recessão mundial para forçar um ritmo de crescimento insustentável a longo prazo. O objetivo era fazer o Brasil crescer a qualquer custo, a exemplo da compra de empresas que estavam prestes a falir (estatizações) e através do II Plano Nacional do Desenvolvimento, com o objetivo de estimular a construção civil a partir das famosas obras faraônicas.

 

Crise da Década Perdida – 1979 até 1989
O crescimento forçado não se sustentou e, com a segunda crise do petróleo (1979), decorrente de uma crise geopolítica envolvendo o Irã, iniciou-se o período denominado Década Perdida. Mas essa dificuldade econômica não foi um problema brasileiro. O mundo enfrentou uma crise econômica. Porém, devido às políticas anteriores do regime militar, essa situação se agravou, resultando em um grande processo inflacionário, um gigantesco desemprego e uma explosão da dívida externa.

  • Inflação:O processo inflacionário consiste em um aumento generalizado dos preços dos produtos, que pode acontecer por alta demanda ou incapacidade produtiva de um país. No caso brasileiro, isso ocorreu devido ao sucateamento da indústria. Nesse período de 10 anos, a inflação média por ano era de 284%, e os mais prejudicados eram os trabalhadores, pois, à medida que o preço aumentava e seus salários se mantinham iguais, o poder de compra caía.
  • Desemprego: Devido à crise econômica e ao sucateamento da indústria, milhares de pessoas perderam seus empregos. A situação era tão grave que, em 1983, diversas lojas e supermercados foram saqueados.
  • Dívida externa:A situação era tão grave que o país necessitava de novos empréstimos para quitar os anteriores. Assim, o Fundo Monetário Internacional e outros países credores começaram a definir as regras para o ajustamento da economia como condição para esses novos empréstimos, o que dificultou mais ainda a saúde econômica do país.

O mundo também passava por uma série de transformações e a indústria iniciava um processo de desconcentração industrial, buscando as vantagens competitivas de outros países, como mão de obra barata, legislação mais flexível e infraestrutura moderna. No Brasil, algumas indústrias saíram do país, outras foram para regiões mais baratas, como o Sul e o Nordeste. Assim, o quadro final foi uma forte retração econômica e industrial, além do aumento da concentração de renda.